Friday, March 31, 2006

Caixa de entrada

Achas que passou a ser bem dizer que nunca lemos a Rebelo Pinto?

Até quando Sócrates aguentará não remodelar um ministro sob pressão?

A sua preocupação não se terá atenuado, quando é a própria CPCP a informá-lo de que «já tinha alertado para a situação dos portugueses ilegais no Canadá e que o Governo português "nada fez", chegando-se a "uma situação de emergência" e que "esta realidade não é nova e que, de repente, Portugal acordou para esta situação".»
Atendendo a que o fenómeno não é novo, a quem serve toda a mediatização em torno dos regressados e da desastrada actuação do ministro? Outro "seguro de vida" para Freitas continuar no governo?

Ele anda por aí

E perturbado, como é seu hábito.
Com a sua intervenção sobre os portugueses repatriados do Canadá, Jorge Sampaio deu a indicação do papel que se reserva nos próximos cinco anos - o de controleiro do inquilino de Belém! Verdadeiramente, há hábitos que não se perdem: uma vez controleiro, sempre controleiro. Até porque há "postos" que também não se assumem por acaso.

Chamem a RCMP!*

* Royal Canadian Mounted Police

Freitas disse na televisão que os portugueses agora expulsos tinham sido notificados há um ano. Se assim foi, o que esteve o MNE a fazer, entretanto? A assobiar para o lado?

(No) Dinheiro Digital

E isto apesar das OPAS e contra-OPAS, das 333 medidas que chegam e dos 187 organismos que partem, do palavreado de Sócrates e da afonia das oposições.

Wednesday, March 29, 2006

What Matters Most Is How Well You Walk Through the Fire *



My father believed in work

he was proud to have a

job

sometimes he didn't have a

job and then he was very

ashamed

he'd been so ashamed that he'd

leave the house in the morning

and then come back in the evening

so the neighbors would'nt

know

* Charles Bukowski

Professora hospitalizada após agressão de aluno

Desta vez, aconteceu no Porto, numa escola básica, dentro da sala de aula, com um aluno do 5º ano de escolaridade.
Mais um caso de violência sobre uma docente, que vence a barreira de silêncio das paredes da escola e que sai para a comunicação social.
Curiosa é a atitude dos sindicatos do sector, perante estas notícias. E daí, talvez não!
ADENDA:
O Público, na sequência deste caso, refere um relatório do Departamento de Segurança do Ministério da Educação, segundo o qual se registaram, no último ano lectivo (2004-2005), mais de 1200 agressões dentro das escolas. A propósito, o Presidente da Associação Nacional de Professores considera que "Estes números mostram que a violência nas escolas não é tão residual como o Ministério da Educação afirma", e que a sucessão de casos "começa a dar nota de que há um problema que é necessário antecipar em termos de medidas preventivas". Para já, vai debater-se, em Segóvia, a questão da violência nas escolas, no IV Encontro Luso-Espanhol, uma organização conjunta da ANPE (Associação Nacional de Professores de Espanha) e da Associação Nacional de Professores.

Tuesday, March 28, 2006

"Hell yeah this crazy life around me/It confuses and confounds me"*

(foto roubada ao French Kissin')

O Iraque, três anos depois, merece esta reflexão de jmf. Se, presentemente, é fácil, até para o mais ingénuo dos observadores dos meandros da política internacional, como eu, conseguir perceber que daquele atoleiro não se vai poder sair bem, a alternativa que havia há três anos atrás ter-nos-ía mais "confortáveis" hoje?
* Neil Diamond, Hell Yeah / 12 songs

Farinha 33

Sócrates apresentou ontem o upgrade. A farinha é a mesma, na versão solúvel.

Caixa de entrada

Ela sofria de claustrofobia, ele curou-a: saiu de casa.

Monday, March 27, 2006

Dia Mundial do Teatro

No Old Vic Theatre, em Londres, a última peça de Arthur Miller, Resurrection Blues, uma comédia negra dirigida por um homem de cinema, Robert Altman.
«High in the mountains of a South American banana republic, a revolution is brewing. When the rebels’ messiah-like leader is captured, a New York production company swoops in to televise his execution – death by crucifixion – and an explosive chain of events ensues. Humorous, poetic and thought-provoking, Resurrection Blues brilliantly satirises misguided global politics and the predatory nature of a media-saturated culture. »



Vamos ao Teatro?

