Saturday, November 19, 2005

Um ilusionista NATO

Começa a ser confrangedor assistir às intervenções de Mário Soares como candidato presidencial. Tirem-lhe as constantes críticas a Cavaco, e os grandes temas, em que se considera especialista, saem-lhe algo enrolados, quando saem, tal como naqueles alunos que estudam pouco e apenas apanham os assuntos pela rama. Noutros tempos, em que o rigor era palavrão e em que andávamos todos muito menos informados, achávamos-lhe muita graça. Hoje, já não pode ser assim tão leve, ou melhor, poder, pode, mas a fragilidade da personagem é facilmente desmascarada.
A intervenção de Soares, esta manhã, sobre a morte do militar português é um triste exemplo de como um discurso balofo e comprometido acaba resumido num contentinho "eu até já escrevi um artigo", embora não tenha explicado bem sobre o quê, que pudesse justificar ser tal produção "literária" chamada à ribalta, a propósito deste triste acontecimento e das suas circunstâncias.
De qualquer candidato a PR só pode esperar-se muito mais do que as pouco convictas respostas que Soares deu. O que (lhe) vale é que todos sabemos como ele é exímio em meter na gaveta o que não lhe convém e, à conta dessa crença, ainda o vamos ver em Belém a dirigir pessoalmente uma cruzada contra Bin Laden, o mesmo com quem já advogou o estabelecimento de conversações, para demonstração de solidariedade, ao que presumo.
Enfim, quem dá o que tem...

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