... no que respeita aos políticos e à comunicação social que temos.
Efectivamente, na imprensa e na blogosfera abundam hoje os comentários sobre quão maçador foi o debate de ontem, entre Cavaco e Alegre, apontando-se o dedo ao modelo de debate, frio, controlado, quase "asséptico". De uma maneira mais, ou menos, significativa, todos sentimos isso, sentimos a falta do picante dos argumentos gritados em sobreposição à voz do adversário, dos momentos em que todos falam e ninguém entende nada, dos queixumes dos que não conseguem fazer-se ouvir e não utilizam tanto tempo de antena, de moderadores silenciados pela onda avassaladora dos participantes menos acomodados, de toda uma anarquia colorida e barulhenta, bem à nossa moda latina. Ontem, ficámos mais por um "modelo nórdico" (por muito importado que seja dos states), que não nos diz nada e que pelo nosso entusiasmo faz pouco.
E, contudo, é este um modelo civilizado, adulto, responsável, justo, moderno, que permite a cada um condições iguais de tempo de antena e de participação. Pelas reacções que se lêem, vemos como os discursos a pedir mais seriedade no discurso político e menos chicana e golpes baixos entre os políticos não passam do seu contrário: são, tão só, palavras ocas.
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