Sunday, March 26, 2006

Industrial society possesses the instrumentalities for transforming the metaphysical into the physical, the inner into the outer, the adventures of the mind into adventures of technology. The terrible phrases (and realities of) “engineers of the soul,” “head shrinkers,” “scientific management”, “science of consumption”, epitomize (in a miserable form) the progressing rationalization of the irrational, of the “spiritual” – the denial of the idealistic culture. But the consummation of technological rationality, while translating ideology into reality, would also transcend the materialistic: antithesis to this culture. For the translation of values into needs is the twofold process of (1) material satisfaction (materialization of freedom) and (2) the free development of needs on the basis of satisfaction (non-repressive sublimation). In this process, the relation between the material and intellectual faculties and needs undergoes a fundamental change. The free play of thought and imagination assumes a rational and directing function in the realization of a pacified: existence of man and nature. And the ideas of justice, freedom, and humanity then obtain their truth and good conscience on the sole ground on which they could ever have truth and good conscience – the satisfaction of man's material needs, the rational organization of the realm of necessity.
Herbert Marcuse, One Dimensional Man

Está chata, a política!

Pires de Lima tem carradas de razão.
Os partidos portugueses precisam, urgentemente, de uma boa dose de sex appeal.

Tuesday, March 21, 2006

No Dia Mundial da Floresta

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Vincent van Gogh
Filho da floresta, água e madeira vão na luz dos meus olhos, e explicam este jeito meu de amar as estrelas e de carregar nos ombros a esperança.
Um lanho injusto, lama na madeira, a água forte de infância chega e lava.
Me fiz gente no meio de madeira, as achas encharcadas, lenha verde, minha mãe reclamava da fumaça.
Na verdade abri os olhos vendo madeira, o belo madeirame de itaúba da casa do meu avô no Bom Socorro, onde meu pai nasceu e onde eu também nasci.
Fui o último a ver a casa erguida ainda, íntegros os esteios se inclinavam, morada de morcegos e cupins.
Até que desabada pelas águas de muitas cheias, a casa se afogou num silêncio de limo, folhas, telhas.
Mas a casa só morreu definitivamente quando ruíram os esteios da memória de meu pai, neste verão dos seus noventa anos.
Durante mais de meio século, sem voltar ao lugar onde nasceu, a casa permaneceu erguida em sua lembrança, as janelas abertas para as manhãs do Paraná do Ramos, a escada de pau-d’arco que ele continuava a descer para pisar o capim orvalhado e caminhar correndo pelo campo geral coberto de mungubeiras até a beira florida do Lago Grande onde as mãos adolescentes aprendiam os segredos dos úberes das vacas.
Para onde ia, meu pai levava a casa e levava a rede armada entre acariquaras, onde, embalados pela surdina dos carapanãs, ele e minha mãe se abraçavam, cobertos por um céu insuportavelmente estrelado.
Uma noite, nós dois sozinhos, num silêncio hoje quase impossível nos modernos frangalhos de Manaus, meu pai me perguntou se eu me lembrava de um barulho no mato que ele ouviu de manhãzinha clara ele chegando no Bom Socorro aceso na memória, depois de muito remo e tantas águas.
Nada lhe respondi. Fiquei ouvindo meu pai avançar entre as mangueiras na direção daquele baque, aquele baque seco de ferro, aquele canto de ferro na madeira — era a tua mãe, os cabelos no sol, era a Maria, o machado brandindo e abrindo em achas um pau mulato azul, duro de bronze, batida pelo vento, ela sozinha no meio da floresta.
Todas essas coisas ressurgiam e de repente lhe sumiam na memória, enquanto a casa ruína se fazia no abandono voraz, capim-agulha, e o antigo cacaual desenganado dava seu fruto ao grito dos macacos e aos papagaios pândegas de sol.
Enquanto minha avó Safira, solitária, última habitante real da casa, acordava de madrugada para esperar uma canoa que não chegaria nunca mais.
Safira pedra das águas, que me dava a bênção como quem joga o anzol pra puxar um jaraqui na poronga, sempre vestida de escuro a voz rouca disfarçando uma ternura de estrelas no amanhecer do Andirá.
Filho da floresta, água e madeira, voltei para ajudar na construção do morada futura. Raça de âmagos, um dia chegarão as proas claras para os verdes livrar da servidão.
Thiago de Mello

Antologia*

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles

*No Dia Mundial da Poesia

Monday, March 20, 2006

«pour ne pas être les esclaves martyrisés du temps, enivrez-vous, enivrez-vous sans cesse de vin, de poésie, de vertu, à votre guise.»*

Que longe estamos do Maio de 68!
Estes jovens, em luta contra a precaridade do emprego, esmurram-nos com as diferenças.
* Charles Baudelaire


Santana Lopes recuou na sua quixotesca proposta de comprar o Audi que ninguém parece querer. Até aqui, nada a que não estejamos habituados - muda de opinião como muda de camisa. O que já surpreende, é ele dizer que sonha ter um Smart, mas, vista a publicidade, percebe-se porquê.

