Quem passa, com frequência, uma olhadela pelas notícias nacionais, apercebe-se, quase diariamente, de decisões anunciadas pelo governo, mas logo a seguir desmentidas, para calar a contestação que, entretanto, o anúncio produzira. Sob pressão, do governo chegam desmentidos indignados, recuos estratégicos, arrependimentos assumidos, mudanças de rumo clandestinas, paragens para reflexão, enfim, sinais vários de que o governo pára, para calar a contestação e acalmar os ânimos, mas, também, e, para mim, o mais preocupante, porque governa à vista, sem uma linha de rumo, que decide sem convicção, sem a adequada preparação técnica e sem seriedade política.Quase se diria estarmos no fim do ciclo político, não fossem as imagens virtuais com que a propaganda nos vende o mito da liderança eficaz e bem sucedida de Sócrates.
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