... ainda é candidato?
«Por meio da morte ou da doença, da pobreza ou da voz do dever, cada um de nós é forçado a aprender que o mundo não foi feito para nós e que, não importa quão belas as coisas que almejamos, o destino pode, não obstante, proibi-las.» Bertrand Russell
Thursday, June 28, 2007
Flexisegurança
Anthrax, no seu estilo inimitável, passa revista às "ferramentas" do novo Código do Trabalho que, como diz, "é «bué» flexível"! Pois é, habituem-se!
Leituras ao acaso
Saigon, de Robert Olen Butler
«The old Saigon has returned to life. The name is even widely used again as a casual synonym for “Ho Chi Minh City.” All those vehicles race through the streets of a city profuse with trees--tamarind and almond and banana and banyan and plumeria--and reminiscent of Paris in an alleyway, in a tight row of balconied houses, in a stuccoed wall and a gingerbread administrative building. And everywhere there are images of the people living their lives openly in the parks and the alley mouths and before the gaping fronts of the row shops: an old woman in a conical straw hat with her teeth red from betel nuts ladeling soup for a smart young woman, her hair bobbed and dressed in the traditional ao dai for her job at one of the new hotels; a row of pedicab drivers reading the newspapers in their passenger seats and openly talking politics once more; a tight circle of old men on tiny plastic chairs drinking coffee with ice and playing cards; women in black pantaloons sweeping the sidewalk; a one-armed man selling lapel pins on a pallet; a Buddhist monk in a saffron robe never making eye contact with anyone and bearing his alms cup in one upturned palm; a mother nursing her child. This city teems with life; everywhere you look there are personal stories in visible process. Saigon is an Oriental rug of a city with filigree and elaboration and intricacy in every space. There are no blank spots in this city. »
Onde está o Wally?*
Excelente, este post do Adolfo, no A Arte da Fuga:
Onde está o interesse público?
Berardo Mega Ferreira Isabel Pires de Lima CCB
Berardo Mega Ferreira Isabel Pires de Lima CCB
* A grande caça aos quadros
Exames
A máquina posta a funcionar para os exames nacionais é tremenda, sendo compreensível que surjam falhas pontuais, sem que isso deva justificar uma dramatização excessiva. E, apesar de um erro numa pergunta de um exame, não ser de descartar como se de algo insignificante se tratasse, a anulação da pergunta foi a decisão adequada, embora não seja tão inquestionável a solução encontrada pela ministra para a classificação final da prova, mas a verdade é que teria de ser tomada uma decisão, e esta não me parece tão errada assim.
Nem de propósito!
A UE a preparar-se para proibir voos da TAAG no seu território, e o acidente em Angola!
Por vezes interrogo-me...
... se o animal feroz que Sócrates tanto prazer tem em mostrar aos que são mais fracos, já terá sido apresentado a Joe Berardo?
Hum, duvido.
O jardim da Celeste
Para aqueles que chamam lunáticos a todos os que sentem claustrofobia com este governo autoritário, este episódio deveria bastar para lhes fazer ver que estes tiques pidescos não são um sintoma de um mal ligeiro, mas o diagnóstico de um cancro galopante, que está a minar a sociedade portuguesa.
O caso Charrua foi o que se soube, bem podia ele berrar que não disse o que dizem que disse, que nada remediou. Lamentámos todos um bocado, ah e tal, escreveram-se umas frases inflamadas, deram-se umas palmadinhas nas costas do homem, mas, passou, já esqueceu e ficámos todos a fazer de conta que a coisa não era aquilo que era. Agora, este caso, mas, agora não é o dizes tu/digo eu, porque havia um cartaz, helas! a prova material do "crime". Seria muito recomendável que o tal cartaz fosse amplamente divulgado pelo governo, não como prova da "razão" do ministro, mas para começarmos a perceber a diferença entre o que é jocoso para nós, mas não o é para o governo. Já que são lobos, que lhes vistam a pele e tenham a coragem de nos exigir sermos cordeirinhos mansos e mudos, se não ... Razão tinha o outro, quando avisava que quem se mete com..., leva!
Cá por mim, daqui em diante é só ver um membro do governo no horizonte e aí me têm em sentido! Heil!
Schiu!.....
Processo eu, processas tu
Quando se esperava que o senhor engenheiro ficasse quieto, ele não ficou. Como não é demasiado burro, só pode ter uma (má)intenção com a coisa. Os blogues, e quem neles escreve, estão na mira, como alvo a abater. Não surpreende, com este Presidente do Conselho, perdão, Primeiro-ministro.
Wednesday, June 27, 2007
Antologia
The lily's withered chalice falls
Around its rod of dusty gold,
And from the beech-trees on the wold
The last wood-pigeon coos and calls.
The gaudy leonine sunflower
Hangs black and barren on its stalk,
And down the windy garden walk
The dead leaves scatter, - hour by hour.
Pale privet-petals white as milk
Are blown into a snowy mass:
The roses lie upon the grass
Like little shreds of crimson silk.
Around its rod of dusty gold,
And from the beech-trees on the wold
The last wood-pigeon coos and calls.
The gaudy leonine sunflower
Hangs black and barren on its stalk,
And down the windy garden walk
The dead leaves scatter, - hour by hour.
Pale privet-petals white as milk
Are blown into a snowy mass:
The roses lie upon the grass
Like little shreds of crimson silk.
Oscar Wilde
Docentes no desemprego
Recordem-me: quando confrontada com um número de cerca de 20 mil docentes excedentários, a ministra não desmentiu a notícia? Ou estava muito mal informada, ou mentiu! Surpresa? Nem por isso, já estamos habituados ao "rigor" da senhora.
Tuesday, June 26, 2007
As 7 Maravilhas da Blogosfera
Estes jovens são uns queridos, com os cotas! Muito obrigado, SLIH. É, verdadeiramente, uma honra.
Bom, e como parece que devo também fazer nomeações, aqui vão elas:
Some Like it Hot, Manolos e afins , a camuflagem perfeita
O Diário do Anthrax, um espirro e vai tudo raso
A cidade surpreendente, do Porto esplendoroso
We Have Kaos in the Garden, cerzir imagens assim não é para qualquer um
Estado Civil, um Eça moraria aqui, confortavelmente
Espumadamente, o auto-entretenimento inteligente
Aguarelas de Turner, os sons e os silêncios da beleza
Negrão mete água!
