Monday, March 31, 2008

Uma linda pose...

...para um Primeiro-ministro?

Palavras cantadas

Teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caídas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos, são sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.
Olhos azuis são ciúme
e nada valem para mim,
Olhos negros são queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes são traição
são crueis como punhais,
olhos bons com coração
os teus, castanhos leais.


Alves Coelho

Já chegámos à Madeira?

Na tômbola em que se joga o futuro do PSD, as peças começam a rolar. Alguns "números" apenas servem para manter o interesse, enquanto não sai o jackpot!

Alguém acreditaria que a conclusão pudesse ser outra?







BBC News

America's foreign policy after Bush

«Most importantly, the next president will want to broaden American foreign policy from its preoccupation with the “war on terror”. The Olympic games in Beijing this summer will remind Americans of China's growing economic might, at a time when America is nervous about its own economic performance and faces powerful protectionist pressures at home. Russia's growing authoritarianism and assertiveness is also bound to pose a big strategic problem.
Even so, the issues that dominated the Bush presidency will not go away. Defeating radical Islam will remain a mainspring of American policy. Al-Qaeda still seems determined to inflict massive casualties on America's civilian population. It is still powerful and continues to pursue biological and even nuclear weapons. The president's first job is to protect the American people from attack, so al-Qaeda will remain an overriding worry. »
Economist.com

Le quartier des paroles


«Ce que la bouche s'accoutume à dire, le coeur s'accoutume à le croire»
Charles Baudelaire

Sunday, March 30, 2008

Há quem seja corno...


... e não saiba. É pior!

Thursday, March 27, 2008

Calvin Klein

Sopas de leite e paninhos quentes

Só hoje? A reboque do escândalo público? Quase aposto que preferia poder evitá-lo.
Entretanto, a escola propôs, e a DREN aplicou, o estatuído para a prevaricação grave praticada por alunos - a transferência de escola. Este caso permite tornar público que o "castigo" maior a poder ser aplicado se resume a uma mudança de cenário.
Percebem todos, agora, como isto chegou ao caos a que chegou?

E Bruni vestiu-se...



... a rigor, para a visita de Estado ao reino de Sua Majestade. Procurando fazer esquecer a nudez que se vende em leilão, acabou demonstrando que a classe profissional de top model permanece intacta. Do conjunto elegante e austero, a lembrar o estilo de Jackie Kennedy, à chegada, ao requintado e principesco vestido de noite, a senhora Sarkozy esteve à altura da tradição francesa - bon chic bon genre. Como nenhuma outra primeira dama da França, nas últimas décadas.

Wednesday, March 26, 2008

Le quartier des paroles



«A force d’aller au fond des choses, on y reste

Jean Cocteau

O progresso na educação nacional!...

José Mourinho ofereceu-se ao Real Madrid?

Pode lá ser! E anda o special one a fazer-se caro!

Sócrates abriu a campanha eleitoral

Desce o IVA para 20%. Boa!

Um tempo que passa


Morreu Richard Widmark, uma lenda do cinema. Tinha 93 anos e era um homem pacato e bom, apesar da imagem que lhe deram as personagens diabólicas que encarnou na tela.

Let's talk about figures

A nossa mulher em Maputo*

Maria de Lurdes Rodrigues descansa a imagem e a cabeça, acompanhando a comitiva do Senhor Presidente a Moçambique. Para além do efeito útil de a retirar das garras da contestação que enfrenta, o Senhor Presidente, ignorando a sensibilidade dos que lhe levam a mal tal demonstração de apoio e simpatia pela sinistra personagem, aproveitará a proximidade para umas explicações particulares sobre o complexo processo de avaliação dos professores? Entretanto, o ajudante da ministra mete os pés pelas mãos na questão da violência escolar, mas até nisso a ministra ficou a ganhar com a ausência - pelo menos, estas bacoradas não foi ela que as disse.
* a actual ministra e antiga cooperante terá aproveitado para explorar futuras oportunidades de trabalho no território?

