Tuesday, April 29, 2008

Antologia

The setting of houses, cafes, the neighbourhood
that I've seen and walked through years on end:
I created you while I was happy, while I was sad,
with so many incidents, so many details.
And, for me, the whole of you has been transformed into
feeling.

Constantine P. Cavafy

Hunger in a world of plenty

«Plainly, only a coordinated multilateral response will have an impact. First, and most immediately, governments have to provide funds to help stave off crises. That means providing the World Food Program with at least $500 million to cover existing funding shortfalls. In addition, developing countries need money to buy seeds, fertilizer and feed. The FAO puts that price tag at between $1.2 billion and $1.7 billion. The World Bank will make a start by doubling its aid to the agriculture sector in Africa from $450 million to $800 million.
Over the longer term, investment in agricultural infrastructure is essential to ensure that crops get from the fields to the market. Energy efficiency must also increase. Perhaps the most important step forward would be the successful completion of the Doha Round of trade negotiations — as originally intended. These talks were supposed to focus on developing country needs. That meant lifting barriers to agricultural markets in developed countries. Sadly, that ambitious — and critical — objective has not been met. As a result, trade-distorting agricultural subsidies and protection continue, hurting the world's poorest and weakest citizens. Enough is enough
.
»
The Japan Times online

E por falar em pornografia...

... o site de pornografia para cegos vai inovando e acumulando sucesso. Para que a luta contra a discriminação dos deficientes seja tão eficaz quanto se pretende, espera-se que os responsáveis se lembrem que há cegos surdos, e façam o necessário upgrade ao seu bem sucedido site.

Skammen (4)

Há tantos a enfiarem a carapuça!

Skammen (3)

Apontamentos de uma conversa de alguns alunos com uma jornalista, por Fernanda Câncio, no Cinco Dias:
«De repente, a conversa está nos professores: o que fez um deles chorar e sair da sala porque lhe disse que ele tinha ciúmes do melhor amigo, outro que “falava de sexo nas aulas” – “e não era tipo educação sexual”, atalha logo um –, “dizia que as mulheres não lhe resistiam” e um dia “meteu as mãos nas pernas de uma aluna”. Fizeram queixa à directora de turma, que levou o caso ao conselho executivo. “Disseram que ele ia levar um processo disciplinar”. “Mas não levou”, concluem. “Felizmente já não nos dá aulas, não gostávamos nada dele”.
Encorajados com a perplexidade da interlocutora, avançam para a “sotôra de português”. A “sotôra de português que está sempre a falar da ministra”. Como, a falar da ministra? Riem. “Ah, a dizer que ela devia deixar de ser ministra, que se devia ir embora, porque trata mal os professores…” E vocês, que dizem? “Não dizemos nada, ficamos ali a ouvir aquela seca. Às vezes interrompemos, ‘ó sotôra…’ [com ar de enfado]. Mas ela quando começa nunca mais se cala. Que tem nos avaliar a nós e depois ainda tem de avaliar os colegas, que é muito trabalho…” Rebolam os olhos. “Os professores sentem-se maltratados… E ela vem desabafar connosco, coitada”.
Não, nunca contaram isto aos pais. Sabem perfeitamente que está errado uma professora ocupar tempo de aulas a ventilar as suas objecções à política da educação, mas desculpam-na. “Os professores estavam habituados a ter regalias e agora acabaram-se…”, comenta a ruiva sardenta de olhos verdes, a mais alta do grupo. O moreno de óculos, cabelo escadeado e rosto angelical que o professor fez chorar acrescenta, rápido: “A minha mãe farta-se de trabalhar e está sempre a ser avaliada, porque é que os professores não hão-de ser?” Os outros concordam. A questão nasceu decerto das conversas lá em casa, mas nunca chegou à aula de português. Afinal, é a professora que os avalia, e não ao contrário – talvez eles não a queiram contrariar por isso, ou apenas porque, com 15 anos, têm maturidade suficiente para perceber que quem lhes devia dar o exemplo nem sempre está à altura. E porque são bons miúdos. Também há, aliás, há sobretudo disso, bons miúdos. Como estes, que mal ouvem, lá longe, tocar a campainha da escola se despedem, não sem antes acrescentar: “Mas não fique a pensar mal dos professores, temos professores muito bons”. E outros que não. Qual é a novidade
?
»

Skammen (2)

Ver aquele inenarrável membro do governo, de olhinhos brilhantes, a perorar sobre utensílios contra o carjacking, isenção de impostos para os ditos aparelhinhos, perseguições bondianas aos ladrões e o happy end da recuperação do veículo são e salvo é, para ser soft, pornográfico.

Skammen (1)

Há quem tenha vergonha de si mesmo quando se olha ao espelho. Deverão ser poucos os portugueses que não sentem vergonha da sua passividade quando acabam de ver os telejornais, tamanha é a falta de vergonha que expõem aqueles que se governam, "governando-nos". A reacção daquele que está ministro da tutela dos polícias aos incidentes na esquadra de Moscavide é, para ser soft, pornográfica.

Wednesday, April 23, 2008

Notinha de reflexão para os peregrinos da Santana à Lapa

«Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista. Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?»
Alexandre O'Neill

Dig, Lazarus, Dig!!!

