NATAL
Nasce um Deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Fernando Pessoa
«Por meio da morte ou da doença, da pobreza ou da voz do dever, cada um de nós é forçado a aprender que o mundo não foi feito para nós e que, não importa quão belas as coisas que almejamos, o destino pode, não obstante, proibi-las.» Bertrand Russell
Wednesday, November 30, 2005
Recebido por email
Em 29/11/2005: «Dos 297 posts escritos até hoje no Super Mário, 204 são exclusivamente ataques a Cavaco Silva.»
Tuesday, November 29, 2005
Em que ficamos?
A senhora ME desvaloriza os casos de violência nas escolas, por serem em número reduzido(?!), face ao universo de escolas, alunos, professores e funcionários. O Gabinete de Segurança do ME aconselha a criação de uma estrutura para estudar mais a fundo o problema. Afinal, o problema é grave, ou não é?
Se não é, como afiançou a governante perante as câmaras de Tv, que absurda razão a leva a criar um Observatório para estudar e acompanhar estes casos? Há um boy sem job?
Um conselho: Senhora Ministra, aproveite as estruturas que já existem, ponha em campo a IGE, faça render os coordenadores educativos, mobilize as DRE, responsabilize as escolas, responsabilize os pais, arranje dinheiro para dotar as escolas dos funcionários necessários, dos animadores suficientes, dos psicólogos, terapeutas e assistentes sociais imprescindíveis e, por fim, apoie as escolas para uma aplicação correcta do estatuto disciplinar do aluno. Vai ver que, com a prata da casa, resolve o problema. O boy que vá pastar.
O pátio das cantigas
A senhora ME vê, sem sobressaltos, a resolução das "brigas" dos alunos dentro das escolas. O segredo, diz ela, está nas actividades não-lectivas, porque "Se os alunos não andam sozinhos no pátio, não há tantas hipóteses de estes comportamentos acontecerem". Ora, temos aqui uma prova da eficácia da ministra. Como não há, em muitas escolas, espaços para as actividades não-lectivas a que passaram a estar vinculados os professores, o ME optou por uma estratégia brilhante: em época de forte redução de pessoal de apoio, deslocam-se os professores para os pátios, onde passarão a exercer a tal função de amas -secas, que a estimável governante considera altamente recomendável. Magnífico!
Só?
Vem o ME dizer-nos que, no ano lectivo de 2004/2005, houve 1232 agressões nas escolas portuguesas. Nada de grave, parece pensar a ministra, até porque, dessas, só 191 necessitaram de intervenção hospitalar. Uma ninharia, frisa, solícito, o DN, recém-promovido a pasquim oficial.
Considerado o número destas "pequenas brigas", ficam-me algumas dúvidas:
- terão sido incluídas as agressões e a vandalização de bens, efectuados por alunos, a colegas, professores, funcionários e pais no espaço imediatamente contíguo aos portões das escolas?
- constam também desse número as agressões do foro sexual ocorridas nas escolas e nas suas imediatas cercanias?
- o número revelado inclui todos os processos disciplinares instalados a alunos, nos termos da legislação aplicável?
- as "brigas" de pátio, de que não resultaram ferimentos a necessitar de intervenção hospitalar, foram consideradas?
- todos os casos de consumo e transação de droga detectados no espaço escolar e imediatamente em redor deste foram contabilizados?
Se a resposta do ME for sim a todas as questões, o número está longe de poder corresponder à realidade. Se for não, talvez se aproxime do real, mas, então, para que serve atirar com este número para a opinião pública?
Uma nota muito positiva desta notícia - ficou a saber, quem não sabia, que os alunos maltratam professores, ao ponto de estes necessitarem de serviços médicos. Ora está aqui uma causa para as faltas de alguns professores, que ficarão em casa a tratar dos ferimentos, no corpo e na alma. Caro Vitor Reis, confesso que desta me tinha esquecido.
Monday, November 28, 2005
Antologia
Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça
Mário Cesariny
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça
Mário Cesariny
Sunday, November 27, 2005
Frustrações (III)
Soares justificou toda a sua desastrada estratégia de campanha, até ao presente, com a sua obsessão em obrigar Cavaco a debater com ele. Sendo claro que esse debate acabaria por se tornar inevitável, e tendo Soares a obrigação de o saber, preocupa pensar que, para o ex-presidente, a certeza de ser superior a Cavaco na capacidade de debitar conversa feita é a qualidade que ele entende ser o seu maior trunfo perante o eleitorado português, em 2005.
Frustrações (II)
«O ideal seria que Soares não tivesse a idade que tem. Mas tem mesmo - e foi o melhor candidato que à esquerda foi possível mobilizar para a contenda. Estes são os factos.»