Este candidato, ou anda desaparecido em combate, ou é um desastre, quando aparece.
Marques Mendes está demasiado ocupado para não se aperceber da triste figura que o seu candidato "independente" anda a fazer?
Monday, June 25, 2007
Tratado versus referendo
As facções no PSD encontraram as suas causas. Ambos os lados da barricada perdem, a favor de Sócrates. E perdemos nós, também.
Ainda o Salão Erótico de Lisboa
Receitas na ordem dos 5 M€? Pois é uma boa notícia, para os comerciantes do sexo. Presume-se que o êxito da iniciativa estimule a continuidade do evento, e a sua repetição noutras cidades portuguesas. Para já, estará no Algarve, em Agosto. Por este andar, o "salão" não tardará em funcionar em itinerância permanente.
Ingenuamente, ainda estranhamos o crescendo de crimes sexuais no nosso país. Freud explicaria.
As oportunidades criam-se, e aproveitam-se
Maria José Nogueira Pinto apoia António Costa. Este retribui a simpatia, nomeando-a para presidir ao Comissariado Baixa-Chiado. Regista-se o "rigor" do candidato e a "elevação" da senhora, tudo boa gente. Entretanto, aos lisboetas resta ter esperança que venham a ganhar com estas reviravoltas tão oportunas. Afinal, parece que o projecto de reabilitação da Baixa-Chiado era, mesmo, um bom projecto!
"A REALIDADE VIRTUAL DO MUNDO EDUCATIVO"
Sobre este tema, escreve João César das Neves, no DN:
«O Ministério da Educação português é um bom exemplo de como um sistema autodeterminado pode disparar em sentidos impenetráveis e incoerentes. A sucessão de repetidas reformas, mesmo que justificadas individualmente, criou um conjunto inconsistente e delirante, que hoje até gasta fortunas em testes a fingir, que avaliam aos bochechos. A coisa só não é pior devido à única inelutável realidade que se impõe na sala de aula: a cara do aluno. Muitos profissionais competentes, sentindo-se responsáveis perante a turma que enfrentam, esforçam-se por ensinar alguma coisa às pobres cobaias das reformas, muitas vezes contra as mesmas reformas. Se não fosse isso, a catástrofe seria definitiva. Mas o Ministério da Educação tem de ser incluído entre os maiores inimigos do desenvolvimento nacional. Uma potência estrangeira que quisesse sabotar o nosso progresso dificilmente faria pior.»
Totalmente de acordo, mas manda a justiça que se diga que alguns ministros houve que tentaram inverter esta situação, da melhor forma que sabiam, ou conseguiam, sem nunca desistirem desse intento; que outros houve que se limitaram a gerir o monstro, para por ele não serem engolidos; finalmente, que do grupo daqueles que criaram e alimentaram esta criatura monstruosa que é hoje o ME, pior não houve que a actual patroa da 5 de Outubro. A sua gestão desastrosa demorará anos a sanar, e o seu rosto perdurará por décadas, como o rosto do pior inimigo da educação neste país, desde o 25 de Abril.
Sunday, June 24, 2007
Há algo que me intriga...
Não consigo perceber a tendência que os analistas têm para confiar mais nos nossos indicadores de desenvolvimento, que chegam dos organismos internacionais, do que naqueles que produzimos cá. É que esses organismos, na maioria dos casos, trabalha com os dados fornecidos pelos representantes portugueses nos grupos de trabalho. Ainda agora foram recém-nomeados uma cabazada deles, que levam na mala os indicadores que o governo os autoriza a levar. Ora, sabendo-se que há membros do governo que são autênticos especialistas em venderem a nuvem por Juno...
Ensino Superior
Mariano Gago desenterrou o martelo, e prepara-se para partir a imitação de sistema de ensino superior que temos em Portugal. O problema nem é parti-lo, é o que pretende fazer com os cacos!
Leituras ao acaso
The Jungle, de Upton Sinclair
«...one of the necessary accompaniments of capitalism in a democracy is political corruption; and one of the consequences of civic administration by ignorant and vicious politicians, is that preventable diseases kill off half our population. And even if science were allowed to try, it could do little, because the majority of human beings are not yet human beings at all, but simply machines for the creating of wealth for others. They are penned up in filthy houses and left to rot and stew in misery, and the conditions of their life make them ill faster than all the doctors in the world could heal them; and so, of course, they remain as centers of contagion, poisoning the lives of all of us, and making happiness impossible for even the most selfish. For this reason I would seriously maintain that all the medical and surgical discoveries that science can make in the future will be of less importance than the application of the knowledge we already possess, when the disinherited of the earth have established their right to a human existence.»
Das memórias da guerra ao futuro de paz, a compreensão e o respeito entre os povos
Das comemorações do Fim da II Guerra Mundial, ficam as trágicas memórias da Batalha de Okinawa, e as avisadas palavras do Governador Hirokazu Nakaima «"It is our crucial responsibility" to hand down lessons from the war to future generations and to "take a square look at the reality in the international community that terrorism and ethnic conflicts never end, to foster a peace-wishing mind to make sure that the calamities of war never happen again and to try to create lasting peace in the world."»
Dossier África
Os escribas mudos
Marques Mendes comprometeu-se a apoiar o governo, para que a presidência portuguesa da UE seja um sucesso. Hum, temeu-se o pior, mas, apesar dessa nobre intenção, ditada por valores patrióticos, parece não estar disposto a ser um observador, passivo e silencioso, do que o governo de Sócrates pretenda fazer.
Para começo de conversa, não está mal. Vamos ver se o tom vai ser este, nos próximos seis meses, ou se valores mais altos se imporão. Não que esta voz da oposição faça muita diferença, para a máquina trituradora dos direitos, liberdades e garantias em que o governo Sócrates se tornou, mas, pelo menos, guardam-se umas quantas armas de arremesso para os combates que marcarão a mudança do ciclo político. Armas essas que são, afinal, o que resta da política, e à política, em Portugal.
Os escribas surdos
Num registo completamente diferente, o papel que Portugal se propõe desempenhar para a ratificação de um novo tratado europeu é analisado, assim, no 4ª República:
Fica tudo dito, e muito bem dito!
Os escribas cegos
Em meia dúzia de palavras certeiras, o We Have Kaos in the Garden, sintetiza assim o que a UE dos grandes espera da presidência sócretina da UE:
Nem mais! O resto, é a megalomania destes governantes de pacotilha, muito bem emparelhada pela subserviência pacóvia do PSD.
