Todos sabemos como a continuada convivência entre pessoas sem qualquer afinidade de sangue estabelece entre elas semelhanças nas expressões fisionómicas, na maneira de estar, de falar e de sorrir, que, frequentemente, são tomadas por semelhança física, onde esta, de facto, não existe. Quantas vezes não terão estas involuntárias cumplicidades traído íntimas mas secretas relações, quantos tresloucados actos de ciúme não terão tido a sua origem na simples observação da involuntária naturalidade com que se assumem as particularidades de outro, com quem partilhamos afectos e horas?
Lembrei-me disto a propósito de uma pequena entrevista que passou num canal de televisão, em que a pessoa entrevistada, sem que, decerto, o pressentisse, se assemelhou de tal forma, quer na expressão facial, quer nos maneirismos, tom e ritmo da voz, ao Primeiro-ministro, que quase se diria que era este que se encontrava perante nós.
É caso para especular: descartada a coincidência, e no desconhecimento de uma relação de convívio próximo, poderemos estar perante o ónus de uma excessiva exposição mediática?
*Walter Kaufmann
6 comments:
Não sendo especialista em crítica de comentários políticos, direi que a teoria do mimetismo das feições e da postura dos chefes de clãs nos seus acólitos é mais vulgar do que parece. Caro crack, está a ver a gabardina do José Mourinho? Pois é, se visitasse [confesso que também não visitei ;) mas disseram-me] os campos de futebol de divisões secundárias veria com os seus olhinhos que um bom aspirante a treinador de futebol teria a gola da dita farda bem levantada…
Ah... esqueci-me de dizer que este tipo de crença é da mesma ordem;)
bom fim de semana :)
Caro Miguel Pinto, pois não será só desse tipo de mimetismo que se trata, tanto quanto me parece.
Cara Cristina, tenha uma boa semana, com boas postagens.
Por causa deste amor maior é que Catibelle nasceu num dia tão especial...
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