Friday, April 28, 2006

«...alguns de nós não achamos nada mais perturbador do que as nossas próprias palavras ditas por outros.»*


Todos sabemos como a continuada convivência entre pessoas sem qualquer afinidade de sangue estabelece entre elas semelhanças nas expressões fisionómicas, na maneira de estar, de falar e de sorrir, que, frequentemente, são tomadas por semelhança física, onde esta, de facto, não existe. Quantas vezes não terão estas involuntárias cumplicidades traído íntimas mas secretas relações, quantos tresloucados actos de ciúme não terão tido a sua origem na simples observação da involuntária naturalidade com que se assumem as particularidades de outro, com quem partilhamos afectos e horas?
Lembrei-me disto a propósito de uma pequena entrevista que passou num canal de televisão, em que a pessoa entrevistada, sem que, decerto, o pressentisse, se assemelhou de tal forma, quer na expressão facial, quer nos maneirismos, tom e ritmo da voz, ao Primeiro-ministro, que quase se diria que era este que se encontrava perante nós.
É caso para especular: descartada a coincidência, e no desconhecimento de uma relação de convívio próximo, poderemos estar perante o ónus de uma excessiva exposição mediática?

*Walter Kaufmann

The flying bed*

Work! Work! Work!
* a very private joke

Wednesday, April 26, 2006

O talento é (quase) sempre modesto

«Quase não tem havido aqui polémicas, mundanismo blogosférico ou temas políticos, os únicos momentos que garantem boas audiências. E no entanto mil pessoas visitam todos os dias este blogue. (...) é muito mais do que eu esperava com tais assuntos.», Pedro Mexia, no Estado Civil

Tuesday, April 25, 2006

Cumprir Abril é, efectivamente, um compromisso para a inclusão social



«E a exclusão – a dimensão de não pertença a que demasiados dos nossos concidadãos se vêem remetidos – é tão intolerável que, por contraste, têm de ser reduzidas à sua devida proporção as controvérsias geradas a propósito de pequenos aperfeiçoamentos dos nossos direitos. Falo dos direitos dos que não são excluídos e das controvérsias em que demasiadas vezes a discussão política se esgota e a atenção da opinião pública se exaure. Esse é um peso que temos de ter presente na nossa consciência colectiva – mas também na consciência de cada um. O que de mais nobre e mais perene a História deste dia nos deixou, e que queremos legar às novas gerações, é a ambição de um País mais livre, mas também de uma sociedade mais justa.»

Ao romper com a emotividade e o sobressalto mediáticos, que os antecessores tanto acarinhavam nos seus discursos evocativos da revolução de Abril, o Presidente da República demonstrou, à evidência, como está caduco o nosso sistema político, estruturado sobre estes partidos, cuja matriz ideológica engordou, ou feneceu, e conduzido pela batuta crescentemente frenética e ditatorial dos media. Hoje, as reacções dos líderes partidários bastariam, para se aquilatar da incomodidade que o extraordinário discurso do Presidente lhes deixou, a todos, confrontados que foram com o acessório em que tanto se afadigam em esgotar a sua intervenção política. A repentina, satisfeita e exultante colagem do Primeiro-Ministro às linhas mestras da intervenção do Presidente demonstraram como José Sócrates não é capaz de ultrapassar o imediatismo eleitoralista e loquaz da propaganda do governo. Pouco mais de um mês sobre a sua tomada de posse, o Presidente da República , sem ser necessário referir-se, quer à acção do governo, quer às fragilidades do Parlamento, mostrou-nos o verdadeiro caminho de Abril. Pena, que tão poucos o tenham querido perceber.

