No Abrupto, a reprodução da nota publicada por JPP no Público sobre "A MELHOR MANEIRA DE FAZER PASSAR MEDIDAS INTRUSIVAS DA NOSSA PRIVACIDADE" e a entrada sob o título: "MUITO, MUITO PREOCUPANTE". Nesta, escreve Pacheco Pereira: «(MUITO, MUITO PREOCUPANTE) é a erosão de direitos fundamentais que se está a dar a pretexto da luta contra a corrupção e a evasão fiscal, contida em propostas como a que o Presidente da República fez hoje sobre a inversão do ónus da prova. Empurrado pelo populismo, pela visão jacobina e socializante, procura-se, com a diminuição de direitos fundamentais, esconder a incapacidade de ter um sistema eficaz de combate à criminalidade e à evasão fiscal. Muito, muito preocupante.»
Em rodapé, nesta mesma nota, JPP estranha o facto dos portugueses terem deixado passar, sem grande polémica, as câmaras de vigilância da Brisa; julgo que, até ao fim da legislatura, alguns de nós vão continuar a estranhar que muito mais intrusões na esfera da nossa privacidade e dos nossos direitos passem despercebidas, ou resignadamente aceites. É o hábito, com que nos ameaçou António Vitorino, sabendo o que deveríamos esperar. Por isso, ele se tem mantido confortavelmente afastado da boca de cena, como fazem todas as eminências pardas. Para nosso mal, os portugueses habituam-se depressa, ou não tivessem ainda fresca na memória uma ditadura de quase 50 anos. Graças a isso, o Primeiro-ministro teve ontem a possibilidade de basofiar que a conflitualidade social em Portugal não é significativa. Compreende-se o gozo que lhe esteja a dar este exercício de um poder inquestionado, mas ficava-lhe bem um pouco mais de recato, porque, ao fim e ao cabo, ele não está a fazer mais do que troçar de todos nós.
4 comments:
A mim não me choca o uso generalizado de câmaras de vigilância "CCTV". Nada faço na rua que tenho a esconder. Não assalto ninguém, nem infringo o código da estrada.
A CCTV não ameaça ninguém que cumpra a lei.
Não é Rejquiavik que está hoje completamente coberta por câmaras de vigilância? Não consta que a Islândia tenha problemas de liberdade cívica...
Caro Rui Martins
É o princípio, que está em causa.
Caro crack, subscrevo que é o princípio que está em causa e desabafo que já não sei que princípios ainda não estão em causa.
Cara IC
Vivemos tempos de ira e de mediocridade. Saudemos a liberdade que nos permite ainda denunciá-lo assim, como fazemos. A minha pergunta, e o meu receio, é - até quando?
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