Friday, October 14, 2005

Podem ficar sem hemodiálise dois mil doentes por ano

No 4R - Quarta República, decorre um animado e interessante debate sobre menos Estado, melhor Estado, nos comentários a este post de Pinho Cardão. A dado passo, o autor responde, também em comentário, o seguinte:
«Mas ter menos Estado, é ter menos despesa improdutiva e ter menos despesa improdutiva é ter mais dinheiro para o essencial.E o essencial é, por exemplo, prodigalizar bons cuidados de saúde, a todos, sem distinção, em hospitais privados ou públicos, é dar condições para que todos os doentes, pobres ou ricos, tenham todos os medicamentos que necessitam, é facultar a todos as mesmas possibilidades de acesso à educação...E isto não é possível num Estado tentacular, que sirva interesses corporativos, desperdiçador dos impostos dos contribuintes
Não poderia estar mais de acordo com Pinho Cardão, mas também vejo que estamos cada vez mais longe do que preconiza. Atente-se nesta "boa" notícia de hoje, no DN, e rezemos para não virmos a necessitar de hemodiálise, porque corremos o risco de ficar sem tratamento. E como o investimento nos equipamentos vai parar, a medida tem repercussões no tempo muito superiores ao que os mais optimistas da alternância política podem esperar.

2 comments:

Anonymous said...

Se se confirmar a correcção da notícia (e esperemos que não) isso confirma a insanidade em que entrou o nosso governo na sua sanha desgovernada de agradar a Bruxelas custe o que custe, mas cumprindo sempre o maldito PEC de que alemães e franceses escarneceram impunentemente anos e anos seguidos.

E os impostos que os doentes pagam? Porque não retornam para eles, sob a forma de máquinas? Como se pode moralmente cobrar impostos, se depois se recusa a prestação do serviço correspondente? Que cortem onde têm que cortar, mas cortar na Saúde é absurdo.

Que não comprem as máquinas para os hospitais do Estado, ainda posso compreender, mas que não acompanhem a medida com financiamentos aos doentes que usam os meios privados (como sucede) é incompreensível.

crack said...

Caro Rui
Não me parece que possamos ter esperança na incorrecção da notícia, muito menos no retrocesso da intenção do governo, porque, segundo o secretário-geral da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde, "não houve negociação, mas uma imposição unilateral por parte do Ministério da Saúde a um contrato que está a meio da sua vigência" e que "as mudanças acatadas pela tutela à sua proposta inicial foram apenas de maquilhagem".
Autismo e prepotência têm sido a tónica das relações do governo com os governados na Educação, na Saúde, na Segurança Social...
Como isto vai, só se ilude quem quer.