«É uma palavra terrível, a liberdade, para aqueles que viveram toda a vida mentalmente algemados.»*


* Henry Miller

Monday, April 24, 2006

Os salteadores da caixa aberta

«No caso português, os comentadores não parecem ser muitos, embora a profusão de pseudónimos e nick names, dê uma imagem de multiplicidade. São, na sua esmagadora maioria, anónimos, mas o sistema de nick names permite o reconhecimento mútuo de blogue para blogue. (...)Imaginam-se como uma espécie de proletariado da Rede, garantes da total liberdade de expressão, igualitários absolutos, que consideram que as suas opiniões representam o “povo”, os “que não tem voz” os deserdados da opinião, oprimidos pelos conhecidos, pelos célebres, pelos “sempre os mesmos”. São eles que dizem as “verdades”. Mas não há só o reflexo do populismo e da sua visão invejosa e mesquinha da sociedade e do poder, há também uma procura de atenção, uma pulsão psicológica para existir que se revela na parasitação dos blogues alheios. Muitos destes comentadores têm blogues próprios completamente desconhecidos, que tentam publicitar, e encontram nas caixas de comentários dos blogues mais conhecidos uma plataforma que lhes dá uma audiência que não conseguem ter.»
Pacheco Pereira, nú e cru, explica, assim, o que o inibe de ter caixa de comentários no seu Abrupto. Que, por muito que custe aos "salteadores" da blogosfera, é a referência dos blogues portugueses. As críticas e os insultos ao Abrupto e ao seu autor multiplicam-se por blogues, e são em catadupas nos comentários; a razão, é ainda JPP que a avança: «não é de admirar que se esteja em plena luta de classes.»

Caixa de entrada

O Ribeiro e Castro comprou um skate.

Thursday, April 20, 2006

Gripe das aves - Portugal ocupa o último lugar do grupo dos países menos preparados

Portugal é o país europeu pior preparado para a luta contra uma eventual pandemia de gripe das aves, segundo um estudo publicado hoje na revista científica "The Lancet".
Apesar de ser perfeitamente credível tal estudo, quer pela qualidade científica do periódico em causa, quer pela nossa tradicional incapacidade para gerir, com o rigor necessário, estas situações, os portugueses preferem distrair-se com fait divers, como os interesses de Donald Rumsfeld nos laboratórios farmacêuticos detentores dos medicamentos aplicáveis.
Apesar de não ter tido conhecimento de que tal tenha acontecido, seria razoável que a central de propaganda do governo tivesse entendido que os portugueses são merecedores de um comentário a propósito, ainda que à informação do governo se possa dar tanta credibilidade como às insinuações de Clara Pinto Correia. Mas da credibilidade desta falam por si os plágios que foi forçada a admitir ter feito.
ADENDA: Espero que a Cristina Vieira decida pronunciar-se sobre as conclusões deste estudo, com a sua habitual objectividade e clareza.

Wednesday, April 19, 2006

Bronca no concurso de professores

Informa o Portugal Diário que os professores não puderam hoje, o último dos dois dias em que poderiam fazê-lo, corrigir os erros nas suas candidaturas, por inoperância do sistema informático. Por seu lado, o ME desmente que tenha havido problemas com o sistema, avançando como prova as muitas correcções que foram efectuadas ao longo do dia.
Como começa a ser notório, pela repetição, os prazos apertados e o excesso de acessos, expectáveis, provocam sempre estes engarrafamentos no sistema. Já era tempo de a DGRHE ter aprendido com os erros do passado e ter prevenido a ocorrência destas constrangedoras situações.

Foi você que queria beijar os pés a Eva Longoria? Pois, não se iniba.

Dois tiros na água. O porta-aviões Teixeira dos Santos navega sem preocupações.

De acordo com o Diário Digital, «O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, desvalorizou hoje o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa, desvalorizando também o relatório divulgado ontem pelo Banco de Portugal indicando que as medidas de contenção ainda não estão a reflectir-se nas contas públicas. »
É caso para dizer que temos um ministro com uma auto-confiança à prova de bala.
E Vítor Constâncio, continua hibernado?