O silêncio é de ouro*

«O PSD considerou hoje que o anúncio do ministério da Educação de que as escolas podem contratar técnicos para resolver problemas graves de indisciplina é mais um "sinal de absoluta desorientação do Governo", que surge fora da altura ideal

Vem o PSD clamar que o ME demonstra desorientação ao acenar com a contratação de técnicos para resolver os casos de escolas com indisciplina generalizada (só nestas? e o que se entende por generalizada?). Tem alguma razão o PSD, embora a nuance do politiquês na crítica ao governo acabe por deixar no balde do lixo da politiquice caseira o mais importante. Efectivamente, não é porque esta resposta do governo surge a reboque do caso do vídeo que está fora de tempo - é porque os parcos recursos que existiam no terreno foram desmantelados por esta equipa governativa, e nada foi criado em alternativa. Para quem tenha dúvidas de que o que este governo tem feito é desmantelar estruturas que existiam, ou reduzi-las ao ridículo de fachada inoperante, recordo o exemplo gritante da educação especial, e estamos conversados. Também não é por ter o governo rejeitado uma proposta semelhante do PSD, que perde agora razão na decisão - é porque não preveniu, a tempo, a possibilidade desta opção, agora caída do nada que é o imaginário governamental, e basta uma olhadela ao orçamento para concluirmos da impossibilidade daquilo que o senhor Valter Lemos afirma. É, sim, porque, uma vez mais, a ligeireza com que o governo admite efectuar esta contratação de técnicos demonstra duas coisas: primeiro, que não conhece a situação real no terreno, porque se conhecesse a extensão da mesma saberia que não tem meios para fazer face à dimensão do encargo que isto representa, para ser uma medida séria e eficaz; depois, que a contratação de técnicos supõe estarmos a falar de equipas multidisciplinares, uma por agrupamento escolar, com elementos suficientes, em número e em formação diversificada, e não a contratação avulsa de "técnicos", tarde e a más horas, em número espartilhado pelas restrições orçamentais, que o ME entende deverem condicionar estes recursos. Ora, só pode ser destas medidas avulsas e de remedeio que o senhor Valter Lemos está a falar, a não ser que queira que lhe chame mentiroso. Será néscio, se julga que pode fazer frente a um cancro em fase terminal com uma aspirina - não cura e pouco alivia - mas, infelizmente, os néscios não estão impedidos de serem nomeados para cargos governamentais.
Que os estabelecimentos de educação e de ensino tenham equipas técnicas multidisciplinares para enfrentarem os graves problemas que existem será, de facto, o melhor enquadramento para os conflitos relacionais que se vivem actualmente nas nossas escolas, e constituirão uma parte muito importante de uma nova arquitectura do sistema educativo que, quando estiver totalmente operacional, propiciará a existência de uma nova Escola, espaço privilegiado para a troca de saberes e de experiências, a partir de novas abordagens educativas, novas competências profissionais dos docentes, novas ferramentas de enquadramento social e cultural e, sobretudo, maior responsabilização de todos e de cada um. Só então teremos uma resposta adequada às emergentes e mutantes necessidades do novo tipo de aluno que as novas sociedades, abertas e informadas, criaram, aluno cada vez mais desconhecedor e distante do paradigma da relação familiar e social que conhecíamos.
Mas chegar a este patamar é aquilo em que o senhor Valter Lemos não pensa, não quer e não pode pensar. Porquê? Primeiro, porque de Escola sabe pouco, e de Educação sabe nada; depois, porque não está secretário de Estado para outra finalidade que, para além do proveito próprio, não seja melhorar os indicadores estatísticos da educação portuguesa com reengenharia laboratorial assistida, de caminho canalizar o orçamento do ME para as «melhorias» imediatamente visíveis, de preferência as que dão contrapartidas eleitorais, e outras, e, finalmente, embrulhar a acção do ME no celofane da propaganda governamental. Ao que o senhor Valter Lemos diz eu não chamaria desorientação, como faz o PSD, mas admito que a cortesia da oposição parlamentar imponha a este partido alguma contenção verbal. Até porque tem telhados de vidro...

