O DN não deixa de, muito claramente, referir o desagrado com que Soares e comitiva viram a relativamente discreta reacção do governo ao que eles apelidaram de "espécie de golpe constitucional" de Cavaco:
«Os soaristas tentaram, na terça-feira, dia em que foi publicada a entrevista de Cavaco ao Jornal de Notícias, que algum membro do Governo viesse a terreno e reagisse à sugestão de Cavaco. Mas a decisão do Executivo foi ficar fora da polémica, limitando a reacção ao plano partidário. "O Governo devia ter feito mais", resume um responsável soarista ouvido pelo DN.»
«Os soaristas tentaram, na terça-feira, dia em que foi publicada a entrevista de Cavaco ao Jornal de Notícias, que algum membro do Governo viesse a terreno e reagisse à sugestão de Cavaco. Mas a decisão do Executivo foi ficar fora da polémica, limitando a reacção ao plano partidário. "O Governo devia ter feito mais", resume um responsável soarista ouvido pelo DN.»
Sendo o DN, neste momento, um dos órgãos de comunicação claramente instrumentalizados pelo PS e, será razoável pensá-lo, também pelo candidato Soares, a notícia não deixa de ser curiosa, pelo que revela, mas, sobretudo, pelos recados que transmite.
Depois disto, é legítimo perguntar: a presença de Soares em Belém seria o melhor que poderia acontecer a Sócrates e ao seu PS?
Nota muito de roda-o-pé: ontem, na Quadratura do Círculo, Coelho estava muito contido, menos loquaz e quase distanciado das presidenciais, ou foi só impressão minha? Hum, há qualquer coisa que não me cheira nada bem.
ADENDA: No Pulo do Lobo comenta-se, também, esta notícia, escrevendo-se, a dado passo:
«a candidatura de Soares arroga-se o direito de impor ao Governo e a um ministro concreto, pelas páginas de um jornal, o comportamento face a outros candidatos. Nada mal para quem acusa Cavaco de "intrometência" (a palavra é do cultíssimo Soares). »
Pedro Picoito, o autor do post, conclui sobre o que a notícia revela:
«Ficamos, portanto, a saber que
1) a direcção do PS está tão dividida nas presidenciais que, se Sócrates vai de férias, ninguém defende Soares;
2) a direcção do PS já se resignou à vitória de Cavaco.
Os soaristas são como Deus para Voltaire: se não existissem, tinham de ser inventados. »
1) a direcção do PS está tão dividida nas presidenciais que, se Sócrates vai de férias, ninguém defende Soares;
2) a direcção do PS já se resignou à vitória de Cavaco.
Os soaristas são como Deus para Voltaire: se não existissem, tinham de ser inventados. »
1 comment:
Caro Pinho Cardão, há que evitar repetir mal, o que outros já disseram muito melhor!
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