Saturday, June 11, 2005

"A pólvora estava lá e bastou que alguém acendesse o rastilho"

Segundo o DN, foi assim que fonte policial explicou o que aconteceu na praia de Carcavelos e se propagou a arredores.
O que a fonte policial não aprofundou foi a «identidade» de quem acendeu o rastilho. Mesmo que a «mão» tenha sido o bando inicial que começou os desacatos, o «cérebro» da operação criminosa é outro, tentacular e imenso.
Portugal é hoje um imenso barril de pólvora, com características sociais e económicas novas, mas a enfrentá-las com a tranquila bonomia dos afamados brandos costumes deste outrora jardim à beira-mar plantado. Esquecem-se os responsáveis que mudaram os tempos e as vontades e que, em período de aperto, todas as previsíveis tendências de agravamento da criminalidade aumentam, exponencialmente. O pior é que estamos, completamente, desaparelhados para enfrentar a situação que se perfila e de que tivemos uma pequena amostra.
Temo que Portugal se torne, muito rapidamente, um lugar (ainda mais) mal frequentado.
O Governo pensou nisto antes de disparar em todas as direcções à conta da histeria do défice? Não me parece.

2 comments:

Anonymous said...

A intenção dos Media de diminuir o que aconteceu em Carcavelos só é ultrapassada pela intenção semelhante da PSP. Os Media falaram de tiros disparados pela Polícia, mas afinal que os disparou foram os gangs da Damaia para dar sinar ao início da "operação". A PSP falou que não era uma "operação organizada", como se isso fosse possível... Aparecem 500 marginais no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo sítio, com as mesmas intenções e não há "organização"??? Tenham dó...

crack said...

Que houve uma organização inicial prévia, não tenhamos dúvidas. Que a oportunidade, as circunstâncias e o impacto foram pesados, também é evidente. Que os acontecimentos possam ter tido adesões «oportunísticas» no local, só nos deve assustar, pela capacidade de mobilização espontânea que situações como esta demonstram ter capacidade de gerar.
As reacções de responsáveis, do governo às forças policiais e partidos políticos, deixam claro que estamos indefesos e mal geridos, no que à segurança interna dos cidadãos nacionais e estrangeiros se refere.