Intuíamos que fosse este o sentimento nas hostes soaristas, mas vê-lo escrito, assim, acaba por nos merecer uma certa e compreensiva pena.
Frustrações (I)
No fragor da agitação desta inflamada pré-campanha, esquecemos todos como Mário Soares se deve sentir ferido e frustrado. Chegar ao fim de uma vida dedicada ao combate político e ver o partido de que é pai fundador relegá-lo para terceira ou quarta escolha, e, pior, não recolher a maioria dos votos socialistas, é muito duro. Já pensaram como se irá sentir quando esfriar a cabeça? Aos 81 anos não se sofre um golpe destes sem um sofrimento profundo, como poderá confirmar qualquer clínico. Independentemente de qual seja o resultado eleitoral, o mal está feito. No seu íntimo, nada mais será igual, e as consequências para a sua acção futura, se for eleito PR, deveriam ser objecto de cuidada ponderação pelos politólogos.
Friday, November 25, 2005
«Nós somos aquilo que fazemos repetidamente»*
Tudo indica que Valter Lemos mentiu. Pior, que terá tentado, com a conivência de um presidente de câmara, encobrir os factos acerca dos quais é acusado de mentir. Pior ainda, parece que terá comprado o apoio do presidente da câmara com a nomeação de uma filha deste para assessora do seu gabinete.
Queixa-se o governante de estar a ser vítima de uma cabala. Perante tamanha ofensa, pergunto: o Mário Nogueira já foi acusado de difamação? Já se descobriu que o presidente da câmara não tem filhas? Provou-se que não existe o gabinete para onde se diz ter sido a jovem nomeada? Será que Valter Lemos existe?
*Aristóteles
Wednesday, November 23, 2005
Parar para pensar
Morrem de fome seis milhões de crianças por ano.
852 milhões de pessoas em todo o mundo sobrevivem quase sem comida.
Tuesday, November 22, 2005
Tiro o chapéu
À Isabel e ao Miguel, pelos posts e comentários que produziram sobre o debate de ontem no prós e contras.
Pelo que me toca, confesso que não tenho muita paciência para gastar tempo com causas perdidas e esta equipa da educação está claramente perdida, porque quer resolver os problemas do sector a partir de premissas falsas, contra os profissionais e não ouve. No debate de ontem foi isto evidente e, perante o autismo da ministra, quase perdoamos a indigência argumentativa dos sindicatos, a prosápia ignorante do representante dos pais e a prestação folclórica da docente aposentada, fazemos justiça a David Justino e julgamos encontrada a luz ao fundo do túnel na lucidez de António Nóvoa.
Santana Castilho, não se referindo propriamente ao debate, faz hoje no Público uma síntese brilhante sobre os temas que lá estiveram na mesa. Termina assim:
«A ministra da Educação tem vários problemas, que a tornam cada dia menos desejável para o cargo. São todos eles problemas de percepção da realidade. Não sei se por ignorância intrínseca, se por obliteração socrática.»
Está tudo dito!
Há silêncios, e silêncios
Perceber que a formação académica nas áreas técnicas, científicas e nas matemáticas deverá constituir motivo de exclusão para o exercício da função de Presidente da República é um rude golpe para aqueles que apontam, e muito bem, a falta de apetência dos portugueses por essas áreas como uma das causas do nosso secular subdesenvolvimento.
Como vai reagir o Governo a esta tese do candidato que apoia? Ou será que prefere o silêncio?
The sound of silence
Bem sei que não é audível a entrevista de Cavaco Silva que o Público publicou ontem, mas a candidatura de Mário Soares continua a bater na tecla do silêncio. Será falta de ouvido, ou dificuldade de compreensão?
Sunday, November 20, 2005
«O termo “Homofóbico” faz o papel do velho “fascista”. É um termo destinado a intimidar.»
«Fazer do corpo privado uma marca de definição pública é um sinal de barbarismo. Nada de espantar. Vivemos um tempo dado a aceitar certas barbáries como se fossem grandes causas progressistas. E este barbarismo vai custar caro àqueles que hoje o defendem. A opinião pública é volátil. Vai virar o bico ao prego. »
O título e o texto são de um imperdível post de Henrique Raposo, n'O Acidental, e pode dizer-se que constituem o foco em torno do qual o autor faz uma brilhante reflexão sobre os actuais mecanismos de chantagem do politicamente correcto, neste caso relativamente às minorias sexuais.
Show me the money
Julgo que todos aceitaríamos, apesar de com uma boa dose de desconfiança, que o governo socialista teimasse na construção do aeroporto da OTA se a decisão fosse "virgem", se os estudos fossem dúbios, quanto às vantagens e inconvenientes, se a celeuma não estivesse instalada como está, se a situação económica do país aguentasse algum aventureirismo.