Sunday, March 19, 2006

Sempre me habituei a ver o meu pai rodeado dos seus livros, dos seus escritos, dos seus cadernos de anotações diárias, com que complementava a sua prodigiosa memória e entretinha os seus dias. Dos muitos anos em que a doença neurológia lhe foi minando o corpo, é à sua vontade inquebrantável, à sua mente brilhante e lucidez inteligente, que vou buscar as mais gratificantes e ternas recordações, pois foi uma lição de vida observar como essa luta por manter intacta a inteligência e a memória demonstrava a dignidade com que enfrentou a doença, mantendo o respeito por si próprio e pelos outros.
Ainda hoje, junto da sua cama, vendo aquele olhar vago que fixava em nós, quis acreditar que, encerrado do seu mundo inerte e silencioso, estava escrevendo histórias de outros tempos, contos, poesias, até uma cantiga, como sempre fazia. Acreditar nisto deu-me uma certa paz, e muita angústia também.

Laranja amarga

Excelente, a cobertura que o Bloguítica tem dado à situação interna do PSD, a qual tem um dos seus mais caricatos episódios no Congresso deste fim-de-semana.
Pergunta-se nele, a dado momento, numa entrada a não perder:
«No último ano, quem é que Marques Mendes convidou?Que responsabilidades é que lhes delegou?»
Não fosse a pergunta retórica, e quase apetecia responder-lhe: Convidou o pior de tudo o que o antecedeu, santanismo incluído, e deu-lhes o espaço necessário para exercerem os seus "talentos".

Orfandades

Não deixa de ser simbólico que tanto o CDS como o PSD discutam, neste fim-de-semana , questões de legitimidade da liderança que têm. Neste caso, "matar o pai", também pode ser uma forma de lhe comemorar o dia.

Friday, March 17, 2006

Todo está en su lugar;
las golondrinas en la torre más alta de la iglesia;
el caracol en el jardín;
y el musgo en las húmedas manos de las piedras.

Nicanor Parra

Wednesday, March 15, 2006

E agora, senhora ministra da educação?

Neste blog têm-se feito referências ao facto de a profissão docente ter uma componente de risco não descartável. Tenho recebido, a propósito, algumas manifestações de cepticismo e de desconforto relativamente a essas referências, como se não passassem de episódios que, de algum modo, são empolados por profissionais pouco motivados e pouco dedicados à profissão.
Agora, temos esta notícia de uma professora agredida dentro de uma grande escola de Lisboa, no caso por jovens que não pertencem ao estabelecimento de ensino, e sem outras consequências que não sejam a humilhação e o choque.
Numa circunstância como esta, que apenas se destaca porque se tornou público o que costuma ficar encerrado na comunidade educativa, caía bem ouvir um comentário adequado, por parte equipa do ME. Ou será que a senhora ministra da educação apenas se lembra dos professores para lhes elencar os defeitos que lhes atribui?
À professora vítima desta agressão, que não conheço, manifesto a minha solidária simpatia.
Não surpreende o súbito interesse de Sócrates por Angola, como espaço a privilegiar pelos nossos empresários, atendendo à pujança do crescimento da sua economia. A sua deslocação, com extensa comitiva, é, portanto, de saudar e esperam-se, com expectativa, os resultados desta expedição, que decorrerá no princípio de Abril.
Acontece que daríamos mais crédito a estas investidas do governo, e teríamos mais confiança nas possibilidades de sucesso dos contactos a estabelecer, se conseguíssemos enquadrar as relações bilaterais entre os dois Estados numa maior e mais genuína partilha do interesse comum, o que, sem dúvida, transcende a relação económica e que, em primeira linha, deveria estruturar-se em torno daquilo que constitui uma verdadeira expressão de lusofonia. Infelizmente, temos demasiadas evidências do abandono a que votamos esse relacionamento com o povo de Angola, evidências que passam, só a título de exemplo, pela relação que estabelecemos com os imigrantes angolanos e pela forma como acautelamos a nossa história comum e o nosso património cultural partilhado. Sem precisarmos de ir buscar os abundantes exemplos que encontraríamos desse desinteresse, não deixa de ser elucidativa a notícia de que deixaram esgotar-se, em Lisboa, a vacina contra a febre amarela, indispensável para quem se desloca para África, nomeadamente para Angola. Claro que Sócrates e a sua comitiva acabarão por não ser penalizados por esta falha, mas é pena. Talvez passassem a dar maior importância aos pequenos pormenores, que, na maioria das vezes, fazem a diferença entre o que se pretende e o que, efectivamente, se obtém.