Resolução do Conselho de Ministros nº 38/2006

Esta resolução, que vem regular as condições em que se dará cumprimento ao objectivo da redução de efectivos, previsto no Programa de Governo, acautela, como teria de ser, as variantes que permitam corresponder às necessidades específicas dos vários sectores da administração.
Acontece que, logo no preâmbulo, se admite que «visando garantir o suprimento de necessidades específicas, é consignada uma reserva de recrutamento a ser gerida globalmente por toda a administração central» para, mais à frente, se estabelecer, entre outros, o princípio de que «a substituição dos efectivos saídos deve ter em conta o aumento da qualificação e o rejuvenescimento dos recursos humanos na Administração Pública».
Não sendo questionável a necessidade de emagrecer e modernizar o funcionalismo, reconhecendo-se, quer a lucidez da intenção, quer a bondade do princípio, a verdade é que poderá ser por aqui que se encontrarão os mecanismos necessários para a subversão das regras estabelecidas, para aqueles destinatários que, sendo iguais aos outros, são sempre mais iguais do que eles. Importa, pois, não esquecer que a fiscalização do processo, sobre a qual pouco se tem falado, não deverá ser palavra morta, nem para os trabalhadores, nem para as entidades que os representam.

Bento XVI - um ano


Um ano passado sobre a sua indigitação, em Bento XVI reconhece-se a inteligente e segura marcha num processo de sucessão, que se antevia complexo, considerados o carisma e as fortes marcas deixadas pelo seu antecessor. Da surpresa da sua encíclica, Deus caritas est, aos diferentes domínios sobre os quais tem centrado as suas intervenções, é oportuníssima a sua homilia do passado dia 19 de Março, na solene concelebração eucarística para os trabalhadores, da qual se destaca esta passagem:
«O trabalho reveste uma importância primária para a realização do homem e para o desenvolvimento da sociedade, e por este motivo é necessário que ele seja sempre organizado e levado a cabo no pleno respeito da dignidade humana e ao serviço do bem comum. Ao mesmo tempo, é indispensável que o homem não se deixe escravizar pelo trabalho, que não o idolatre, com a pretensão de encontrar nele o sentido último e definitivo da vida. (...) O descanso permite que os homens se recordem das obras de Deus, desde a Criação até à Redenção, revivendo-as e reconhecendo-se eles mesmos como sua obra, e dando-lhe graças pela sua própria vida e subsistência, a Ele que é o seu Autor" .
A actividade de trabalho deve ser útil para o verdadeiro bem da humanidade, permitindo "ao homem, individualmente considerado ou em sociedade, cultivar e realizar a sua vocação integral" . Para que isto se verifique, não basta a qualificação técnica e profissional, contudo necessária; não é suficiente sequer a criação de uma ordem social justa e atenta ao bem de todos. É preciso viver uma espiritualidade que ajude os fiéis a santificar-se através do seu próprio trabalho, imitando São José, que tinha de prover todos os dias às necessidades da Sagrada Família com as suas mãos e, por isso, a Igreja indica-o como Padroeiro dos trabalhadores. O seu testemunho demonstra que o homem é sujeito e protagonista do trabalho.»
A ler e meditar, nomeadamente no momento em que se publica a resolução do Conselho de Ministros sobre a execução da política de emprego na Administração Pública.

Tuesday, April 18, 2006

House

Se Vítor Constâncio não estivesse a braços com uma crise aguda de autismo funcional, seria interessante saber o que pensa sobre a estratégia de consolidação orçamental que tem vindo a ser adoptada pelo Governo, e os previsíveis reflexos desta na actividade económica.

Bem ao estilo do ME - decisões incompreensíveis e não explicadas.

«Centenas de professores deslocados da escola de origem estão a receber ordem para "regressar de imediato" à escola a que são afectos, sem mais explicações». Estes professores são aqueles que, por algum tipo de doença, estão incapacitados para a docência, sendo colocados a exercer outras funções, em escolas mais próximas da residência ou do local de tratamento. Neste momento do ano lectivo, a medida vem causar perturbações, tanto às escolas que os professores são obrigados a deixar, como àquelas que os recebem, e, não havendo explicações por parte do ME, desconhece-se o fundamento para esta abrupta decisão.