Nota: já depois de escrever isto, vejo a reacção do PSD a uma possível fuga a um referendo ao tratado; dou-lhe, para já, o benefício da dúvida.
Saturday, June 23, 2007
O futuro Tratado de Lisboa
Ó terrá, terrá, tá tá,
ó terréu, terréu, téu téu,
eu já tenho três fitinhas,
a enfeitar o meu chapéu.
Bate palmas, siga a festa,
gira a roda sem parar,
não há festa como esta,
sempre a rir e a brincar.
(canção infantil)
ó terréu, terréu, téu téu,
eu já tenho três fitinhas,
a enfeitar o meu chapéu.
Bate palmas, siga a festa,
gira a roda sem parar,
não há festa como esta,
sempre a rir e a brincar.
(canção infantil)
Felizmente há luar
Andam por aí uns ofendidos que, com ares superiores, se riem dos que sentem haver défice democrático e um perigoso crescendo de autoritarismo. Acordarão mal, ou talvez não, porque serão, decerto, os que estarão ao lado dos que empunham o chicote.
Berardo, o perfil
Por Ricardo Costa, no DE:
«Nos tempos que correm, Joe Berardo é o número um no Jogo da Glória Portuguesa. Ele joga o jogo como ninguém, conhece as regras e os buracos legais, diz tudo o que pensa mas não pensa tudo o que diz e sabe que Portugal sempre se rendeu aos que arriscam e aos que têm muito dinheiro. E sabe que vai ter o Estado aos seus pés no momento da sua coroação, quando o CCB abrir as portas ao “seu” museu.»
Cada país tem o Mecenas que merece!
Salão erótico em Lisboa
Thursday, June 21, 2007
Antologia
To posterity
Indeed I live in the dark ages!
A guileless word is an absurdity. A smooth forehead betokens
A hard heart. He who laughs
Has not yet heard
The terrible tidings.
Ah, what an age it is
When to speak of trees is almost a crime
For it is a kind of silence about injustice!
And he who walks calmly across the street,
Is he not out of reach of his friends
In trouble?
It is true: I earn my living
But, believe me, it is only an accident.
Nothing that I do entitles me to eat my fill.
By chance I was spared. (If my luck leaves me
I am lost.)
They tell me: eat and drink. Be glad you have it!
But how can I eat and drink
When my food is snatched from the hungry
And my glass of water belongs to the thirsty?
And yet I eat and drink.
I would gladly be wise.
The old books tell us what wisdom is:
Avoid the strife of the world
Live out your little time
Fearing no one
Using no violence
Returning good for evil --
Not fulfillment of desire but forgetfulness
Passes for wisdom.
I can do none of this:
Indeed I live in the dark ages!
2.
I came to the cities in a time of disorder
When hunger ruled.
I came among men in a time of uprising
And I revolted with them.
So the time passed away
Which on earth was given me.
I ate my food between massacres.
The shadow of murder lay upon my sleep.
And when I loved, I loved with indifference.
I looked upon nature with impatience.
So the time passed away
Which on earth was given me.
In my time streets led to the quicksand.
Speech betrayed me to the slaughterer.
There was little I could do. But without me
The rulers would have been more secure. This was my hope.
So the time passed away
Which on earth was given me.
3.
You, who shall emerge from the flood
In which we are sinking,
Think --
When you speak of our weaknesses,
Also of the dark time
That brought them forth.
For we went,changing our country more often than our shoes.
In the class war, despairing
When there was only injustice and no resistance.
For we knew only too well:
Even the hatred of squalor
Makes the brow grow stern.
Even anger against injustice
Makes the voice grow harsh. Alas, we
Who wished to lay the foundations of kindness
Could not ourselves be kind.
But you, when at last it comes to pass
That man can help his fellow man,
Do no judge us
Too harshly.
Bertolt Brecht
Indeed I live in the dark ages!
A guileless word is an absurdity. A smooth forehead betokens
A hard heart. He who laughs
Has not yet heard
The terrible tidings.
Ah, what an age it is
When to speak of trees is almost a crime
For it is a kind of silence about injustice!
And he who walks calmly across the street,
Is he not out of reach of his friends
In trouble?
It is true: I earn my living
But, believe me, it is only an accident.
Nothing that I do entitles me to eat my fill.
By chance I was spared. (If my luck leaves me
I am lost.)
They tell me: eat and drink. Be glad you have it!
But how can I eat and drink
When my food is snatched from the hungry
And my glass of water belongs to the thirsty?
And yet I eat and drink.
I would gladly be wise.
The old books tell us what wisdom is:
Avoid the strife of the world
Live out your little time
Fearing no one
Using no violence
Returning good for evil --
Not fulfillment of desire but forgetfulness
Passes for wisdom.
I can do none of this:
Indeed I live in the dark ages!
2.
I came to the cities in a time of disorder
When hunger ruled.
I came among men in a time of uprising
And I revolted with them.
So the time passed away
Which on earth was given me.
I ate my food between massacres.
The shadow of murder lay upon my sleep.
And when I loved, I loved with indifference.
I looked upon nature with impatience.
So the time passed away
Which on earth was given me.
In my time streets led to the quicksand.
Speech betrayed me to the slaughterer.
There was little I could do. But without me
The rulers would have been more secure. This was my hope.
So the time passed away
Which on earth was given me.
3.
You, who shall emerge from the flood
In which we are sinking,
Think --
When you speak of our weaknesses,
Also of the dark time
That brought them forth.
For we went,changing our country more often than our shoes.
In the class war, despairing
When there was only injustice and no resistance.
For we knew only too well:
Even the hatred of squalor
Makes the brow grow stern.
Even anger against injustice
Makes the voice grow harsh. Alas, we
Who wished to lay the foundations of kindness
Could not ourselves be kind.
But you, when at last it comes to pass
That man can help his fellow man,
Do no judge us
Too harshly.
Bertolt Brecht
«Ter escravos não é nada, mas o que se torna intolerável é ter escravos chamando-lhes cidadãos»*
Uns são silenciados, outros condenam-se a si próprios ao silêncio. Devagar, devagarinho, escorrega-se para um novo tempo de silêncios.
