À margem do VI Encontro Luso-Espanhol de Professores, a decorrer em Segóvia, o Presidente da Associação Nacional de Professores (ANP) anunciou a criação desta linha de apoio a professores, que se vejam confrontados com situações de indisciplina e violência nas escolas.
Atendendo à frequência das ocorrências e ao crescendo de gravidade das mesmas, este é um primeiro passo, a saudar. Informação à população, formação específica dos professores e pessoal escolar para lidar com estas situações, responsabilização das famílias dos alunos agressores e protecção do risco são passos que se devem seguir. Mesmo contra aqueles professores que, por inexplicável vergonha, preferem fazer de conta que estas coisas só acontecem com os outros, noutras escolas, ou que talvez até nem aconteçam.
5 comments:
Não concordo com essa medida. Só vai denegrir, ainda mais,a nossa imagem...
Para alguma coisa existem as entidades judiciais. Deveria começar-se, sim, por alterar o regime disciplinar existente nas nossas escolas...
Para grandes males...
Caro Miguel
Os professores são tratados pelo ministério de que dependem como um bando de incompetentes, preguiçosos e parasitas, grandes responsáveis pelo estado caótico a que chegou a educação neste país. Com o agrado e a conivência dos pais, esta imagem tem sido amplificada até à distorção horrenda, que os professores têm vindo a sofrer em silêncio cúmplice, vá-se lá saber porquê!
Que cheguem à comunicação social as agressões e enxovalhos de que os professores são vítimas pode ajudar a equilibrar uma balança que, até agora, tem estado claramente falsificada a favor do infractor.
Fala o meu amigo na intervenção judicial, mas lembro-o que os agressores são, na sua quase generalidade, inimputáveis. Passe os olhos pelos processos e verá se não é assim. Responsabilizar os pais? Só quando são eles os agressores e apenas nos casos em que os professores apresentam queixa, o que não fazem habitualmente, porque nem sempre lhes é possível fazer prova das ameaças e das agressões de que são vítimas.
Como ficou claro, concordo consigo na necessidade de mudar substantivamente o quadro legal que regula a vida escolar, nomeadamente o regime disciplinar, mas, até lá, que fiquem patentes para todos os riscos que correm professores e funcionários das escolas que pretendem impor disciplina, que são exigentes, que, numa palavra, exigem ser respeitados. Sim, porque são, geralmente, esses que são as vítimas preferenciais.
Olhem, pois eu tenho uma ideia.
Acho que, para além do estágio pedagógico, os professores deviam fazer - também - um curso intensivo de Comandos.
Infelizmente, essas criancinhas são criminosos em potência e digam o que disserem, há estudos que demonstram que, as crianças que vivem em ambientes perturbados têm -pelo menos- dez vezes mais probabilidades de seguir um modo de vida bastante alternativo.
Amigo Anthrax
Não foi por acaso que escrevi aí para trás que deverá ser dada "formação específica dos professores e pessoal escolar para lidar com estas situações" :))!!!
Agora, um pouco mais a sério, que o meu amigo, com a sua irrequieta perspicácia pôs o dedo na ferida - o sexo, a estatura e a idade dos professores são factores que contam, e devem ser tidos em consideração nas agressões dos alunos a docentes: professoras mulheres, mais baixas e frágeis, mais velhas, ou muito jovens,são as vítimas preferidas. Raramente os casos ocorrem com professores homens, altos e fortes. Isto, e a frequência de determinado tipo de agressão dizem muito sobre as características dos agressores, e deveriam ser um dado a ter em conta no perfil do docente que é mais adequado para determinadas comunidades educativas. Como sabe, nenhum destes factores é referido pelo ME, pelos estudiosos da educação, pela administração educativa, pelos sindicatos, parecendo que até nem se pretende abordar a questão! E, no entanto, ela não é descartável, quando se elencam "alavancas" para o sucesso educativo dos alunos, e para o bom funcionamento das escolas.
Ó amigo Crack, é claro que nada disso é tido em conta.
Adequar perfis a contextos, dá muito trabalho, requer uma articulação de ideias - a que alguém, um dia, se lembrou de definir como pensar - é preciso reflectir e tudo isso, não é compatível com cortes orçamentais... Já para não dizer que se tinha de mudar o modelo de colocação de professores e aí sim, é que tudo começaria a berrar.
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