Esta "tempestade", originada por notícia anónima no Jornal de Angola, só pode surpreender os muito ingénuos, e dar uma indisfarçável satisfação aos muito cépticos. Por outro lado, para os mais entusiastas com o sucesso do footing angolano de Sócrates, ela será, tão só, a prova provada desse mesmo sucesso, tão ofuscante, que alguém procurou travá-lo a todo o custo. No entretanto, convém ao governo tirar do episódio as devidas conclusões, para a leitura das entrelinhas dos acordos que trouxe na bagagem. É que esta é uma maneira africana típica de gerir relações de pretendida "paridade", aqui fortemente ajudada pelo entranhado complexo colonial, ainda muito presente em certas camadas populacionais angolanas, cujo rancor a tudo o que é português não se compadece com a bem oleada central de propaganda do nosso governo. Contrariamente ao que o marketing de Sócrates poderia fazer crer, a entrada portuguesa em Angola não será feita pela porta grande, com fanfarra e passadeira vermelha, mas será que a cupidez se sobreporá ao insulto?
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