Ora, acontece que o país está de rastos, que o governo impõe férreas medidas de contenção económica e financeira, com consequências sociais duríssimas, e que este PS no governo aparece como que amarrado, por inconfessáveis interesses finamente tecidos no seu passado governativo, a este projecto, que, a crer nos ecos da opinião pública, o país não compreende e muito menos aceita.
Bastava esta explosiva situação para que o governo repensasse o projecto, ou, pelo menos, o discutisse amplamente com a sociedade civil e o tratasse com a isenção e a transparência que largos sectores da sociedade exigem. O governo de Sócrates não faz nada disso. Esquiva-se a apresentar estudos, ou é duvidosamente honesto nos que apresenta, não responde às dúvidas dos portugueses, teima na decisão, cego e surdo a argumentos e, pior, em total desrespeito pela justificação que está obrigado a prestar, pelo mandato que recebeu para governar. Quando no limite dos argumentos, que parece não ter, faz como os pais tiranos de antigamente:Porquê? Porque sim, porque eu posso e mando.
Neste fim-de-semana, dois semanários referiram duas situações demolidoras para um governo que não esteja honestamente empenhado numa decisão; um estudo de há cinco anos (PS no governo), que refere as consequências devastadoras para Lisboa da construção da OTA; outro relatório do Conselho de Cooperação Económica, que nega o interesse estratégico da OTA, aponta a importância de potenciar uma «estratégia ibérica» e que foi apresentado como contribuição à Cimeira luso-espanhola que decorreu em Évora.
A esta "matéria de facto", o governo responde com o silêncio e teima na OTA, o que só permite uma conclusão: não sendo pelas boas razões, o projecto só pode justificar-se pelas más. Tendo nós todo o direito de pensar assim, pergunto: não deveriam ser, de imediato, accionados mecanismos que assegurassem aos cidadãos portugueses uma averiguação isenta e eficaz sobre os reais motivos que movem os decisores políticos neste caso? O que anda a fazer aquele locatário de Belém? Ou será que os interesses ocultos do projecto passam, também, por aquele senhor? Se não é assim, pelo menos parece.
As crianças têm vista dupla
Sentenciava a minha avó, convicta de que esta "qualidade" permitiria sempre aos mais pequenos distinguirem, correctamente, o bom do mau. Vem isto a propósito da última reunião familiar em que, à volta da televisão, se acabou a debater, acaloradamente, as candidaturas presidenciais. Esgotado o argumentário dos adultos, na pausa de silêncio que sempre se faz, nestas circunstâncias, entre um assunto e outro, eis que remata o rapaz de sete anos, até aí entretido com uma "elaborada" pintura da cena familiar: o Mário Soares parece o Pai Natal.
Pronto o desenho, lá estava a vermelhusca personagem a cavalo num veículo espacial, em rota de colisão com a árvore de Natal e com as cabeças de vários elementos da família. E não é que estava igualzinho ao irrequieto (e distraído) candidato (a presidente de Lisboa, ao que ele diz)?!
«A cynic is not merely one who reads bitter lessons from the past, he is one who is prematurely disappointed in the future.»
Sidney J. Harris
Who are you*
Well I fell in love
With your sailor's mouth and your wounded eyes
You better get down on the floor
Don't you know this is war
Tell me who are you this time?
Tell me who are you this time?
* Tom Waits/K. Brennan
With your sailor's mouth and your wounded eyes
You better get down on the floor
Don't you know this is war
Tell me who are you this time?
Tell me who are you this time?
* Tom Waits/K. Brennan
Saturday, November 19, 2005
Minor mind
Morre um militar português em Cabul e a nossa comunicação social excita-se toda em ataques ao governo e políticos com perguntas "graves e sérias" sobre a manutenção da missão portuguesa no Afeganistão. Mas será que estas criaturas que "fazem" opinião não aprenderam nada? Pode alguém explicar-lhes que, para que possam saracotear por aqui a sua inconsciência, há pessoas que têm que defender o seu modo de vida e o seu espaço estratégico lá, onde as linhas de fronteira hoje efectivamente se jogam?
FNE e a previsível estratégia
Os números da greve interessam pouco: ao ME, porque, sendo reduzidos, como afirma, não fazem mossa; aos sindicatos, porque, sendo tão expressivos, como reivindicam, são um resultado feliz, e de "estórias" felizes não reza a história. Pelo meio, continuam todos mal: o ME, porque se achincalhou com a publicitação de um espúrio "estudo" sobre a assiduidade dos docentes; os professores, que continuam a ver-se tratados como energúmenos pela sua entidade patronal; os alunos, que têm as escolas em conflito, os professores à beira de um ataque de nervos e uma actividade lectiva sobressaltada por inovações gestionárias de duvidosa utilidade.