A união de facto entre o poder político e o poder mediático

Apesar de ser assassina, a carta aberta que Vicente Jorge Silva escreve ao ministro Santos Silva, não deixa de tocar em pontos nevrálgicos para a desmontagem da socrática tentação de regulação dos media.
Diz ele que «uma coisa é a actividade reguladora desempenhada por uma entidade acima de toda a suspeita e outra coisa bem diferente é criar uma ERC com competências dúbias e obscuras, formada num ambiente politicamente opaco e com base em critérios de escolha (não apenas do seu presidente como também dos restantes membros) que nos remetem para as piores práticas do arranjismo e clientelismo político-partidário, ainda por cima escudadas no álibi hipócrita da legitimidade parlamentar. » E recordando a facilidade com que se "articulou" o consenso entre o governo e o maior partido da oposição, nesta matéria, alerta: «o Governo (...) está precisamente a criar uma caixa de pandora que só favorece a promiscuidade crescente entre o poder político e os media. »
Independentemente das boas e más razões que motivaram esta carta aberta, é importante que isto fique dito, assim.

Choque tecnológico - juntas de freguesia sem acesso à internet

Já se sabia da habilidade propagandística do governo. Também estamos cansados de ver o governo anunciar, com segura convicção, medidas que, por serem apenas boas ideias, não passam da fase de intenção e do anúncio público.
Para os descrentes, um exemplo: a decisão da declaração obrigatória das aves foi tomada no desconhecimento de que muitas juntas de freguesia não dispunham dos meios para porem a acção em marcha. Agora, lá se vão tapando os buracos com o portuguesíssimo desenrascanço.

Tuesday, March 14, 2006

Frida Kahlo, The Bus

Monday, March 13, 2006

O governo anunciou a intençao de criar provas nacionais de admissão à carreira docente.
A meu ver, não se justificam, nem o alarido que por aí vai nos representantes da classe, nem o tom com que o ME anuncia a intenção, reforçando, uma vez mais, a ideia de que a qualidade profissional dos professores é o pior dos males de que enferma a educação.
Num conjunto de medidas que visam assegurar a qualidade do ensino, e no que ao desempenho dos professores respeita, tão importante como estabelecer critérios de admissão à entrada na carreira, são a formação contínua, a avaliação dos professores e as condições que se criem para o exercício da função docente. Esperemos, portanto, que o governo não se fique apenas pelo tapete da entrada.

Portugueses "fundamentais"

A propósito das escolhas a que os passarotos constipados irão obrigar, escreve o Acidental Rodrigo Moita de Deus, :
«Em caso de epidemia o país, para sobreviver, decide salvar o eng. Sócrates, Freitas do Amaral e os directores gerais da função pública. Imaginem um país povoado de Vitalino´s Canas, José Lello´s, Maria de Belém´s. Imaginem um país onde eles se multiplicam entre eles, cheio de pequenos Belém Lellos brincando com Vitalinos Ferro Rodrigues. Imaginaram? Nestas circunstâncias quem quer sobreviver à gripe? »
Rodrigo, à conta das tiradas de génio com que tem subido a cotação do Acidental, tornar-se-ia um forte candidato à lista dos fundamentais, se o mérito próprio contasse para o caso. Pelo sentido de humor, um bem tão escasso neste sorumbático rectângulo.

Sunday, March 12, 2006

Side effects


Onde há conta há desconto

Santana Lopes propõe-se comprar o celebérrimo Audi, que ninguém parece querer. O quixotesco gesto não terá o efeito que a cabeça dormente do seu autor julga poder colher junto de potencial eleitorado, mas não será um mau negócio. De tal forma o não é, que até parece talhado à medida...