Friday, April 14, 2006



«Onde cessa toda a resistência, há extensão infinita. Mas a intensidade da nossa consciência está na proporção inversa da extensão do nosso ser. O momento mais alto do ser é, para nós, passagem ao não-ser, momento de anulação. Aqui, no momento do ser absoluto, a suprema passividade unifica-se com a mais ilimitada das actividades. A actividade ilimitada é... calma absoluta, epicurismo perfeito.»
Friedrich Schelling

O sofrimento é sempre um acto solitário.

Caixa de entrada

Presumo que lhe perdoaste. Desta vez, ela não voltou.

Um par de estaladas...

... uns castigos físicos, um acórdão cool e, pronto, o circo pega fogo! É a hipocrisia que mata!

Eu pecador me confesso...

...nada arrependido e muito disposto a reincidir nos novos pecados.
E, depois, queixam-se de haver falta de vocações! Só admira é como ainda há algumas.

Thursday, April 13, 2006

Os fins da blogosfera

Depois do anunciado fim da blogosfera, e assim desisto do firme propósito de não "chorar a trágica morte" do Acidental, já todos percebemos que pouco falta para que nos tenhamos que conformar a «essa realidade fascinante que são os tcharaaan!, blogues de engate» em que uma «estirpe de machos (e fêmeas, e fêmeas...) (...) anda blogoesfera fora em afanosas manobras de sedução».
Um texto de China Blue, no Sociedade Anónima. Imperdível.

Wednesday, April 12, 2006

Falta de quórum impede votações na Assembleia da República

E é com exemplos destes que queremos moralizar a sociedade portuguesa?

Surpreso, senhor primeiro-ministro? Pois não devia...

Esta "tempestade", originada por notícia anónima no Jornal de Angola, só pode surpreender os muito ingénuos, e dar uma indisfarçável satisfação aos muito cépticos. Por outro lado, para os mais entusiastas com o sucesso do footing angolano de Sócrates, ela será, tão só, a prova provada desse mesmo sucesso, tão ofuscante, que alguém procurou travá-lo a todo o custo. No entretanto, convém ao governo tirar do episódio as devidas conclusões, para a leitura das entrelinhas dos acordos que trouxe na bagagem. É que esta é uma maneira africana típica de gerir relações de pretendida "paridade", aqui fortemente ajudada pelo entranhado complexo colonial, ainda muito presente em certas camadas populacionais angolanas, cujo rancor a tudo o que é português não se compadece com a bem oleada central de propaganda do nosso governo. Contrariamente ao que o marketing de Sócrates poderia fazer crer, a entrada portuguesa em Angola não será feita pela porta grande, com fanfarra e passadeira vermelha, mas será que a cupidez se sobreporá ao insulto?

Tuesday, April 11, 2006

«Não se deve julgar os homens pelas suas opiniões, mas por aquilo que essas opiniões fazem deles»*

Ele anda por aí!

* Georg Lichtenberg

Confesso que nem imaginava...

Sabido isto, lá vem a conversa das rotundas, que os nossos autarcas tanto se têm empenhado em construir, mas não nos estaremos a esquecer que Sócrates foi ministro do ambiente durante vários anos e que, ao que se vê, andou a assobiar para o lado?
Como já começa a dar para perceber, tanto simplex em 333 passos, é, uma vez mais, a velha história da muita parra e pouca uva...

Monday, April 10, 2006

overdose

Caro Pinho Cardão, então isso faz-se? Olhe que o site meter, sempre tão pacato, até abana, com o engarrafamento de tráfego blogosférico. :))

Sunday, April 09, 2006

As duas faces de Clara

Ao despedir-se do Diário Digital, Clara Ferreira Alves não resistiu a exteriorizar o fel que lhe alimenta a alma: «A blogosfera é um saco de gatos que mistura o óptimo com o rasca e acabou por tornar-se um prolongamento do magistério da opinião nos jornais. Num qualquer blogger existe e vegeta um colunista ambicioso ou desempregado ou um mero espírito ocioso e rancoroso. Dantes, a pior desta gente praticava o onanismo literário e escrevia maus versos para a gaveta, agora publicam-se as ejaculações.»
Relembrando a morena Clara Ferreira Alves e a louraça platinada em que se transformou, dá para pensar que alguém que muda de visual tão drasticamente, é porque sofreu uma profunda reviravolta interior. No caso, vê-se que ela secou por dentro, tanto quanto o seu cabelo se transformou na palha que é hoje.

