Tuesday, September 20, 2005

Ainda o referendo

A legitimidade da decisão de Jaime Gama de aceitar a proposta de referendo do PS tem merecido comentários apaixonados, pró e contra. Como nestas análises a paixão não será a melhor conselheira, a serenidade e seriedade dos comentários de Suzana Toscano e David Justino, no 4R - Quarta República , merecem uma especial atenção, também pela controvérsia com Vital Moreira, do Causa Nossa.
Enquanto se aguarda a decisão do Tribunal Constitucional, ficam as palavras de Suzana Toscano: «É que "alinhar" este acto com os actos eleitorais que se avizinham é fazer exactamente o contrário do que tanto se tem proclamado sobre a despolitização da questão do aborto. A decisão deve ser ditada pela consciência de cada um e não por espírito de militância partidária» e a sugestão de Paulo Gorjão, no Bloguítica: «Se o PSD sugerir uma data alternativa -- depois das eleições presidenciais -- Marques Mendes será o grande vencedor desta trapalhada. Mais. O PS fica sem argumentos substantivos para recusar a data proposta pelo PSD»

4 comments:

Rui Martins said...

Sobre esta questão há-que manter sempre uma perspectiva:

Queremos julgar-condenar-prender mulheres que abortam?

Se para isso tiverem que andar sobre o limite da Lei, paciência. A situação presente é imoral e deve ser resolvida rapidamente, por isso acho que neste domínio Sócrates tem razão em ser teimoso como saber tão bem ser...

Pedro said...

O PS confunde completamente sentido de Estado (que não tem) com politiquice baixa (que tem para dar e vender)...

crack said...

Caro Rui Martins
Desta vez, discordo totalmente. Não estando em causa a posição que se tenha sobre o aborto, o Estado deve respeitar os preceitos constitucionais, proceder de boa-fé e de acordo com princípios suprapartidários, em que a transparência dos actos e a isenção democrática não sejam questionáveis.
Abrir o precedente que abre, em nome da "bondade" da medida, parece-me extraordinariamente perigoso e pouco dignificante da resolução que se pretende venha a ser a tomada.

crack said...

Caro Miguel
Julgo que a minha resposta ao Rui Martins demonstra como estou de acordo com a sua conclusão, embora o dissesse de outra forma.