Tuesday, August 30, 2005

As centrais sindicais divergem na apreciação da forma como o concurso decorreu este ano. Para a FNE, o concurso de colocação, "decorreu incomparavelmente melhor que em 2004 até porque o ano passado se cometeram erros irrepetíveis e inimagináveis". Já Augusto Pascoal, da FENPROF, considera que "do ponto de vista técnico o concurso correu bem, mas o governo está a recolher os louros da equipa anterior, que resolveu os problemas registados na colocação do ano lectivo 2004/2005."
Coincidem, contudo, na preocupação quanto ao subdimensionamento dos quadros das escolas, "porque o número de professores colocados está abaixo do esperado” (FNE) e que "tenham ficado 40 mil professores de fora, mais dez mil do que no ano passado", um resultado que reflecte "as medidas de natureza economicista tomadas pela ministra da Educação" (FENPROF).
O ME diz que estão reunidas as condições para uma tranquila abertura do ano lectivo.
Estão?

2 comments:

Fernando Reis said...

Mas que mania portuguesa de culpar o governo ou o ministério por um facto indesmentível e não assumido pelos sindicatos.
Não há lugar no ensino para tantos licenciados. Ponto final.
Não há meio de assumirem a realidade?
O que será necessário?
O número de alunos diminuiu ou estabilizou.
As construções de escolas resolveram, nos últimos 20 anos, o problema da falta de escolas.
O número de professores contratados é, a nível nacional, residual,quer queiram quer não, uma vez que a maioria dos professores em exercício são efectivos e vão por lá ficar até aos 65 anos.
Sendo assim, como querem os sindicatos que o número de vagas aumente todos os anos?
Já não há paciência!

crack said...

Caro adkalendas
Este seu comentário, lido conjuntamente com o post que escreveu sobre o assunto no seu blog, permite-me dizer que, genericamente, não há discordância de base, quando diz que os professores do quadro asseguram a quase totalidade das necessidades das escolas, pelo que o recurso a contratação é cada vez mais residual, não devendo esse facto ser tomado como um bloqueio do sistema. Chamar a atenção para a posição dos sindicatos sobre o assunto é, por isso mesmo, um exercício a merecer alguma reflexão crítica. Subsiste, no entanto, a questão de o sistema de formação continuar a lançar no mercado de trabalho profissionais que não têm expectativa de emprego, sem que as entidades responsáveis, o ME e o MCTES, tenham tomado qualquer medida. As limitações impostas pelo actual governo ao exercício da actividade docente poderão ajudar a introduzir mecanismos de correcção, abrindo vagas no ensino privado, mas resta comprovar a capacidade deste para responder, no imediato e em termos satisfatórios, a esta nova realidade. Em termos puramente sociais, resta ainda a constatação de estarem no desemprego umas dezenas de milhar de profissionais licenciados.
A minha pergunta final - E estão? - é pouco explícita e julgo que o terá induzido em erro,mas tinha subjacente o entendimento de que a abertura do ano lectivo nas melhores condições possíveis não se reduz à colocação de professores. Pelo que li num post do seu blog, vejo que concorda comigo e até explica muito bem porquê.
:)