Constança Cunha e Sá, no Público (sem link):
«Por muito "corajoso" e "determinado" que seja, o primeiro-ministro foi particularmente atingido por um caso que mostrou ao país o que o seu retrato oficial escondia. Por trás da imagem de Estado que ele habilidosamente construiu, durante estes dois anos de Governo, surge, agora, à vista de toda a gente, o Sócrates que ele sempre foi: um político sem espessura, educado nos meandros do aparelho e nos favores do partido, que se notabilizou, a dada altura, pelas qualidades cénicas que revelou. O facilitismo que se detecta no seu percurso académico conjuga-se mal com o "rigor" de que faz gala e com a "determinação" com que enfrenta os "interesses" estabelecidos e os grupos de "privilegiados". Não vale a pena escamotear a realidade. Muito menos alterar critérios noticiosos consoante a opinião política dos jornalistas. O facto (por demonstrar) de este Governo ter um "rumo" e "coragem" para o prosseguir não o exime do escrutínio público, nem pode ser visto como um impedimento à liberdade de informação.»
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