Enamel Saucepan

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Picasso

O dragão!

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Tem outro sabor estar no Porto e poder participar da alegria dos tripeiros com a vitória dos dragões. Uma noite memorável, entre a Foz e os Aliados.

Friday, April 07, 2006

A expedição angolana de Sócrates (VII)

Da visita de Sócrates a Angola retemos as evidências da realpolitik – a mal disfarçada “gula” portuguesa pelo boom da economia angolana; os dividendos propagandísticos que o governo, e sobretudo o primeiro-ministro, quiseram retirar deste determinado avanço para a antiga colónia portuguesa; o silêncio português sobre a dura realidade do quotidiano angolano: a pobreza extrema de grande parte da população, o desrespeito pelos direitos humanos, a violência, a corrupção e o caos na saúde pública.
Quanto às perspectivas de negócios, pois estes darão os resultados que a iniciativa dos empresários portugueses e o apoio e vontade dos dois governos propiciarem, mas, pelo que fica no papel e nas palavras, e porque os interesses dos dois Estados vão nessa direcção, parece aberto um promissor futuro para os investimentos portugueses em Angola. Um sucesso, portanto, a averbar a Sócrates, apesar deste, em relação a Guterres e Durão, apenas ter tido a sorte de estar no sítio certo, no momento certo.
Contudo, e para que o sucesso de Sócrates possa medir-se por padrões que transcendem os caprichos da D. Fortuna, será necessário investir, “portuguesmente”, noutras áreas do desenvolvimento: a educação/formação/qualificação, a língua comum, a cultura partilhada, a saúde. Pelo que se leu, ficaram desta visita as sementes: os protocolos com a Gulbenkian para a saúde, os duzentos professores portugueses que irão para Angola, o investimento na investigação e na cultura, os acordos para um trabalho conjunto entre as duas televisões estatais. Se serão, ou não, sementes para germinar, logo se verá. Mas, se não queremos repetir, grosseiramente, erros do passado, é bom que se acautele que estas sementes dêem fruto, porque é aqui que se joga o sucesso do nosso regresso a Angola. E isso é que não sabemos se Sócrates vai querer fazer.

2 em cada 3 portugueses nunca usaram a internet

2 em cada 3 portugueses nunca vão poder pagar o selo do carro...
2 em cada 3 portugueses nunca vão poder marcar consultas no Santa Maria...
2 em cada 3 portugueses nunca vão poder dar para o peditório da desburocratização...
Simplex.

A expedição angolana de Sócrates (VI)

O primeiro-ministro angolano, no jantar oficial oferecido por José Sócrates, em Luanda, manifestou a necessidade de se implementarem mecanismos de controlo para a execução dos acordos assinados entre Angola e Portugal. Registe-se, quer a determinação dos angolanos em assegurar que se cumpram as promessas que estes acordos constituem, quer o cuidado posto na escolha do momento para anunciar tal intenção.

Thursday, April 06, 2006

A expedição angolana de Sócrates (V)

O protocolo de cooperação entre a TPA e a RTP prevê a formação técnico-profissional e a produção de conteúdos, em co-produção de séries de ficção e "séries documentais de temática histórica e cultural luso-angolana". Com os duzentos professores portugueses que Sócrates quer enviar para Angola, e um renovado projecto de intervenção educativa e cultural no território, parece que estamos no bom caminho, "casando" o investimento económico e empresarial com o investimento cultural.
ADENDA:

Wednesday, April 05, 2006

A expedição angolana de Sócrates (IV)

Em passo de corrida!
«Os governos de Portugal e de Angola chegaram hoje a acordo para a concessão de vistos, no prazo máximo de 48 horas, em situações urgentes, sobretudo a empresários, políticos e casos humanitários.»
ADENDA:
Mais do que a notícia, leiam-se os comentários, aqui.