* Valter Lemos deveria sabê-lo

Tuesday, March 25, 2008

Antologia

Sai-me dos dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos... No vento, ao passar,
A carícia que vaga sem destino nem fim,
A carícia perdida, quem a recolherá?
Posso amar esta noite com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida, andará... andará...
Se nos olhos te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece os ramos um doce suspirar,
Se te aperta os dedos uma mão pequena
Que te toma e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece a ilusão de beijar,
Ah, viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?


Alfonsina Storni

Obama, entretanto...

A pequena mentira de Hillary Clinton

Ao pretender "enfeitar" com uns tirinhos a sua deslocação à Bósnia enquanto primeira dama, Hillary, a candidata, pôs-se a jeito para ser desmentida pelas imagens do evento. Nada que não a ajude no caminho de volta à Casa Branca. Afinal, o que espera a maioria dos americanos de um presidente, que não o ser capaz de mentir sob juramento? O episódio só vem provar que a tradição na família Clinton ainda é o que era.

Broken Windows

Porque o meu amigo Anthrax, com o seu imenso e irrequieto talento, consegue dizer a brincar o que deve ser levado muito a sério, aqui fica o que deixou na caixa de comentários:

«Ok, por breves momentos, já pensaram que a professora podia - simplesmente - ter mandado a aluna ir ouvir música para outro sítio? Bom, mas independentemente disso, aquele vídeo é uma vergonha e a sociedade está a criar trombadinhas aos molhos (e os que não são trombadinhas, são um bandinho de putos mimados cujo objectivo na vida é serem sustentados eternamente pelos pais). Por isso, não se pense que estou a defender a atitude daquela criaturinha dependente de telemóveis.Pessoalmente, não tenho nada contra os trombadinhas aos molhos, afinal todos precisamos de ter alguém que nos sirva quando vamos ao MacDonalds comer um hamburger. É - digamos assim - uma nova oportunidade :)Relativamente à questão deste assunto ser resolvido dentro da escola, a D. Milú esqueceu-se de um detalhe, quando um assunto ultrapassa as fronteiras de uma escola e se transforma numa questão de domínio público todos têm o direito de saber como é que vai ser resolvido, não é varrer a porcaria para debaixo do tapete (que aliás no caso desta Ministra, já nem há tapete, só há porcaria) e esperar que o deixa-andar resolva as coisas.Isto é "broken windows", ou se age e se consertam as pequenas "janelas" que estão partidas, ou no longo prazo temos um quarteirão inteiro a parecer-se com Bagdad em dia de bombardeamento.»

