As sondagens valem o que valem, e o seu valor de hoje não obsta a que as decisões de amanhã não as contrariem, rotundamente.
Mesmo assim, os resultados do Barómetro da Marktest para o DN e TSF, relativo ao mês de Setembro, não devem ser, nem descartados com a arrogância que já se sentiu por aí (PS), nem com a jactância de quem ainda não fez por merecer o conforto de voltar a liderar a simpatia dos portugueses (PSD).
O trambolhão do governo compreende-se, pela conjuntura difícil que o país atravessa, mas também pelas trapalhadas que a maioria em S. Bento tem protagonizado nestes 6 meses, caracterizados, sobretudo, pela apropriação voraz das estruturas do Estado. Já o afundamento de Mário Soares parece menos explicável, sobretudo pelas razões que encontra Vicente Jorge Silva, no DN: «Soares menosprezou o capital dos afectos - que sempre foi a sua maior arma política - ao tratar Alegre como um trapo velho. Isso não passou despercebido aos eleitores e Alegre tornou-se o grande calcanhar de Aquiles da campanha de Mário Soares. Mesmo que ainda acabe por desistir do combate contra os seus moinhos de vento, Alegre já relegou Soares para o papel de Sancho Pança.» Se as razões para a queda do ex-Presidente nas intenções de voto fossem apenas estas, não teria o velho senhor razões para preocupação.
Aguardam-se, com expectativa, tanto os triunfalismos bacocos das harpias habituais, como as desvalorizações ofensivas da nossa inteligência, pelas "locomotivas" do poder instalado.
Adenda: a dar razão à afirmação de que as sondagens são como os chapéus do Evaristo, que há muitas, a Visão online dá conta da contradição entre os resultados do barómetro da Marktest para o DN e a TSF e os da Eurosondagem para a Rádio Renascença, Expresso e SIC, também relativos a Setembro, e que continuam a mostrar o PS à frente, mas sem maioria absoluta. Como na loja, há por onde escolher.
*Sócrates, filósofo grego
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