* Diderot
O dito por não dito
Quem passa, com frequência, uma olhadela pelas notícias nacionais, apercebe-se, quase diariamente, de decisões anunciadas pelo governo, mas logo a seguir desmentidas, para calar a contestação que, entretanto, o anúncio produzira. Sob pressão, do governo chegam desmentidos indignados, recuos estratégicos, arrependimentos assumidos, mudanças de rumo clandestinas, paragens para reflexão, enfim, sinais vários de que o governo pára, para calar a contestação e acalmar os ânimos, mas, também, e, para mim, o mais preocupante, porque governa à vista, sem uma linha de rumo, que decide sem convicção, sem a adequada preparação técnica e sem seriedade política.Quase se diria estarmos no fim do ciclo político, não fossem as imagens virtuais com que a propaganda nos vende o mito da liderança eficaz e bem sucedida de Sócrates.
Olha, o burro do Poceirão foi ter com a DREN...
Wednesday, June 20, 2007
Quem se mete ..., leva!
Mayday! mayday!
Mário Lino diz que a opção Portela+1 não é «solução viável», no entanto afirma que essa opção será estudada. A sobrecarga mental do ministro é visível. Recomenda-se uma cura de sono, longe das lides aeroportuárias.
O debate
Costa nem se dá ao trabalho de disfarçar o enorme enfado que lhe causam os figurantes do seu passeio até ao Castelo! O ar de superior condescendência com que, polidamente, vai debitando o soundbyte, diz tudo sobre aquilo a que veio. O resto é folclore, mas, convenhamos, só amalgamados e transformados num só é que aquele ramalhete de candidatos ofereceria alguma garantia de ser o edil de que Lisboa precisa!
Monday, June 18, 2007
Não há por aí um investidor com olho para o negócio? Hey, Berardo, psst!
Esta divertida composição do We Have Kaos in the Garden, e o texto que a acompanha, fizeram-me pensar que, se os portugueses fossem verdadeiramente empreendedores, poderiam aproveitar a ideia para um merchandise, que faria furor durante a presidência da União Europeia.
Eu que até não sou de micro causas...
... ou talvez porque esta seja uma macro causa, pergunto: e que tal se a senhora que se entrincheirou na 5 de Outubro nos informasse, antes de ir à vida, quais os efectivos resultados, em termos de sucesso educativo dos alunos, do fecho de mais de mil escolas, do aumento dos horários das escolas do 1º ciclo, da introdução do inglês nos primeiros anos de escolaridade, da imposição das aulas de substituição, da colocação plurianual dos docentes, da transferência de competências para as escolas...
Com a embalagem da prestação de contas, a que não quererá furtar-se, paladina do rigor e da responsabilidade, como se "vende", pode a ministra explicar as consequências do desmantelamento das estruturas da educação especial, das balbúrdias com os exames, dos atropelos do ECD, das ilegalidades do concurso de professor titular e, para se despedir em beleza, explicar ao povo a mais-valia que representa, para os clientes do sistema educativo, ter sido dada, de mão beijada, a conservação do parque escolar a uma mais do que "folclórica" empresa surgida do nada...
Depois de ter prestado contas da sua gestão autoritária, então sim ... adieu madame, ne revenez jamais.
Começaram os exames, recomeçaram as trapalhadas
Entretanto, a Ministra da Educação riu-se dos sindicatos que pedem a sua demissão, quando foi confrontada com o acórdão do Tribunal Constitucional que considerou inconstitucionais as normas que, no final do ano lectivo 2005/2006, permitiram repetir os exames de Física e Química do 12.º ano, necessários para ingresso no ensino superior, apenas aos alunos que compareceram na 1.ª chamada.
Será que ela, do alto da sua sobranceria autista, ainda não percebeu que já não reúne condições para estar à frente do ME?
Tal como Marcelo...
...eu também não acredito que as "cedências" do governo venham a dar outro resultado, que não a manutenção da opção OTA.
Mas, a verdade é que todo o circo montado para ganhar seis meses de tranquilidade para o governo e facilitar a vida a António Costa, estão a ser fatais para a imagem, já muito desgastada, do executivo. É que, apesar da credibilidade de Sócrates estar pelas ruas da amargura, deixar Lino evidenciar o palhaço que é, permitir que Silva Pereira se mostre como o mestre de cerimónias burlescas, que também é, e ver o próprio Sócrates a usar, numa questão deste melindre, a estratégia da explicação-enrodilhada-que-não-convence-o-povinho, que ensaiou com a questão da licenciatura, é demasiado mau, mesmo para este governo.
O mito da grande capacidade de liderança de Sócrates morreu às mãos da arrogância e prepotência do sempre irado Primeiro-ministro, e da coordenação, que se julgava férrea, do elenco governamental, só restam os tiques de autoritarismo que já não se conseguem disfarçar. A grande diferença entre as trapalhadas deste governo e as do governo de Santana Lopes é que as deste último eram só isso, trapalhadas, não camuflagem.
Portugal entre os três países mais desertificados da Europa
Pois é uma "boa" notícia, no Dia Mundial da Desertificação e da Seca.
Sunday, June 17, 2007
La gauche résiste à la vague bleue, et Ségolène Royal et François Hollande se sont séparés...
... mais la candidate socialiste annonce qu'elle briguera la succession de François Hollande à la tête du PS.
Pour le moment, les réactions du PS sont sobres et Eric Besson se dit "surpris que cette annonce puisse venir un soir de second tour des élections législatives", et "puisse polluer, parasiter le débat politique".
Agricultura admite erro na lista de excedentários»
Mas quantos erros não se cometeram já, quantos mais não irão ser cometidos?
E as vítimas desses erros, como serão ressarcidas?
Paulo Portas incomoda muita gente
Mas, pensando bem, porquê?
O senhor é irrequieto, é talentoso, deve ter uma gorda carteira de "podres" das "estrelas" do regime, é, relativamente, imprevisível. Mas, efectivamente, que poder tem ele, para ser preciso agitar fantasmas, de vez em quando? O caso Moderna foi o que se viu, e a montanha pariu um rato. Portas esteve no governo, e no meio da salganhada que foram aqueles governos de coligação, foi do pouco que se aproveitou. Agora, voltou à liderança do CDS e, apesar da invisibilidade de Telmo Correia na corrida à CML, há manobras intimidatórias. Tendo Portas tão pouca capacidade de influenciar a agenda política, e sendo o CDS uma nulidade eleitoral, para quê darem-se a tanto esforço?
Votar António Costa para Presidente da Câmara de Lisboa
É uma tábua do caixão em que Sócrates está a enterrar a democracia!