Meu amigo, tem toda a razão, a começar pela sugestão de se ter deixado a aluna com o telemóvel, mas, acrescento eu, não sem ter mandado os dois para outro espaço, que não o espaço-aula. Mas, para que isso pudesse ter acontecido assim, seriam necessários, pelo menos, dois requisitos: um, que a professora tivesse autoridade suficiente para mandar a aluna e o seu instrumento de prazer para fora do seu espaço de trabalho e dos restantes alunos; o outro, que a aluna possuísse um código de conduta capaz de reconhecer a infracção cometida e aceitar a inevitável consequência da mesma. Ao que parece, em ambas as intervenientes falhava o essencial: a autoridade na professora; regras de conduta na aluna. Podemos agora pensar o que quisermos sobre as razões por que uma e outra estavam no ponto sem retorno que conduziu à cena que protagonizaram, mas o que acontece é que andamos há 33 anos, pelo menos, a brincar com o papel da Escola, misturando e confundido conceitos como liberdade, responsabilidade, autoridade, abdicando diariamente do exercício de deveres e de direitos, perdendo princípios e valores ao ritmo da berraria daqueles que não possuem nem uns, nem outros. O estado a que isto já chegou, há muito, mas que só agora começa a ter direitos de primeira página, merecia ter tido o tratamento adequado pelas estruturas responsáveis – o ME, na definição do quadro de princípios; a administração educativa, no acompanhamento e controlo da implementação e aplicação do mesmo; as escolas e os representantes dos pais e dos professores, numa responsável exigência quanto à gestão do quotidiano escolar. A verdade é que todos se demitiram, esperando, sabe-se lá por que milagre, que tudo se encobrisse e se acalmasse. As "bolhas" deste tipo rebentam sempre, e por mais vozes isoladas que pregassem no deserto dos corredores da 5 de Outubro, a verdade é que ninguém quis fazer nada. Como era inevitável, a "bolha"
rebentou, e os “trombadinhas” (generoso, este Anthrax) passaram a ser as vítimas ou os carrascos, conforme a opinião publicada os apresenta às desvairadas gentes, e estas estão de um lado, ou do outro da barricada, para os catalogar. Apesar de não me surpreenderem, vejo, com mágoa, as notícias que vão "caindo" a propósito deste triste episódio, com sindicatos de professores, responsáveis da administração escolar e secretários de Estado a defenderem que a violência escolar, a existir (mereciam ir em comissão de serviço para uma escola problemática, já!), é assunto a resolver no âmbito de cada escola, pois cada uma delas está dotada dos meios necessários para responder, adequadamente, aos problemas. Mentira descarada e culposa, a deles, pois sabem bem que as escolas não têm os meios adequados para lidar com o problema, ao nível a que ele já chegou, engordado à força pelo eduquês de pacotilha que o ME tão carinhosamente tem acalentado. A autoridade dos professores e das escolas está irremediavelmente esgotada, e os estabelecimentos de ensino precisam de apoio externo para resolverem os graves problemas de disciplina que consomem os dias de quem cruza as portas dos espaços escolares com o objectivo de ensinar ou de aprender. Meu amigo, o ME precisava de meia dúzia de Anthraxes em postos-chave, para pôr ordem no caos que por lá reina. Como isso não se prevê que aconteça, valha-nos o PGR e outros que, como ele, não estejam dispostos a deixar a ministra e seus acólitos varrerem a porcaria para debaixo do tapete de Arraiolos em que a seráfica senhora descansa os ministeriáveis pés. Se também esta solução falhar, resta-nos rendermo-nos à evidência que regista João Pinto e Castro - a adolescência e as suas naturais pulsões tudo justificam, sobretudo em confronto com uma escola que nem de longe corresponde aos legítimos e naturais interesses dos jovens rebentos. Despida da subtil ironia, a sua mensagem não podia ser mais clara – quem, entre a não procriação e o eduquês, não escolherá este último, resignando-se à silenciosa "compreensão" que o mesmo tão vivamente recomenda e pratica? Viva a irreverência da juventude, inventem-se novos pais e novas escolas, "compreenda-se". Quem sabe, talvez seja Pinto e Castro que tem razão! Daqui por mais trinta anos voltaremos a conversar, sobre o mesmo.



Thursday, March 20, 2008

Tempo de Páscoa




Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.
Durante a ceia, - quando o demónio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.
Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.
Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!... Respondeu-lhe Jesus: O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve.
Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás os pés!... Respondeu-lhe Jesus: Se eu não tos lavar, não terás parte comigo.
Exclamou então Simão Pedro: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus: Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!...
Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais puros.
Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz?
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós. Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.

Do Evangelho segundo S. João

Ministra, mentiras e vídeo

Na AR, a ministra da educação gozou com os eleitos pelo povo, fechando-se em copas sobre as mais polémicas questões da avaliação de professores. Dado que o povo deu a maioria ao PS, presume-se que a maioria do povo se tenha sentido respeitado e confortável com o seu olímpico silêncio.
Sendo pragmáticos, para quê gastar tempo, e dinheiro dos contribuintes, chamando a senhora à AR? O que ela diz, ou já não corresponde à verdade, ou passará a não ser verdadeiro à primeira oportunidade, logo, pode evitar-se o ruído que tais declarações representam.
Entretanto, chocam-se os ingénuos com o vídeo da professora a ser fisicamente pressionada por uma aluna telemoveldependente. Pois bem, situações destas são mais do que frequentes nas escolas, não transpiram é para o exterior, por vergonha dos docentes, e porque o eduquês recomenda que se mantenha o assunto entre as paredes da "alcova" escolar. O que acontecerá quando testemunhos destes passarem a ser elementos a ter em conta na avaliação de alunos e de professores?

