«No momento em que elimina vários direitos adquiridos, em nome da sustentabilidade da contas do país e da equidade de direitos no funcionalismo público, José Sócrates e o PS alargam até 2009 o generoso regime de privilégios de autarcas e deputados. Pior: fazem-no à socapa, com enganosos artifícios por baixo da mesa, e tentando passar a ideia de que estão a fazer o contrário, a moralizar o alargado esquema de regalias da classe política.»
O título e o texto pertencem ao artigo de José António Lima, que está disponível no Expresso online e cuja leitura se recomenda, vivamente. Nós já sabíamos, mas agora JAL põe a falta de vergonha a nu, em linguagem clara, para que ninguém fique com dúvidas que mudar, mudar, só mudaram as moscas.
4 comments:
Mais uma vez se vê o divórcio entre política e mundo real. Isso a principal razão pela qual a nossa classe política tem tão pouco prestígio... Quando Sampaio se queixa dos portugueses dizendo que estes não dão o devido valor à classe política os políticos depois mostram que afinal merecem exactamente a imagem pública que têm...
Oh crackado então não leste que o que escreveu o Lima foi desmentido. A lei entrou em vigor antes das eleições.
Caro Rui Martins
O problema é que nós não temos, verdadeiramente, uma classe política, abundando, pelo contrário, uns salteadores da coisa pública, que mal chegam ao poder se governam. Uma lástima.
Ao comentador anónimo
Vejo que fez uma extensão do Expresso para aqui nesta sua irada cruzada contra o erro da notícia.
Tal como faz quem está boa fé, o crackdown não terá qualquer dificuldade em corrigir o erro, quando devidamente confirmado este. Até lá, o que me parece o cerne do artigo de JAl nem é o pormenor da data, é a imoralidade generalizada que todo este processo revela, quer em instâncias do governo, quer nos representantes da nação.
JAL escreve a propósito da nova lei, votada logo após a reabertura do parlamento:«em vez de seguir para promulgação em Belém, ficou a aboborar nos gabinetes do Parlamento e na secretária do socialista Osvaldo Castro. Só foi enviada a Jorge Sampaio a 4 de Outubro». Ora, que se saiba, não há mentira neste facto, nem o mesmo mereceu desmentido nos blogues oficiosos do governo.
Mas o interessante mesmo é saber quantos, e sobretudo quais, foram os autarcas que se apressaram a tomar posse a tempo de não serem "apanhados" no prazo dos 5 dias. Porque a alguém interessou "estacionar" o diploma na AR, que o PS é incompetente, mas não tanto.
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