«The public is wonderfully tolerant. It forgives everything except genius.»*

O Espectro acabou. Compreende-se porquê, mas deixa um vazio enorme.
* Oscar Wilde

Thursday, March 09, 2006


As palavras de circunstância, por serem isso mesmo, devem ser, adequada e criteriosamente, escolhidas. Dizer de Sampaio que teve «elevado sentido de Estado» cai mal, quando se recorda a forma como geriu a substituição de Durão Barroso. O calculismo político e a subserviência a interesses partidários não casam com o sentido de Estado. Esteve mal Cavaco, ao não ser capaz de cumprir o ritual honorífico com maior sensibilidade linguística.

Cavaco Presidente

«estabilidade política não é um valor em si mesmo» - muito bem!

Wednesday, March 08, 2006

Já somos poucos, mas será que sobra algum?- para além do governo e Cª, claro.

O governo diz que, com o aumento das taxas moderadoras, visa desincentivar o recurso desnecessário às urgências hospitalares. Até se perceberia a boa intenção, não fosse o caso de se vir processando o encerramento acelerado de centros de saúde e de atendimento permanente, por todo o país, nomeadamente nos grandes centros urbanos. Se relacionarmos esta planeada desertificação de tais estruturas de apoio com a intenção expressa pelo governo de, num prazo de 3 a 5 anos, encerrar praticamente todas as unidades hospitalares na zona central de Lisboa, IPO incluído, começamos a pensar que, ou Sócrates está a "afinlandar" mal, ou alguma andorinha constipada confidenciou ao governo que a baixa demográfica à conta dos passarotos virusados será avassaladora.
Para já, o governo embolsa 9 milhões de € com o aumento.

Minha senhora, no seu dia


«Paridade compulsiva? Não, obrigada.», Susana, 30 anos.

Mais Estado, Menos Arte?



Erradamente, talvez, mas dele esperava-se mais irrequietude e menos cinzentismo. Ele tinha-o prometido, aliás. O que vimos foi, ainda, muito o Portas na sua fatiota de governante, em pose responsável, contida e prudente. Informado, seguro e com interesse, mas sem golpe de asa, a tal arte que falta à generalidade dos nossos políticos e que a ele lhe tem sobrado. Não tinha PP muitas opções, convenhamos, entalado que está entre o seu passado, o seu futuro, a impossibilidade de se colar ao estilo de Marcelo e um quadro político cada vez mais cinzento e soporífico.

A prestação mereceu honras de notícia, aqui e aqui . Veremos o que o instinto deste talentoso político lhe dita para as próximas sessões, porque há o factor audiências a ter em conta. E este, possivelmente, está em colisão (incontornável, o vencedor dos Oscars) com os objectivos pessoais, a longo prazo, deste amadurecido PP.

Tuesday, March 07, 2006

Magistralmente simbólico.

Monday, March 06, 2006

Quando a cabeça não tem juízo...

Por princípio, nada tenho contra seguirem-se bons exemplos, ou aproveitarem-se e adaptarem-se experiências e modelos bem sucedidos. Infelizmente, nos últimos trinta anos, as sucessivas reformas do sistema educativo nacional alimentaram-se da importação do que se ía fazendo lá por fora, e cada uma delas era sempre apresentada como a mais garantida estratégia para uma rápida e eficaz superação dos nossos endémicos problemas. Os resultados falam por si mesmos.
Agora, é a aventura finlandesa, com os habituais entusiasmos e efeitos propagandísticos. Será apenas mais uma experiência? Teme-se que sim, deseja-se que não, porque, parafraseando o Variações, a escola é que paga.

Alfred Gockel
Com a generalização de formas alternativas de procriação, médica e laboratorialmente assistida, a tendência é o ser humano tornar-se, progressivamente, homossexual.

Friday, March 03, 2006

Acabion

The best way to predict the future is to invent it - Alan Kay

Thursday, March 02, 2006

O acessório

Dispense-se.

Sofrível!


Os portugueses avaliaram-no: 13,5 é a média. Por comiseração, deram-lhe muito mais do que merece, certamente muito mais do que receberia, não fosse este estilo português suave que nos caracteriza quando lidamos com a mediocridade. Pensando melhor, esta avaliação é mais assassina do que se fosse negativa, porque é assim assim. Como ele, irrelevante. Passa à história sem história, tornar-se-à invisível assim que as objectivas apontarem noutra direcção. Descanse em paz, e não volte.
«A sabedoria? É uma felicidade verdadeira ou uma verdade feliz. Não façamos disso um absoluto, porém. Podemos ser mais ou menos sábios, do mesmo modo que podemos ser mais ou menos loucos. Digamos que a sabedoria aponta para uma direcção: a do máximo de felicidade no máximo de lucidez
André Compte-Sponville