Daqui por dois anos será o assalto a outras câmaras, e, assim, pelas linhas traçadas de São Bento à sede de cada um dos concelhos, se diluirão as conquistas, que alguns julgavam irreversíveis.
Seguir-se-ão a "nacionalização" da Assembleia e a transformação de Belém em "almirantado" . A bem da Nação. E da intemporalidade de Sócrates, o presidente do governo.
As vaias a Sócrates
A 2ª, em poucos dias, diz bem do clima que se vai instalando por esse país fora, contra as arbitrariedades, os oportunismos e as medidas cegas do governo, mas, sobretudo, contra o autoritarismo rude e desabrido de Sócrates.Bem podem os serviços de propaganda do governo querer convencer-nos que o desmantelamento de estruturas essenciais, sejam centros de saúde, sejam escolas, têm por objectivo servir melhor a população, que a evidência corre contra aqueles que apenas identificam essas vantagens à distância, e no conforto dos seus gabinetes governamentais.
Sob o pretexto de estar a modernizar este país, o que Sócrates impõe são condições propícias à emergência de atitudes de medo, subserviência e acomodação ao regime autoritário que, paulatinamente, se vai instalando. Quem tem a coragem de levantar o véu, como o fez António Balbino Caldeira, paga; quem tem o atrevimento de fazer um comentário mais "assanhado", como Fernando Charrua, paga; quem reinstaura as práticas pidescas da bufaria e da perseguição, como a comissária da DREN, é premiado; quem tenta comportamentos de cidadania participativa, vê-se ameaçado de retaliações.
Este é o país à medida de Sócrates, do seu orgulho desmedido, da sua desmesurada ambição pessoal e do seu total desrespeito pelos demais. Hoje, ainda há quem, de cara descoberta, tenha a coragem de o enfrentar, de o questionar, de o vaiar. Mas, por quanto mais tempo terão essa capacidade? Quanto tempo faltará para que sejam demitidos, para que os vão buscar a casa de madrugada, os atirem para uma prisão, os torturem, para que lhes persigam as famílias e os amigos? Para alguns, como Charrua e Caldeira, esse tempo já chegou. Para os outros, será uma questão de tempo, curto.
Sob o pretexto de estar a modernizar este país, o que Sócrates impõe são condições propícias à emergência de atitudes de medo, subserviência e acomodação ao regime autoritário que, paulatinamente, se vai instalando. Quem tem a coragem de levantar o véu, como o fez António Balbino Caldeira, paga; quem tem o atrevimento de fazer um comentário mais "assanhado", como Fernando Charrua, paga; quem reinstaura as práticas pidescas da bufaria e da perseguição, como a comissária da DREN, é premiado; quem tenta comportamentos de cidadania participativa, vê-se ameaçado de retaliações.
Este é o país à medida de Sócrates, do seu orgulho desmedido, da sua desmesurada ambição pessoal e do seu total desrespeito pelos demais. Hoje, ainda há quem, de cara descoberta, tenha a coragem de o enfrentar, de o questionar, de o vaiar. Mas, por quanto mais tempo terão essa capacidade? Quanto tempo faltará para que sejam demitidos, para que os vão buscar a casa de madrugada, os atirem para uma prisão, os torturem, para que lhes persigam as famílias e os amigos? Para alguns, como Charrua e Caldeira, esse tempo já chegou. Para os outros, será uma questão de tempo, curto.
Thursday, June 14, 2007
Conta quem assistiu...
... que Carmona foi muito aplaudido na Avenida, na noite de Santo António. Mais se diz que o candidato já visitou todos os bairros camarários, onde a sua passagem foi um sucesso. Entretanto, Fernando Negrão parece desaparecido em combate. Talvez esteja a reescrever a estratégia da campanha, agora que se foi a OTA a voar para o deserto. Aliviado da OTA ficou António Costa, que assim ganhou tempo para se dedicar a outros transportes: as bicicletas de montanha, para desafiar os lisboetas com tantas colinas, quantos os trabalhos de Hércules, e os transportes escolares, uma "nexessidade" criada à medida da concorrência com que se pretenderá espevitar a Carris e o Metro. Entretanto, o CDS faz voo rasante à Portela+1, enquanto vai batendo os mercados e feiras, uma tradição que ainda é o que era, neste partido. Roseta vai dando a cara, mas apenas em arraiais e cervejarias, que as televisões, com grande ofensa da senhora, não têm estado na mesma onda dos cidadãos que ela pretende mobilizar. Malhas que o Rato tece... Sá Fernandes vai fazendo pela falta que quer vir a fazer, e Rubem de Carvalho não vai em conversas da treta e clama por um cartão vermelho ao governo, nas eleições para o munícipio. O homem pode não ser de Olhão, mas parece.
Segue a marcha e cheira bem, cheira a poder. Tanto, que lá vão todos atrás do Costa, o castelão. O resto, é paisagem.
Voltando aos tiques autoritários do ME
Não são apenas os casos mais recentes e mediáticos da DREN e da APM, que nos demonstram que existe no ME uma "cultura" propícia ao acobertamento de comportamentos autoritários, por parte de dirigentes daquele ministério. Direi, até, que será essa "cultura" que os instiga, através do mau exemplo dos membros do governo que os tutelam e que têm, eles próprios, uma atitude e um estilo de sobranceiro autoritarismo. Esta atitude e este estilo estão, sobejamente, evidenciados nas relações da ministra e secretários de estado com professores, com escolas, com sindicatos, com deputados da oposição, e com jornalistas que não pertençam às agências que fazem a propaganda governamental. Se é certo que as Margaridas Moreiras e os Capuchas de que o ME se serve, instigando-os e acobertando-os, não encontram, por isso, desculpa para as suas prepotências, a verdade é que não podemos ignorar a responsabilidade de quem lhes cria a expectativa de impunidade em que actuam, como se lhes "armassem a mão".
Os atropelos aos direitos dos trabalhadores docentes das escolas, de que o concurso para professor titular é, apenas, mais um triste exemplo, não podem deixar de ser vistos à luz deste quadro de autoritarismo galopante. A passividade com que esses atropelos acabam por ser aceites pela classe, e pelos representantes desta, só tem sido criticada por alguns, quando deveria assustar todos. Porque cada uma destas vitórias das Margaridas Moreiras, dos Capuchas, dos Pedreiras, dos Lemos e das Marias de Lurdes são degraus que se descem do patamar das liberdades, direitos e garantias, pelos quais alguns de nós combateram uma vida inteira.