Nick Cave

Democrats Divided Over Effect of Long Campaign

Refundação?


Excerto do discurso proferido por Francisco Sá Carneiro no encerramento do I Congresso Nacional do PPD, em 24 de Novembro de 1974:
«O Programa que aprovámos mostra bem que o nosso caminho tem de consistir na construção de uma democracia real. Não basta apenas rejeitar, ainda que claramente, as vias oferecidas pelo neocapitalismo e pelo neoliberalismo, por incapazes de resolverem as contradições da sociedade portuguesa e de evitarem a inflação, o desemprego, a insegurança e a alienação na sociedades que constroem. Não bastam reformas de repartição ou redistribuição de riqueza, sobretudo pela utilização da carga fiscal. Há que introduzir profundas reformas estruturais, que alterem mecanismos do poder e substituam à procura do lucro outras motivações que dinamizem a actividade económica e social. Propomo-nos, assim, construir não apenas uma simples democracia formal, burguesa, mas sim, uma autêntica democracia política, económica, social e cultural.
A democracia política implica o reconhecimento da soberania popular na definição dos órgãos do poder político, na escolha dos seus titulares e na sua fiscalização e responsabilização; exige a garantia intransigente das liberdades individuais, o pluralismo efectivo a todos os níveis e o respeito das minorias; não existe se não houver alternância democrática dos partidos no poder, mediante eleições livres, com sufrágio universal, directo e secreto.
A democracia económica postula a intervenção de todos na determinação dos modos e dos objectivos de produção, o predomínio do interesse público sobre os interesses privados, a intervenção do Estado na vida económica e a propriedade colectiva de determinados sectores produtivos; pressupõe ainda a intervenção dos trabalhadores na gestão das unidades de produção.
A democracia social impõe que sejam assegurados efectivamente os direitos fundamentais de todos à saúde, à habitação, ao bem-estar e à segurança social; exige a abolição das distinções entre classes sociais diversas e a redistribuição dos rendimentos, pela utilização de uma fiscalidade justa e progressiva.
Finalmente a democracia cultural consiste em garantir a todos a igualdade de oportunidades no acesso à educação e à cultura e no favorecimento da expressividade cultural de cada um. »

Patinha na poça!


Passos perdidos!


Ainda não chegámos à Madeira!


Sócrates não merece tal seguro de vida!




Acabou a brincadeira!

Já não era sem tempo!

Tuesday, April 15, 2008

Zapatero e as mulheres

As mulheres estão em maioria no segundo governo de Zapatero, para grande alegria dos defensores da causa da igualdade feminina. O motivo é interesseiro, percebe-se, mas a surpresa talvez venha a ser grande, porque as mulheres são boas gestoras e boas políticas. Não se cuidem os homens, e ainda teremos que impor quotas, para eles!

O Papa nos Estados Unidos...


... sem fugir à questão dolorosa dos abusos sexuais praticados por padres americanos.

Who leads on the issues?

Mário Nogueira reivindica vitória sobre o ME...

... e a ministra clama que não houve recuo do ME!

Nas costas de Berlusconi...

... Santana Lopes julga ver o seu futuro, o mesmo que outrora lia pelas estrelas. Perceberá ele que nenhum dos instrumentos de leitura é fiável? Duvido.
Feliz escolha de imagem, a do Público. Num fundo que nem é PPD nem PSD, aureolado por um círculo que justificará a expressão estupidificada, Santana Lopes é a imagem do descalabro do maior partido da oposição - vago e irrealista.

Wednesday, April 02, 2008

el Nuevo Herald

Em Miami, as atenções centradas nas mudanças em Cuba, no futebol espanhol e, curiosamente, no luxo da cozinha portuguesa. Faz sentido!

Antologia

Amar o universo não me traz mágoa.
sobretudo,amar a areia
arrebata-me de júbilo e paixão.
Amar o mar completa a minha vida
com o tacto de um amor imenso.
Mas veio o vento e ,por momentos,
amargurou o meu corpo,a oscilar.
E está o Sol aqui,depois de uns dias
com o jardim obscurecido a beber sombra.
E sei que os átomos zumbem
e dançam como os insectos,
ébrios em redor do pólen.


Fiama Hasse Pais Brandão

«The people's votes and the people's guns are always inseparable twins. »*


* Robert Mugabe

Venda nos olhos

Albino Almeida, o sinistro "pagem" da ministra, ou não fosse esta quem lhe paga as mordomias, vem, como é seu hábito, fazer o trabalho sujo ao ME - neste caso, lançar para a opinião pública casos de maus-tratos de professores sobre alunos, como manobra-travão das denúncias de violência sobre professores, que irromperam pela comunicação social a reboque do vídeo do telemóvel.
É absolutamente inadmissível qualquer situação de violência nas escolas, seja de professores sobre alunos, seja destes sobre professores (infelizmente bem mais frequentes, nos tempos que correm), mas estas movimentações de Albino Almeida tresandam a rasteiro manobrismo político do governo, useiro e vezeiro neste tipo de gestão da informação. Albino Almeida não surpreende, o governo também não. No eixo Belém-São Bento, a pressão sobre Pinto Monteiro parece mais do que simples invenção dos desiludidos com o papel tutelar do PR.

João Paulo II - ainda tão presente