O argumento é primário: o ministro dá duas semanas aos serviços públicos para responderem aos pedidos de aborto, sabendo de antemão que é, manifestamente, impossível corresponder ao solicitado; findo este curtíssimo período, as abortantes são encaminhadas para clínicas privadas, seleccionadas estas mediante concurso público(?!); resultado: aborta (confortavelmente) quem quer, enriquecem os abortadores amigos do decisor; melhor, é impossível. "Oscar" garantido para o argumentista, the one and only George Rabbit.
Vou recomendar à minha amiga Elizabete, a empenhar-se pela vida da filha de 30 anos, a morrer com um cancro e há meses à espera de vez nos hospitais públicos, que a candidate a um aborto nas privadas; depois, é só uma pequena derivação no acto médico, facilmente justificável - estará sempre em causa uma vida, só que em vez de acabarem com uma, trata-se de tentar salvar uma outra; pouca coisa, para os clínicos de serviço, mas um mundo de diferença para a doente que luta pela sobrevivência.
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