No Abrupto, Pacheco Pereira, relembrando que foi o último a confrontar Mario Soares em eleições (europeias de 1999), aprofunda os seus argumentos relativamente às candidaturas presidenciais de Soares e Cavaco:
«Soares está hoje longe de ser um candidato que mobilize o mesmo espaço político das suas anteriores candidaturas. Se quisermos utilizar os posicionamentos clássicos, Soares ia buscar votos essencialmente ao centro-esquerda e ao centro-direita e tinha dificuldades entre os comunistas e na direita. Tinha aliás mesmo dificuldades no PS, que só por arrastamento apoiou a candidatura na segunda volta de 1986. Hoje Soares tem mais entusiasmos no BE e nos sectores mais à esquerda do PS (embora Soares se tenha portado mal nestes dias com Alegre), do que no próprio eleitorado moderado do PS.»
Até ver, nada me parece ter JPP acrescentado ao argumentário anterior, considerando as excepcionais condições do presente, que não parecem adequar-se ao raciocínio dos «posicionamentos clássicos».
Quanto à instabilidade que Soares traria à relação Governo/Belém, versus a estabilidade que asseguraria Cavaco, não me parece que esta deva ser a pedra de toque do mérito/demérito destas candidaturas, mas é melhor aguardar pela prometida continuação no Abrupto.
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