«No caso português, os comentadores não parecem ser muitos, embora a profusão de pseudónimos e nick names, dê uma imagem de multiplicidade. São, na sua esmagadora maioria, anónimos, mas o sistema de nick names permite o reconhecimento mútuo de blogue para blogue. (...)Imaginam-se como uma espécie de proletariado da Rede, garantes da total liberdade de expressão, igualitários absolutos, que consideram que as suas opiniões representam o “povo”, os “que não tem voz” os deserdados da opinião, oprimidos pelos conhecidos, pelos célebres, pelos “sempre os mesmos”. São eles que dizem as “verdades”. Mas não há só o reflexo do populismo e da sua visão invejosa e mesquinha da sociedade e do poder, há também uma procura de atenção, uma pulsão psicológica para existir que se revela na parasitação dos blogues alheios. Muitos destes comentadores têm blogues próprios completamente desconhecidos, que tentam publicitar, e encontram nas caixas de comentários dos blogues mais conhecidos uma plataforma que lhes dá uma audiência que não conseguem ter.»
Pacheco Pereira, nú e cru, explica, assim, o que o inibe de ter caixa de comentários no seu Abrupto. Que, por muito que custe aos "salteadores" da blogosfera, é a referência dos blogues portugueses. As críticas e os insultos ao Abrupto e ao seu autor multiplicam-se por blogues, e são em catadupas nos comentários; a razão, é ainda JPP que a avança: «não é de admirar que se esteja em plena luta de classes.»
No comments:
Post a Comment