Nesta triste sequência de acontecimentos, que está a caracterizar a acção desta ministra e a marcar negativamente, talvez mais profundamente do que o funesto episódio dos concursos, o normal desenvolvimento do processo educativo para os alunos portugueses, sairam-se mal, quase genericamente, os sindicatos do sector. Como lhe está na matriz sindical, a FNE ajoelhou e foi ao beija-mão ministerial. Há anos que faz o mesmo, devendo-se-lhe, por isso, muita da "tralha" normativa que (des)regula o sistema educativo deste país nos últimos anos. Mais uma acha para a sua fogueira de vaidades, mais um passo ao lado para a dignificação da actividade docente, que se pretende. A FENPROF, e restantes insurgentes, insurgiram-se contra o que consideraram a baixeza política do aparecimento do "estudo" sobre a assiduidade dos professores feito pelo serviço do ME encarregado das estatísticas (e desde quando tal serviço produz as estatísticas necessárias à actividade do ME?); a ingenuidade da reacção dos sindicalistas de serviço quase nos faz perceber que se tivessem esquecido de rebater o "estudo" nos moldes técnicos em que o deveriam ter feito; "it´s the politics, stupid" e eles cairam como patinhos.
Um ilusionista NATO
Começa a ser confrangedor assistir às intervenções de Mário Soares como candidato presidencial. Tirem-lhe as constantes críticas a Cavaco, e os grandes temas, em que se considera especialista, saem-lhe algo enrolados, quando saem, tal como naqueles alunos que estudam pouco e apenas apanham os assuntos pela rama. Noutros tempos, em que o rigor era palavrão e em que andávamos todos muito menos informados, achávamos-lhe muita graça. Hoje, já não pode ser assim tão leve, ou melhor, poder, pode, mas a fragilidade da personagem é facilmente desmascarada.
A intervenção de Soares, esta manhã, sobre a morte do militar português é um triste exemplo de como um discurso balofo e comprometido acaba resumido num contentinho "eu até já escrevi um artigo", embora não tenha explicado bem sobre o quê, que pudesse justificar ser tal produção "literária" chamada à ribalta, a propósito deste triste acontecimento e das suas circunstâncias.
De qualquer candidato a PR só pode esperar-se muito mais do que as pouco convictas respostas que Soares deu. O que (lhe) vale é que todos sabemos como ele é exímio em meter na gaveta o que não lhe convém e, à conta dessa crença, ainda o vamos ver em Belém a dirigir pessoalmente uma cruzada contra Bin Laden, o mesmo com quem já advogou o estabelecimento de conversações, para demonstração de solidariedade, ao que presumo.
Enfim, quem dá o que tem...
Sunday, November 13, 2005
Liz
Positivamente em choque, diz-me o Carlos que foi o estado em que ficou, quando se cruzou com ela, em Nova Iorque, há tempos. O cabelo branco louro, o corpo inchado, a cadeira de rodas, a roupa indescritível, quase o impediram de reconhecer a estrela. Valeu-lhe o entusiasmo barulhento de uns admiradores de ocasião e a voz inconfundível da menina de Lassie. Beijou-lhe a mão e recebeu em troca um sorriso. Os olhos continuam belíssimos, diz ele. Está a rever os filmes dela, ao serão.
«O grande poder é aquele que é subtil e se ajusta, não aquele que ataca cegamente.»*
Pergunto-me, cada vez com maior frequência, de que falariam os restantes candidatos se Cavaco não tivesse cedido à tentação de Belém?
* D H Lawrence
Nocturno
Há a mulher que me ama e eu não amo.
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.
Ah essa mulher!
...
Alexandre O'Neill
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.
Ah essa mulher!
...
Alexandre O'Neill
Thursday, November 10, 2005
«Política Profissional ou Fundação Profissional?!...»
* A ler, no 4R- Quarta República.
867 mil euros, foi o que deu o Estado, nos últimos três anos, à Fundação Mário Soares. Sobre isto, o candidato Soares não ouve, a Fundação não fala, os soaristas não vêem. Ficaremos sem explicações, que os conselheiros de Soares não deixarão de lhe lembrar que «Quem diz a verdade não ganha eleições».
O elogio de Soares
O velho senhor chamou esfinge a Cavaco e foi um alvoroço. Qual ofensa, qual nada. Refinado cumprimento, isso sim, codificado para humanistas da mais fina água e homens de cultura à prova de bala, que Soares é raposa velha e armadilhou o panegírico. Então não sabem os ofendidos que a milenar monstrinha é um poderoso e universalmente reconhecido símbolo de força e de sabedoria? Cavaco sabe. Nem pestanejou, com a "ofensa".