O barco afunda-se...
...porque a debandada já começou.
«Luís Paes Antunes, vice-presidente do PSD e responsável social-democrata pelas áreas da Segurança Social e da Saúde, pediu a demissão da direcção do partido» e na origem desta decisão estarão «divergências de fundo relativamente à forma como a direcção do PSD tem conduzido alguns processos, nomeadamente a crise na Câmara de Lisboa.»
Entretanto, Marques Mendes irá estar solidário com o governo durante a presidência portuguesa, a bem do interesse nacional. Será que ele dura ainda mais seis meses?
Caso DREN: Instrutor do processo propõe suspensão de Charrua
Segundo Fernando Charrua, os factos mencionados na acusação estão deturpados, o que significaria que o "insulto" de que o acusam teria sido proferido num restaurante e não nas instalações da DREN, do que se pode concluir que é muito longo o braço da comissária do PS, que manda na educação do norte.
Sobre esta senhora, tudo o que se possa dizer ficará aquém do que ela diz de si própria, dos seus métodos e dos objectivos de poder que a movem, na entrevista que o DN publica, e cujo destaque dá bem a medida do tamanho da trela a que está acorrentado este órgão oficial do regime. Vários blogues se fizeram eco de passagens da entrevista da senhora, mas a mim basta-me esta capa, um triste momento da nossa actualidade política.
Sobre esta senhora, tudo o que se possa dizer ficará aquém do que ela diz de si própria, dos seus métodos e dos objectivos de poder que a movem, na entrevista que o DN publica, e cujo destaque dá bem a medida do tamanho da trela a que está acorrentado este órgão oficial do regime. Vários blogues se fizeram eco de passagens da entrevista da senhora, mas a mim basta-me esta capa, um triste momento da nossa actualidade política.
Wednesday, June 13, 2007
Love Letter
I hold this letter in my hand
A plea, a petition, a kind of prayer
I hope it does as I have planned
Losing her again is more than I can bear
I kiss the cold, white envelope
I press my lips against her name
Two hundred words. We live in hope
The sky hangs heavy with rain
Love Letter Love Letter
Go get her Go get her
Love Letter Love Letter
Go tell her Go tell her
A wicked wind whips up the hill
A handful of hopeful words
I love her and I always will
The sky is ready to burst
Said something I did not mean to say
Said something I did not mean to say
Said something I did not mean to say
It all came out the wrong way
Love Letter Love letter
Go get her Go get her
Love Letter Love letter
Go tell her Go tell her
Rain your kisses down upon me
Rain your kisses down in storms
And for all who'll come before me
In your slowly fading forms
I'm going out of my mind
Will leave me standing in
The rain with a letter and a prayer
Whispered on the wind
Come back to me
Come back to me
O baby please come back to me
Nick Cave And the Bad Seeds
Sócrates - a fase da desconfiança
Exemplos? Há vários, em quase todas as actividades governativas, que envolvem explicações do Primeiro-ministro, ignoradas estas, ou por carneirismo partidário, ou por conformismo à inevitabilidade desta personagem da maioria absoluta. Para além deste desgaste contínuo, perceptível para além da blogosfera, dois casos relevam dos restantes. Um, as trapalhadas do curso, em que as explicações de Sócrates foram desvalorizadas, por amigos e adversários, com o argumento de que ter, ou não ter o curso, não é imprescindível para ser Primeiro-ministro. Confiança nas "provas" apresentadas? Nenhuma. Outro, o mais recente, o "recuo" na decisão da OTA. Nem nos blogues, nem na imprensa, muito menos na rua, se acredita que este "recuo" seja outra coisa que não oportunismo político, cinismo eleitoralista e falta de seriedade governativa. Como resiste um Primeiro-ministro a tão baixos níveis de confiança? Por inexistência de alternativa? É trágico, que assim seja. Mas, se a esse problema acrescentarmos o perfil de Sócrates, a voracidade do PS, e uma conjuntura mundial aparentemente favorável à emergência de autoritarismos, esta falta de confiança na liderança que temos pode tornar-se um perigo para o regime democrático.
Tuesday, June 12, 2007
Santo António de Lisboa
Em tempo de eleições para a CML, as festas da cidade são um manancial para os candidatos, que se desdobram em aparições popularuchas. O espírito arraial ajuda a disfarçar o ridículo do oportunismo de certas atitudes dos candidatos, e uma esmola ao Santo Padroeiro pode vir a ter o esperado efeito, o sucesso nas urnas. Dado o estado desta marcha popular que é hoje a CML, Santo Antoninho nos valha, e ilumine os eleitores.
Professora agredida por pai de aluna recebe tratamento hospitalar
E agora, senhora ministra? Crime público? O agressor já está a contas com a justiça? Ou é mais um caso a esquecer, como centenas de outros casos semelhantes?
Os tiques autoritários da ministra da educação
Se não me surpreende que a ministra tenha, como é seu hábito, entendido que estes resultados serão uma boa prova da falta de competência dos professores, não deixo de considerar estranho que a APM ainda se surpreenda com a visão minimalista e redutora da ministra, e mais estranho me parece que a APM pensasse que tinha liberdade para vir, publicamente, dizê-lo. Daí, a minha pergunta - não terá ficado claro, para os membros da comissão de acompanhamento, APM incluída, quando foram convidados a integrar a comissão, que lhes ficava reservado o papel de silent partners? Pois é, não tiveram em devida conta o recado de António Vitorino:"Habituem-se!"
Os aparentes recuos do governo
Ora bem, sabendo nós que a progressão na carreira está condicionada pela existência de dotação orçamental para o efeito, e sendo quase certo que essa dotação não irá existir, este "recuo" do governo serve, efectivamente, para quê? Calar os trabalhadores em vésperas de presidência europeia? Dar um torrão de açúcar, porque o chicote se revela desnecessário? Sejam quais forem as razões do governo, e nenhuma delas será favorável aos governados, estes sucessivos "recuos" são um mau, um péssimo sinal, num governo que se representava a si próprio como determinado no cumprimento dos objectivos que se propunha. Retire-se a propaganda oficial e a irritação e sobranceria de Sócrates ao discurso do governo, e ficamos com o quê? Com um governo muito permeável às pressões de lóbis, temeroso das reacções de certos sectores da sociedade, vulnerável a tudo o que possa significar erosão da sua força eleitoral. Uma farsa, com tiques de autoritarismo.