Antologia

Paralelamente sigo dois caminhos
Abstracto na visão de um céu profundo.
Nem um nem outro me serve, nem aquele
Destino que se insinua
Com voz semelhante à minha. O melhor mundo.
Está por descobrir. Não segue a lua
Nem o perfil da proa. Vai direito
Ao vago, incerto, misterioso
Bater das velas sinalado de oculto

Quero-me mais dentro de mim, mais desumano
Em comunhão suprema, surto e alado
Nas aragens nocturnas que desdobram as vagas,
Chamam dorsos de peixe à tona de água
E precipitam asas na esteira de luz.
Da vida nada senão a melhoria
De um paraíso sonhado e procurado
Com ternura, coragem e espírito sereno.

Doçura luminosa de um olhar. Ameno
Brincar de almas verticais em pleno
Sol de alvorada que descerra as pálpebras.

Ruy Cinatti

Páscoa Feliz


Tuesday, March 18, 2008

Backbiting (11)

A senhora da foto parece estar a ameaçar a realização do casamento Jolie-Pitt. Parece que não é por ter virado as costas ao flamante noivo, que a sensual noiva se acalma. Percebe-se porquê.

Monday, March 17, 2008

E, já agora, o SIADAP 2008

Podem perguntar ao mesmo ministro como está a correr no seu ministério o processo de avaliação neste ano da graça de 2008, e como pensa "flexibilizar" a aplicação da Lei nº 66-B/2007, de 28 de Dezembro, no MCTES.

Ainda o SIADAP 2007

Perguntem ao Senhor Ministro Mariano Gago se tem uma vaga ideia de quantos e quais os serviços que tutela que deram cumprimento ao sistema de avaliação. Depois, pasmem com a resposta.

E não é que o Menezes tem razão?

Compreende-se que depois de uma "vedeta" como era o seu antecessor, à actual ministra da saúde pedia-se algum recato, mas também não era preciso tanto. Para além das "flexibilizações" entretanto levadas a cabo no sector, pouco ou nada nos faz pensar que a senhora se encontra em funções. Talvez tenha aproveitado para tirar uma licença sabática! Nesta, Menezes acertou.

Piercings e tento na língua

O procedimento recente do governo (leia-se: PS) na questão dos piercings é exemplar de toda a sua acção (leia-se: acção do PS). Embalado pela sua sede controladora (e, sabe-se lá, por que obscura outra razão), decidiu o governo (leia-se: PS), e anunciou-o com a habitual estridência, a proibição a menores (leia-se: também a menores) da aplicação de piercings, tatuagens e outros adornos corporais, que representam traumatismo físico inicial, risco para a saúde e deixam marcas permanentes, ou dificilmente reversíveis. Instaurada a resistência dos utentes e dos fornecedores de serviços, bem acompanhados pelo coro dos que já não conseguem calar-se perante os sucessivos ataques deste governo às mais triviais liberdades individuais, vem agora o governo (leia-se: JS) "flexibilizar" a pomposa decisão, deixando ao critério das famílias a palavra final sobre os adereços radicais dos seus rebentos.
Ora, se era para "flexibilizar", para quê ter entrado a matar nesta questão? Exigia-se a autorização parental para os actos dos menores, regulava-se a actividade dos profissionais, fiscalizava-se a mesma, tudo bem servido por uma boa campanha sobre os riscos para a saúde, educação sanitária e aconselhamento, e pronto. Será que o ruído era necessário para abafar algum favorecimento a fornecedores de tais serviços, ou é apenas Sócrates que se anda a fazer ao cognome de O Flexível?
Nota: corrigido, a rogo de algumas boas almas. Fica melhor assim?

A verdade em Sócrates...

... é sempre um estado de espírito.

Thursday, March 13, 2008

Casino de Lisboa

E, entretanto, a senhora D. Culpa continua solteira?

Avaliação dos professores

Fica? Morre? Flexibiliza-se?
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!
Na 5 de Outubro há tudo, menos uma equipa governativa.

O novo PSD

A patch of blue!

Trampolineiro (2)

Luís Filipe Menezes, ele próprio.

Trampolineiro (1)

Sócrates, por ele próprio.