Wednesday, November 09, 2005
Pulo do Lobo
Um blog de quem diz querer que Cavaco Silva vença as próximas eleições presidenciais. Dizem, também, que o «blogue não é oficial nem oficioso». Entendem ter escolhido um título «sugestivo e regional», de «uma zona do país que Cavaco Silva, como se sabe, pôs no mapa turístico dos portugueses». (Pois foi, mas por razões que o candidato agora talvez preferisse manter esquecidas.)
Juntam foto da famosa rodagem do citroën, em registo de imagem ostensivamente a acentuar o antigo. Aliás, os tons sepia e a imagem de Nanã Sousa Dias, que sugerem uma calma tranquilidade, acabam por transmitir ao leitor uma sensação de frieza e de ter voltado atrás no tempo, com aquele template em tons pastel.
Tem comentários, um ponto a favor, e parece mais apostado em elogiar Cavaco do que em atacar os outros candidatos - o que merece, desde logo, o nosso aplauso.
O lobo começou a pular hoje, levado à trela por Pedro Lomba, João Gonçalves, José Pacheco Pereira e Francisco José Viegas, entre outros.
Crianças aterrorizadas
Lamentável falta de gosto, do título ao conteúdo.
Tendo em consideração o que escrevi no post anterior, é caso para dizer que o recém-recuperado bom senso ainda não passou por aqui. É urgente que o faça, mesmo que este espaço funcione como válvula de escape para os terrores nocturnos dos soaristas mais "apanhados". Comprem-lhes uns DVD's da Disney.
Velocidade de cruzeiro
Contrariamente ao que escreve Paulo Gorjão no Bloguítica (post 1360), não acho que o Super Mário tenha perdido fulgor. Pelo contrário, julgo que os escribas começam a encontrar o registo apropriado, quer ao que sabemos serem capazes de fazer, quer ao que a dignidade do candidato que apoiam merece. Percebo é que este estilo faz mais estragos, ai se faz.
Aliás, os primeiros sinais deste reencontro com o estilo apropriado ao que se espera de uma campanha de Soares são visíveis, não apenas no blog em questão, mas em vários aspectos da campanha. O próprio Soares, nitidamente enferrujado de início, reencontrou o estilo e a pose, e alguma calma também. Julgo, mesmo, que ele terá sido o motor desta inflexão na estratégia, porque, raposa velha como é, percebeu que o jogo inicial não poderia durar para além do tolerável.
Por outro lado, significa isto que as preocupações iniciais das hostes soaristas parcialmente se dissiparam, que contas foram feitas e que a frieza e a inteligência começam a ganhar terreno ao desatinado arranque de campanha, que, começando agora a sério, já dá para ver que não vai haver passeio na avenida para ninguém. Aguardemos as próximas sondagens.
Tuesday, November 08, 2005
Antologia
And if we don't fight
if we don't resist
if we don't organize and unify and
get the power to control our own lives
Then we will wear
the exaggerated look of captivity
the stylized look of submission
the bizarre look of suicide
the dehumanized look of fear
and the decomposed look of repression
forever and ever and ever
And there it is
Jayne Cortez
if we don't resist
if we don't organize and unify and
get the power to control our own lives
Then we will wear
the exaggerated look of captivity
the stylized look of submission
the bizarre look of suicide
the dehumanized look of fear
and the decomposed look of repression
forever and ever and ever
And there it is
Jayne Cortez
Monday, November 07, 2005
La France au pilori*
«Le malaise des banlieues a gagné le Parti socialiste. Ses dirigeants comme ses militants hésitent sur la manière de réagir. Parfois, ils font feu sur la politique gouvernementale. François Hollande n'est d'ailleurs pas le plus mauvais dans cet exercice «d'opposition frontale» cher à Laurent Fabius. Hier, dans le Journal du dimanche, le premier secrétaire a dénoncé «les provocations verbales» de Nicolas Sarkozy : «Quand on est ministre de l'Intérieur, on ne peut pas parler comme tout le monde.» Il a également fustigé la «faillite» de la politique conduite par un Jacques Chirac «élu en 1995 sur la fracture sociale et en 2002 sur la sécurité». Dans le même temps, le député de Corrèze assure «ne pas vouloir rester dans une posture de dénonciation». Il propose l'organisation d'un débat parlementaire sur la situation et refuse de mêler sa voix à ceux qui demandent la démission de Sarkozy.»
Libération.fr
«Si la France n'est pas en guerre, elle est plongée dans le bourbier de ses incohérences, de ses contradictions. Trop souvent, la démagogie l'a emporté sur la raison pour régler le problème dit des banlieues. De plans d'urgence en programmes de rénovation, les moyens ont rarement suivi les intentions. Surtout, il est illusoire de penser que quelques mesures techniques donneront fierté et espoir à nombre de Français issus de l'immigration que trop de discours lénifiants ont davantage présentés en victimes qu'en citoyens responsables.
