Friday, September 02, 2005

Sinto sempre um pouco o ridículo de chamar a atenção para a qualidade da análise efectuada num post por Pacheco Pereira, no seu ABRUPTO. Considerado o profissionalismo do autor, a admiração de um desajeitado amador quase pode ser entendida como um abusivo pôr-se em bicos dos pés, o que não é, de modo algum, o caso.
Acontece que o seu post - Um Katrina muito nosso - é de imprescindível leitura para quem, na impunidade e facilidade da actividade de blogar, se atreve a tecer comentários, a opinar e mesmo a querer "ver" para além do visível, no que à situação política nacional se refere.
Escreve JPP:
«A nossa incapacidade, herança péssima do salazarismo e do atraso, de pensar e de fazer política fora da imprecação e da acusação moral é reveladora da nossa condição terceiro-mundista. É o equivalente em política ao feio que alastra a partir da Estrada Nacional 1, tem as mesmas origens, a mesma mecânica.Podia ser diferente? Claro que podia. Com esforço podia, mas duvido que o seja. A trituradora já está a funcionar com o seu habitual contingente de assessores, jornalistas, políticos, autores de blogues. O seu primeiro esforço vai ser a igualização moral (cívica, política): são todos iguais, ninguém é diferente, são todos tão maus como nós somos. Depois desta terraplanagem moral, então pode-se ir ao business as usual, como lhes convém.
Posso fazer diferente?»
Que cada um seja capaz de procurar a sua resposta.

1 comment:

Anthrax said...

O nosso "Katrina" chama-se Mário Soares e eu estive 3 dias, em Dublin, a ouvir piadinhas acerca disso por parte dos meus colegas Irlandeses, Noruegueses, Franceses e Alemães. Felizmente, não havia uma representação Britânica. E tinha de ser logo eu! Eu, que nem sequer me revejo na política do tio MS, nem tão pouco naquela ideologia estranha que professa. Mas como era eu que lá estava, fui eu que ouvi.

Já não bastavam os incêndios, ainda tive que levar com os outros a rirem-se feitos doidos por causa deste candidato presidencial.

E já agora, o tio Oliveira foi um grande homem. Tomara esta gente ter metade da capacidade e da inteligência que ele teve.