O ataque é a melhor defesa?
Será, para alguns, mas, admito-o, não me merecem grande crédito as personagens dadas a essa estratégia defensiva.
Depois do que veio a lume das acções de Margarida Moreira, a querer a senhora ser levada a sério nas acusações que agora faz, talvez fosse oportuno apresentar evidências do trabalho que tem realizado e, de passagem, dar-se ao incómodo de esclarecer quais são as tais acções em curso, com tamanha importância e mérito, que mereceram o esforço de uma cabala, como aquela que ela e o PS afirmam estar em curso.
Monday, June 11, 2007
As "borlas" de Sócrates
Computadores de graça, ou a graça dos computadores de Sócrates...
«Afinal não são computadores a 150€, essa é só a entrada, depois continua-se a pagar "prestações mensais cinco euros abaixo da oferta praticada no mercado". Portanto se o mercado estiver a oferecer o mesmo produto com prestações mensais de 50€, pagar-se-á uma prestação de 45€, sem que se saiba durante quanto tempo (3 anos - a duração do secundário?).Afinal, entre a entrada baixa e o desconto de 5€ por mês (3 anos - 36 meses), acaba por sair um computador portátil uns 50 ou 100€ abaixo do preço de mercado»
Ele há cada uma!...
Pois é, o meu querido amigo Anthrax honrou este blog com o Prémio Blog com Tomates, que muito agradeço, por vir a nomeação de quem vem e pela excelente companhia em que me colocou!
Parece que o prémio implica que devo escolher, também, os "meus" blogs com tomates, o que faço com gosto, mas muita dificuldade, tantos são aqueles que poderia nomear!
Vamos a isto: sem nenhuma ordem, começo pelo Diário do Anthrax - e não, não é para lhe retribuir a graça, mas porque, se há uma blogosfera com tomates, o Anthrax estará sempre na primeira linha - e seguem-se: We Have Kaos in the Garden, Do Portugal Profundo, Grande Loja do Queijo Limiano, 31 da Armada, Anarca Constipado.
Há muitos, muitos mais, mas parece que, dada a acidez do fruto, convém ser parco, nas escolhas.
O espantoso "recuo" do governo sobre a OTA
Acontece é que António Costa estava a sentir os efeitos da decisão do governo, da qual dificilmente conseguia descolar, e, para o PS, a prioridade é ganhar Lisboa! Depois, com o Costa dono do Castelo, o projecto pessoal de Mário Lino e de uns quantos bons rapazes do Largo do Rato emergirá, qual fénix renascida, das profundezas dos estudos encomendados a you know who! Entretanto, fez-se de conta que se acatou a presidencial sugestão, salva-se a face a Belém e a cooperação estratégica. Assegura-se ainda uma presidência da UE livre dos debates otários, e tranquilizam-se os autarcas da margem sul, para a "fotografia" europeia! Engolir estas patranhas como o fez Marques Mendes não é ingenuidade, é conivência! Haja tino.
Disse o Presidente Cavaco Silva
«Não me resigno aos fracos níveis de crescimento económico, ao abandono escolar preocupante, à pobreza e exclusão social de tantas famílias, à escassa dimensão das componentes científica e tecnológica do aparelho produtivo». Pergunto eu - e entende o Senhor Presidente que o governo está a trabalhar no sentido de dar resposta às suas preocupações? Seria bom que nos desse um claro sinal sobre aquilo que pensa, porque o governo usa a propaganda oficial para nos fazer crer que o que está a fazer corresponde, por inteiro, ao que o Presidente deseja. E é mentira!
As ofensas da Senhora DREN
É no que dá, alimentar estas "feras" a pão-de-ló! O que esperavam, a ministra da educação e Sócrates, depois da protecção que lhe deram? A estas horas, não duvido que haja gente no PS, e no governo, a deitar a senhora pelos olhos! Houvesse vergonha, e alguma cabeça haveria de rolar. Assim, não é difícil imaginar o incómodo sentido pelo Presidente, quando lhe chegaram as queixas do presidente da CM de Vieira do Minho. É que se decidir não fazer nada, será que o autarca recorre ao Papa?
Da entrevista de Mário Soares ao Expresso...
...registei a forma subtil que ele encontrou para não atribuir a Sócrates mais do que a importância (que não é muita), que este lhe merece. Um exemplo? a forma como trata a questão do diploma da Independente e o associa à Ota. Até a chamada de Jacques Delors ao tema é uma facada com bisturi de cristal. E vai lembrando, para que não fiquem dúvidas - Sócrates pode ser o homem desta conjuntura, mas as conjunturas mudam! Para bom entendedor...
No resto, Soares igual ao que sempre foi.
Thursday, June 07, 2007
Esta é uma causa de todos nós.
Não estou totalmente em desacordo com o Paulo Gorjão, quanto ao entendimento de que o comentário do PSD à recondução de Margarida Moreira como Directora da DREN deveria ter sido feito de forma a deixar perceptível para todos que o partido sabia estar perante uma publicação tardia de um acto do governo, anterior à polémica do caso Charrua. Só não concordo que esse comentário pudesse ter deixado de ser feito, porque se impunha demonstrar a indignação por essa comissária política ainda se manter em funções. Porque, como bem o entendeu Ana Gomes, este episódio de bufaria é demasiado sério, para que todos, e cada um de nós, não deixe de expressar a sua indignação pelo retrocesso que este triste caso evidencia, relativamente ao nosso direito à liberdade de expressão.
Sabemos que daqui por uns tempos, na calma do esquecimento, a senhora DREN acabará por sair, talvez para assessorar um ministro, ou para um qualquer posto mais discreto, mas deixar que as coisas se resolvam assim é que pode ser mortal para o regime democrático.
Ahlzeimer prematuro?
Todos sabemos que o Professor Vital Moreira já não é propriamente um jovem, que usa óculos, mas, convenhamos, confinar a gente guapa, que pulula por esses corredores do poder, a este pífio exemplo parece mais um caso de insanidade mental. Como perguntaria o Zé Carioca, cadê os outros? Se a memória lhe falha, ali para as bandas do largo do Rato encontrará uma extensa lista!
Em São Bento já o cavalheiro está, só falta comprarem-lhe umas botas!