Il n'est pas de modèle d'intégration exemplaire. Mais la France a abandonné le sien en cédant à la facilité et à quelques préjugés communautaristes.» - * Yves Thréard
Il n'est pas de modèle d'intégration exemplaire. Mais la France a abandonné le sien en cédant à la facilité et à quelques préjugés communautaristes.» - * Yves Thréard
Fé Púnica (IV)
Aqueles que apenas há uns meses atrás ululavam contra o despesismo dos gabinetes governamentais da coligação PSD/CDS são os mesmos que, agora, orçamentam um aumento de 12,3% para as despesas dos gabinetes dos membros do Governo.
Parabéns
Ao 4R - Quarta República, por completar um ano na blogosfera, tendo sido capaz de manter um elevadíssimo padrão de qualidade e interesse.
Sunday, November 06, 2005
«Be gentle with the young»*
De entre as situações que configuram menor cuidado com crianças, que habitualmente me dão a conhecer para que as encaminhe e divulgue como puder, duas que me chegaram hoje parecem-me, no mínimo, singulares e a merecer atenção.
A primeira refere-se a uma menina de 18 meses que entrou no Hospital Amadora-Sintra para uma operação aos ouvidos, na passada quarta-feira. Após os preparativos habituais, a menina foi conduzida à sala de operações para uma cirurgia que se esperava durasse cerca de 45 minutos. Três horas e meia depois chamaram a mãe à sala de recobro, onde a criança ainda não despertara da anestesia. A mãe, enfermeira, detectou, de imediato, que a mão esquerda da menina se apresentava fechada e sem acção, tal como o braço do mesmo lado. Acordada a criança, foi mandada para casa apesar dos protestos da mãe, porque o quadro foi considerado natural e resultado da anestesia e soro. Nas horas seguintes, face aos gritos lancinantes da criança, a mãe dirigiu-se às urgências do mesmo hospital, alertando para o facto de entender que a filha tinha o braço partido. Descartando esta possibilidade, os médicos de serviço manipularam o braço da menina de forma "descontraída", com o objectivo de demonstrar à mãe que não havia qualquer fractura. A menina recebeu uma injecção e foi mandada para casa. Na sexta-feira, a mãe voltou ao Amadora-Sintra porque a menina estava com febre, mantinha o braço imobilizado e gritava com dores a cada toque no braço esquerdo. Observada neste hospital, foi necessário a mãe ameaçar recorrer aos meios de comunicação social para que lhe radiografassem a filha, processo em si mesmo kafkiano, pois teve que ser a mãe, enfermeira, a indicar o ponto do antebraço a radiografar, apesar deste ser facilmente identificável, pelas queixas da criança. Conclusão: confirmou-se, 48 horas e muito sofrimento depois, já com um processo infeccioso em curso, uma fractura exposta no antebraço esquerdo. A criança encontra-se agora medicada e tratada, ignorando-se se o problema se resolverá sem recurso a cirurgia. Para além da perplexidade que se sente perante o facto de se partir um braço a uma criança de 18 meses numa sala de operações, remanesce a revolta pelo procedimento negligente que , posteriormente, foi seguido em relação às queixas desta menina e de sua família.
A segunda situação tem a ver com o tratamento que está a ser dado, por algumas autoridades educativas, aos casos de violência doméstica, envolvendo crianças em idade escolar. Acontece que, nos casos em que, por segurança das crianças, estas são retiradas a progenitores ou famílias que constituem ameaça, a transferência de escola, habitualmente rodeada de sigilo, está a ser divulgada por alguns serviços da educação, com fundamento numa aplicação restritiva dos normativos legais aplicáveis. Houve já situações muito complicadas, comunicadas aos serviços competentes, sem terem recebido, por parte destes, qualquer acolhimento. Duas notas: o tratamento destas situações não é uniforme nas cinco direcções regionais de educação; teme-se que o assunto não tenha chegado ao conhecimento da ministra.
* Juvenal
Retrato
1801/1850
(economista e político francês)
«L'ouvrier étranger, mieux placé que l'ouvrier français, est, à l'égard de celui-ci, une véritable machine économique qui l'écrase de sa concurrence. De même, une machine qui exécute une opération à un prix moindre qu'un certain nombre de bras est, relativement à ces bras, un vrai concurrent étranger qui les paralyse par sa rivalité.»
Sophismes Économistes
Fé Púnica (III)
Aqueles que endeusam Sócrates pela reserva perante a comunicação social, pelos silêncios com que tem tratado os pares da política, pela atitude fria, distante e superior, que escolhem apelidar de perfil de estadista, são os mesmos que, perante idênticas atitudes em Cavaco, o acusam de autismo, desrespeito e autoritarismo.