A expedição angolana de Sócrates (III)

Continua a ser interessante acompanhar a cobertura noticiosa da visita a Angola de Sócrates e acompanhantes. Um exemplo - enquanto que a AngolaPress noticia agora a assinatura dos acordos que Portugal levava na pasta, o Diário de Notícias preparou uma peça de propaganda sobre a deferência que representa a recepção que o Presidente Eduardo dos Santos dá ao nosso primeiro-ministro. Uma peça digna de estudo, este naco de "reportagem" dos correspondentes do DN, em Luanda.
ADENDA:
A maledicência é uma pecado de que devo penitenciar-me, lendo estas apreciações de José Eduardo dos Santos sobre Sócrates. Que o nosso primeiro é um rapaz de convicções fortes, já sabíamos, mas que as alimente na clarividência que possuirá, é que é novo. Ou dos Santos está com o seu domínio do português fortemente prejudicado pela aprendizagem acelerada do chinês comercial, ou Sócrates andou a ter lições de macumba no seu safari no Quénia!

«Já começam a ser demasiados incidentes e coincidências!»

Remodelação à vista?

Entre um secretário de estado que desabafa e uns quantos ministros que abafam, "guterra-se" o governo. Veremos o que faz Sócrates depois do "jogging" angolano.

A expedição angolana de Sócrates (II)

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O primeiro-ministro português marca a primeira manhã da sua visita a Angola com um "jogging" na bela marginal de Luanda. Está dado o mote para a corrida ao ouro!

Tuesday, April 04, 2006

A expedição angolana de Sócrates (I)

Por cá, as notícias não transcendem a linha de propaganda que o governo usa. A curiosidade reside em ver o tratamento dado pela comunicação social angolana a mais esta investida portuguesa em Angola. Começando por esta peça da AngoNotícias, preste-se atenção aos comentários à mesma. Dizem muito sobre o possível sucesso da "expedição" portuguesa, que hoje se inicia.
ADENDA (23.46):
À chegada a Angola, Sócrates disse esperar que «esta visita seja marcada pela confiança nos angolanos e na economia angolana». Não pode ser acusado de falta de clareza nos propósitos que o animam, como se não bastasse a comitiva que leva consigo.

Quando o azul profundo mais não é do que uma imensa solidão.

Why make so much of fragmentary blue
In here and there a bird, or butterfly,
Or flower, or wearing-stone, or open eye,
When heaven presents in sheets the solid hue?
Since earth is earth, perhaps, not heaven (as yet)--
Though some savants make earth include the sky;
And blue so far above us comes so high,
It only gives our wish for blue a whet.
Robert Frost

Fifty - Fifty

Sunday, April 02, 2006

Hayward, Califórnia

Welcome

Nos dias em que a saudade dói



...
And there's one thing you can't lose
And it's that feel
It's that feel
(Keith Richards/Tom Waits)


Saturday, April 01, 2006

Linha SOS Professor

À margem do VI Encontro Luso-Espanhol de Professores, a decorrer em Segóvia, o Presidente da Associação Nacional de Professores (ANP) anunciou a criação desta linha de apoio a professores, que se vejam confrontados com situações de indisciplina e violência nas escolas.
Atendendo à frequência das ocorrências e ao crescendo de gravidade das mesmas, este é um primeiro passo, a saudar. Informação à população, formação específica dos professores e pessoal escolar para lidar com estas situações, responsabilização das famílias dos alunos agressores e protecção do risco são passos que se devem seguir. Mesmo contra aqueles professores que, por inexplicável vergonha, preferem fazer de conta que estas coisas só acontecem com os outros, noutras escolas, ou que talvez até nem aconteçam.