Monday, March 10, 2008

O Senhor Presidente foi ao Brasil

A distância ajuda a "arrumar" os assuntos pela importância que (não) se lhes quer dar. Professores, PSD, portugueses...

E se Rui Rio tivesse vergonha na cara?

Está certo que o PSD está tomado pela dupla de foragidos do Júlio de Matos, mas isso não justifica que se tome a nuvem por Juno. Só o equacionar Rio como o futuro líder do PSD é já uma afronta a este país.

Manifestação dos professores

Como se calculava, em termos de resultados a montanha pariu um rato. Os cem mil professores que se indignaram pelas ruas da capital valem zero para Sócrates. Talvez tenha razão, porque a indignação não deve chegar às urnas, que lhe ditarão de novo o aconchego das alcatifas de São Bento, em 2009.
Para as escolas a semana começa com uma certeza - a ministra fica ministra, e reforçada pelo volume da hostilidade da rua. Maria de Lurdes Rodrigues está hoje feliz. Para os professores nada ficou igual - ficou pior.

Thursday, March 06, 2008

A guerrilha na Colômbia

«We would like it if we did not have to detain anyone, no civilians or oligarchs, not to mention the military....But the confrontation, the daily reality in Colombia, means that this is how things happen—not the way we’d like them to.» - Rodrigo Ganda, dirigente e porta-voz das FARC. A entrevista na Monthly Revue, aqui.

Weiches Hart


Wassily Kandinsky

Days of wine and roses

Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz


Vinicius de Moraes e Chico Buarque

Se isto não é intimidação, o que será?


The Texas Billary Jack Association

Mrs President!

Wednesday, March 05, 2008

Antologia

Living in this world -
to what shall I compare it?
Its like a boat
rowing out at break of day,
leaving no trace behind.


Sami Mansei

Avaliar as medidas de Maria de Lurdes Rodrigues

Quando a avaliação (não só a dos professores) está na ordem do dia (e muito bem!), será que ninguém, externo ao ME e ao governo, se propõe avaliar, de forma séria e descomprometida, todas e cada uma das medidas postas no terreno por Maria de Lurdes Rodrigues? É que já não se podem ouvir nem os críticos, nem os defensores, uns e outros sem argumentos válidos para o ataque, ou para o apoio incondicional.
Sempre modesto, Matias Alves refere, entre outra experiência relevante que possui, a sua passagem pelos corredores da 5 de Outubro, ou o ter sido Director Geral do Ensino Secundário. O que não refere é que, nesses cargos e funções, teve parte muito activa em época de grande contestação às políticas educativas de governos PSD, pelas quais deu a cara. Experiência que, decerto, lhe possibilitará ter hoje uma visão experiente e desapaixonada da actual contestação a esta ministra. Será impressão minha, ou no seu blogue "defende-se" muito de pôr essa experiência ao serviço de uma avaliação rigorosa do estado a que este governo tem conduzido a educação?

A revolta dos professores

Entusiasmados com o que aconteceu ao dispensado ministro da saúde, os professores endureceram a luta e enchem ruas e ruas, em manifestações cada vez mais entusiastas. Coitados, estão a malhar em ferro frio. Ferro que contra eles se volta, em grande parte porque não é usado com inteligência e frieza. Frieza que, por sua vez, a ministra usa, e da qual abusa, com o apoio de Sócrates e uma ajudinha de Belém. De tanta agitação aproveita-se a brecha que a tolice de Valter Lemos abriu nas hostes do eduquês socialista, mas é prémio de pouca monta, para tamanha mobilização.

Ofício circular nº 02/GDG/08

Sobre a lei nº 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, a DGAEP emitiu o ofício circular nº 02/GDG/08, que se pode encontrar aqui. Deste, gosto, sobretudo, da parte V, na qual se relembra aos dirigentes da AP as principais decisões a tomar no curto prazo. Sabendo-se como alguns dirigentes andam distraídos, o ofício circular pode ter o mérito de os fazer perceber que o melhor que têm a fazer é porem-se a circular para fora dos lugares que ocupam, antes que alguém os faça circular contra a sua vontade.