Fé Púnica (II)
Os mesmos que vituperaram em Santana Lopes o afã pelos debates, são aqueles que hoje, apenas uns meses depois, elogiam em Soares a mesma ânsia, tão manifesta que mais parece ele um inexperiente caloiro da política.
Fé Púnica (I)
Os mesmos que agora se insurgem contra a selectividade de Cavaco em relação aos debates são aqueles que, apenas há uns meses atrás, aplaudiram idêntica atitude em Sócrates.
Filosofia oriental
"Nada neste mundo se equipara em beleza a um homem idoso pleno de vitalidade e sabedoria" - diz Lin Yutang. O PS acreditou.
"Não se pode ensinar alguma coisa a alguém, pode-se apenas auxiliar a descobrir por si mesmo."*
Os jovens populares dizem não a Cavaco, mas sem ondas, que a posição do partido a este respeito é assunto encerrado e estes meninos são rebeldes sem causa.
Talvez entusiasmado por uma também gratuita e "juvenil" rebeldia, Nuno da Câmara Pereira pondera uma candidatura sua a Belém, suprapartidária! Ah,ah,ah!
* Galileu Galilei
«Há ainda quixotismos que valem a pena.»
Quem o diz é Vicente Jorge Silva, a propósito de Alegre, em quem reconhece que :«conjugou utopia e realismo, sopro poético e pedagogia cívica, defesa de valores e pragmatismo político. Falou de pátria e orgulho nacional sem que isso soasse a velharias imprestáveis ou ridículas e deu-lhes um sentido moderno e cosmopolita. Recusou uma condenação simplista e retrógrada da globalização. Evitou deixar-se enredar, com uma habilidade inesperada, na guerrilha entre Soares e Cavaco. E ousou ser mais concreto do que os seus concorrentes, ao sugerir um pacto económico e social que ajude o País a sair da actual crise. »
A partilhar da opinião de VJS, o que nem é difícil, constatamos que o poeta cumpre a sua missão, ao seu melhor estilo, deixando falar na sua voz «a voz do vento», a recordar-nos que «sem precisarmos de sair do porto temos aqui à mão a terra da aventura.»
Saturday, November 05, 2005
Formação Pessoal e Social
O Conselho Nacional de Educação defende que a educação sexual nas escolas deve ser implementada como disciplina não curricular de carácter facultativo, sugerindo a participação dos pais na definição dos programas e a adequada formação dos professores.
Esperemos que seja dado acolhimento a estas sugestões de bom senso na decisão ministerial e que a sua implementação seja concretizada com eficiência e o mesmo bom senso. Experiências anteriores no domínio da educação para a saúde e do desenvolvimento pessoal e social, até da EMRC, não são boas recomendações quanto à isenção e eficiência de muitos dos agentes educativos. Será bom que o ME, e os parceiros educativos, percebam que vai ter que haver um cuidadoso acompanhamento do lançamento no terreno do que vier a ser decidido.
«Les maires de banlieue s'exaspèrent de la réduction de leurs aides»
No momento da violência incontrolada, com o governo dividido e um generalizado aproveitamento político da crise, fica o desespero daqueles que estão fartos de ver desmantelar as estruturas de apoio e enquadramento das suas populações: «Ils portent d'ailleurs un jugement sévère sur la politique de l'Etat dans les cités. Ils ont vu une partie de la police de proximité et des emplois jeunes supprimés, le nombre de leurs agents de sécurité et de leurs médiateurs sabrés, et les subventions aux associations qui maintenaient bon gré mal gré un lien social, réduites drastiquement.»
As lições a tirar são muitas, porque, se o politicamente correcto nos impedir de tomar as medidas adequadas, o eclodir de situações semelhantes, num país como o nosso, é apenas uma questão de tempo.
Ver dossier da crise no Le Monde.
Friday, November 04, 2005
O dia do poeta
Retrato do Herói
Herói é quem no muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
E morre devagar de morte certa.
Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo nem mártir nem soldado
Mas apenas por último indefeso.
Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
Manuel Alegre
Herói é quem no muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
E morre devagar de morte certa.
Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo nem mártir nem soldado
Mas apenas por último indefeso.
Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
Manuel Alegre
Thursday, November 03, 2005
Geronimo!
«After a council of the warriors had deliberated, and had prepared for the war path, the dance would be started. In this dance there is the usual singing led by the warriors and accompanied with the beating of the "esadadene," but the dancing is more violent, and yells and war whoops sometimes almost drown the music. Only warriors participated in this dance.»