Bem sei que é feriado, que a praia está apetecível, que a proximidade dos santos populares incita à festarola, mas os jornais estão um marasmo! Até parecem os beatíficos tempos do outro senhor. E, depois, ainda há quem venha dizer que os portugueses andam a ver fantasmas de ditadores onde não existem! É preciso ter lata, ou ser muito bem pago para isto!
A coveira
A imagem é do We have Kaos in The Garden, e não poderia ser mais simbólica, como ilustração do triste caso da Profª Manuela Estanqueiro, mas, sobretudo, porque este caso é, ele próprio, e infelizmente, o retrato da passagem de Maria de Lurdes Rodrigues pelo Ministério da Educação - a morte, a golpes de machado, de um sistema educativo gravemente doente, com a permissão de um governo de costas voltadas para tudo o que não seja a defesa de obscuros interesses pessoais e partidários!
Wednesday, June 06, 2007
Quem se mete com o PS, leva!
No cerco a Lisboa que o PS tem em marcha, João Soares assumiu a divergência com as ordens do Comité Central do Largo do Rato, vindo manifestar-se a favor da manutenção da Portela, assim contrariando a frente governativa e o candidato desta à CML, totalmente favoráveis à desactivação do actual aeroporto de Lisboa. Ora, em consequência, veja-se o que aconteceu ao Joãozinho:
Os cofres da Universidade Independente nem às paredes se confessam...
Parece que os processos de Armando Vara e de José Sócrates foram confiscados pelos inspectores em apuramento de factos no terreno. Pelo conforto que representa ter um dos visados o poder de decisão sobre o que fazer com tais hot papers, há quem diga que esta trama toda foi mais do que oportuna, e muito de acordo com os interesses daqueles que poderiam ver o assunto rebentar num momento em que já não lhes passasse pelo bico da caneta o "despacho" a dar às peças processuais mais incómodas!!!
Tuesday, June 05, 2007
A Secretaria-Geral do MCTES não tem juristas?
Secretaria-Geral
Rectificação n.o 714/2007
Para os devidos efeitos, faz-se público que o despacho n.o 4255/2007,publicado no Diário da República, 2.a série, n.o 47, de 7 de Março de 2007, foi rectificado e substituído por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de 6 de Fevereiro de 2007,com o seguinte teor:
«1—Nos termos do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 262/88, de 23 de Julho, nomeio a licenciada em Direito Joana Seabra dos Santos Cymbron para, no âmbito da sua especialidade, assegurar a elaboração de pareceres técnico-jurídicos.
2—A nomeada auferirá a remuneração mensal equivalente à dos adjuntos de gabinete ministerial, acrescida das despesas de representação e, ainda, do subsídio de refeição.
3—Nos meses de Junho e Novembro, para além da mensalidade referida no número anterior, será paga outra mensalidade de E 2843,35, a título de abono suplementar.
4—O presente despacho produz efeitos a partir da data da sua assinatura, é válido pelo prazo de um ano, renovável, até à sua caducidade, conforme o previsto na parte final do artigo 11.o doDecreto-Lei n.o 262/88, de 23 de Julho, e rectifica e substitui o meu despacho de 1 de Fevereiro.».7 de Fevereiro de 2007.—O Secretário-Geral, António Raul Capaz Coelho.
Professor Titular 2
O aviso de abertura do concurso interno de acesso limitado, para lugares de categoria de professor titular, não contempla a possibilidade de desistência dos candidatos. Interessante!
Professor Titular 1
Nos termos do aviso de abertura do concurso interno de acesso limitado, para lugares de categoria de professor titular, está a correr o prazo para as candidaturas dos interessados. Entretanto, ninguém explica o que acontecerá no futuro aos professores que, estando hoje no 10º escalão, não reunam os 95 pontos necessários para acederem à categoria de professor titular, e que, por via da disciplina do concurso, poderão ser ultrapassados por professores dos 8º e 9º escalões, com qualquer pontuação inferior a 95 pontos, uma vez que este limiar não é exigido para estes professores. Obtuso? Não, socrático!
Sócrates, nas palavras de António Barreto *
«O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado.
Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.»
* ou a explicação do porquê da manutenção das Margaridas Moreiras nas DRENS deste país!
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado.
Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.»
Ira
Publicado hoje no Diário da República o Despacho nº 10767/2007, que mantém Margarida Moreira no cargo de Directora Regional do Norte.
Monday, June 04, 2007
Antologia
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
Professores incapacitados correm risco de ficar sem vencimento
No Jornal de Notícias: «Milhares de professores considerados incapacitados para a actividade lectiva estão desesperados com a perspectiva de serem colocados em situação de licença sem vencimento de longa duração.» Este é apenas o primeiro parágrafo de um artigo que nos dá conta de que aquela situação que há uns meses atrás mereceu as maiores parangonas por parte do governo - os professores incapacitados para o serviço lectivo foram encaminhados, para serem reaproveitados em museus, e outros organismos da AP - não passou de mais um balão de ar, como todos os outros com que o governo chuta para fora os problemas de que enferma o sistema educativo. Com os cortes que se antecipam em todos os serviços e organismos, a situação que foi criada a estes professores não surpreende, mas preocupa, e revolta, porque nas escolas faltam os apoios de toda a ordem e muitos destes docentes ainda poderiam, e deveriam, ser aproveitados em actividades em que continuariam a ser úteis aos alunos e às escolas.
«Where facts are few, experts are many.»*
A rapaziada do Costa do Castelo decidiu elencar, assim, as razões de candidatura à CML:
«Nestas eleições, há quem se candidate:
- para manter um lugar de que foi recentemente apeado;
- como trampolim para outros vôos futuros;
- para alcançar o protagonismo que no seu ex-partido não conseguiu obter;
- porque está convencido que tem o monopólio da virtude e da honestidade;
- para fazer o frete ao líder;»
Claro que como António Costa consegue, de uma assentada, cumprir três dos requisitos - trampolim para outros vôos futuros; porque está convencido que tem o monopólio da virtude e da honestidade; para fazer o frete ao líder - não surpreende que, a seguir, o identifiquem como o candidato que Lisboa merece!
Ah, esqueceram-se de acrescentar um pormenor importante - Costa é tão ambientalista, mas tão ambientalista, que até prefere sacrificar a Portela, para construir um segundo pulmão verde para Lisboa! São uns parodeiros, os moços!
*Donald R. Gannon
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