Os números da greve interessam pouco: ao ME, porque, sendo reduzidos, como afirma, não fazem mossa; aos sindicatos, porque, sendo tão expressivos, como reivindicam, são um resultado feliz, e de "estórias" felizes não reza a história. Pelo meio, continuam todos mal: o ME, porque se achincalhou com a publicitação de um espúrio "estudo" sobre a assiduidade dos docentes; os professores, que continuam a ver-se tratados como energúmenos pela sua entidade patronal; os alunos, que têm as escolas em conflito, os professores à beira de um ataque de nervos e uma actividade lectiva sobressaltada por inovações gestionárias de duvidosa utilidade.
Nesta triste sequência de acontecimentos, que está a caracterizar a acção desta ministra e a marcar negativamente, talvez mais profundamente do que o funesto episódio dos concursos, o normal desenvolvimento do processo educativo para os alunos portugueses, sairam-se mal, quase genericamente, os sindicatos do sector. Como lhe está na matriz sindical, a FNE ajoelhou e foi ao beija-mão ministerial. Há anos que faz o mesmo, devendo-se-lhe, por isso, muita da "tralha" normativa que (des)regula o sistema educativo deste país nos últimos anos. Mais uma acha para a sua fogueira de vaidades, mais um passo ao lado para a dignificação da actividade docente, que se pretende. A FENPROF, e restantes insurgentes, insurgiram-se contra o que consideraram a baixeza política do aparecimento do "estudo" sobre a assiduidade dos professores feito pelo serviço do ME encarregado das estatísticas (e desde quando tal serviço produz as estatísticas necessárias à actividade do ME?); a ingenuidade da reacção dos sindicalistas de serviço quase nos faz perceber que se tivessem esquecido de rebater o "estudo" nos moldes técnicos em que o deveriam ter feito; "it´s the politics, stupid" e eles cairam como patinhos.
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