Geronimo - His Own Story
Tourada
O afã com que Soares e seus ajudantes se afadigam a "denunciar" o imobilismo de Cavaco, que, quanto a eles, comete o crime de não vir à luta para que o desafiam, não sair à arena do bate boca, não responder às provocações que lhe fazem e, pior, que se mantém ferreamente agarrado à agenda que para si estabeleceu, faz-me lembrar o tempo antigo das intermináveis touradas vistas na TV, em que folclóricos bandarilheiros se afadigavam a provocar os toiros mansos, agarrados às tábuas, teimosamente de costas voltadas para o toureiro, que, lá atrás, esperava impaciente a sua investida, para abrilhantar a faena. Sempre ouvi dizer que os mansos eram os mais perigosos.
Wednesday, November 02, 2005
Querem apostar?
Escreve JPP, no seu Abrupto:
«O que joga hoje mais contra Soares, é infelizmente uma velha pecha da nossa comunicação social: gosta de estar com quem ganha e tende a diminuir quem está na mó de baixo. Antes, Soares beneficiou deste factor, hoje é prejudicado por ele.»
Tem Pacheco Pereira toda a razão, pelo que, também por isso, as sondagens vão começar a mudar.
Rottweiler
Em segundos, Soares abocanhou Guterres e esfrangalhou-o em directo. E, qual pastilha digestiva após lauto banquete, ainda lhe chamou inteligente antes de limpar os beiços! É obra!
Nota para o futuro: apesar do elogio ocasional, Sócrates que se cuide.
Gato escondido...
A memória de Soares continua óptima, ou disfarçou bem o uso do teleponto. Provas? Acaba de repetir na televisão, quase ipsis verbis, o que escrevem os escribas do blogue, que eles dizem que é não oficial . A gente faz de conta que acredita, mesmo com o Marocas a debitar a lição e quando dois deles fazem parte da comissão política do maroto.
Déjà vu
Vemos Soares a ser entrevistado por Constança Cunha e Sá e pasmamos, com plena consciência do paradoxo que rodeia o nosso pasmo. Por um lado, e apesar da voz envelhecida e da expressão mais dura perante a crítica, que hoje já tem mais dificuldade em disfarçar, reencontramos em MS o discurso que nele sempre foi habitual, com aquela leveza algo divertida, aquela falta de consistência cheia de panache, aquele convencimento assente em balões de ar, que, em apreciação mais superficial, contrariam os argumentos do peso da idade do candidato. A nossa primeira reacção é de nos ser confortável reencontrar o déjà vu, e é esse reconhecimento “natural” em que Soares estriba muita da sua convicção na vitória. Por outro lado, é esse discurso amigável, no sentido de conhecido e quase previsível, palavra a palavra, que nos choca. Qual menino Marocas, espertalhufo e traquinas, vinte anos depois da primeira chamada ao quadro aí está ele a repetir a sua lição, papagueando de cor argumentos e ideias, sem se afastar do registo que constitui a sua imagem de marca. Passada a inicial sensação de conforto neste regresso ao passado, o déjà vu começa a pesar-nos, instalando-se, rapidamente, o imenso desconforto que sente o espectador perante o solista em fim de carreira, que teima em repetir repertório, para o qual já não tem amplitude de voz. Soares no seu melhor, hoje, é o Soares de há vinte anos. Irremediavelmente, um homem no seu passado. Só que Portugal precisa de futuro.
Tuesday, November 01, 2005
A banalização de um instrumento de intervenção cívica?
Os apoiantes de Soares, ao nível micro das causas.
Três perguntas e três respostas*
Lida a prosa, tudo somado, subsistem-me três perguntas:
Primeira pergunta: O arquitecto está com Cavaco?
Resposta: Se está, não está convencido, e faz como os miúdos: assobia, para espantar o medo.
Segunda pergunta: O arquitecto vê em Alegre a sombra de uma ameaça?
Resposta: Entre a emoção, o coração e a vibração da esquerda, deixou o poeta reduzido à poeira da rima solta.
Terceira pergunta: O arquitecto acredita que há vida para além de Soares e Cavaco?
Resposta: Não, não acredita. Na maquette presidencial do arquitecto, para além destes dois, os restantes são adereços de ocasião.
Primeira pergunta: O arquitecto está com Cavaco?
Resposta: Se está, não está convencido, e faz como os miúdos: assobia, para espantar o medo.
Segunda pergunta: O arquitecto vê em Alegre a sombra de uma ameaça?
Resposta: Entre a emoção, o coração e a vibração da esquerda, deixou o poeta reduzido à poeira da rima solta.
Terceira pergunta: O arquitecto acredita que há vida para além de Soares e Cavaco?
Resposta: Não, não acredita. Na maquette presidencial do arquitecto, para além destes dois, os restantes são adereços de ocasião.
*JAS, no Expresso online
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