O passeio de Soares começou, como esperado. Aos pés, um PS domado e um governo agradecido. Pululando em redor, inimigos de sorriso amarelo, amigos em radiante euforia, passados e futuros acólitos em reverente e esperançada subserviência. Déjà vu, sem dúvida, mas até isso transforma num trunfo. Goste-se, ou não, em política Soares tem o toque de Midas.
*André Maurois
5 comments:
Mas o PS não conseguiria arranjar melhor que Soares? Ou pelo menos alguém com mais possibilidade de chegar vivo ao dia das eleições?
O Sócrates tem fama de ter tão mau feitio como um Gnu em dia de caçada de leões, será que o "seu" PS não apoiou o muito melhor, mais inteligente, culto e admirado Alegre apenas por ressabiamento por este se ter atrevido a atravessar-se à consagração unânime de Sócrates na liderança do PS?
Caro Primeiro Oficial
O engano só pode ter ficado a dever-se à excitação da estreia nos comentários a este blog!:)Volte sempre.
Quanto às minudências de género, caro amigo, não nos preocupam, não é verdade? até porque tendo-se "geminado" na rendição, nunca o engano poderia ser lido como uma insinuação.
Dois votantes em Soares? Olhe que não, olhe que não...sei!
Caro Rui Martins
Apesar da admiração que o poeta Alegre me merece, é de política que se trata. Neste patamar de análise, efectivamente, o PS não poderia ter encontrado melhor. E isso é que é triste, e preocupante, não é verdade?
Caro crack, de certo modo concordo, quanto a Manuel Alegre, que é de política que se trata. Mas quando a política e os políticos são o que são, poesia sabia bem, e o poeta também sempre foi um político - talvez, isso sim, com demasiados ideais para o que é "conveniente". (A meu ver, sem deixar de respeitar outras opiniões)
Cara IC
Julgo que, genericamente, estamos todos de acordo: na admiração pelo poeta, numa certa simpatia pela situação em que ele se deixou enredar, no espírito cavalheiresco e poético que a sua "candidatura" acabou por trazer ao momento político. Mas, e apesar de Alegre ser um político profissional há longos anos, o que encontrámos foi pouco profissionalismo na forma como geriu a situação, o que não é compreensível. Lamenta-se, mas também percebemos que vivemos um tempo e um modo de estar na política que não se compadece com ingenuidades poéticas. Claro que há quem queira ter visto nestas o paradigma dos princípios e dos valores, que consideram andar divorciados da política. Em minha opinião, é essa uma conclusão precipitada e errada, que apenas se justifica na falta de dimensão ética que tem caracterizado o comportamento da generalidade dos políticos (?) da nossa praça. Outros dirão que a política é isso mesmo, o sacrifício da ética em favor da oportunidade. A cada um a sua verdade, não é mesmo?
:)
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