Continuam os maus resultados dos alunos portugueses nos exames, agora no 12º ano. Também continua a não surpreender, este facto, como era expectável que a matemática fosse umas das disciplinas de insucesso, agravado este em 4% relativamente ao ano transacto. O inglês é outra das disciplinas em que os resultados preocupam e, francamente, surpreendem - de 9% de chumbos do ano passado passa para 21% no presente, com médias não superiores a 6,9%. Continuam, portanto, as razões de preocupação relativamente ao futuro das novas gerações, que uma escola ineficaz e ineficiente «prepara» para os desafios do amanhã. E se os resultados agora publicados nos preocupam pelo futuro, não deixam de explicar muitas das dificuldades do presente.
Mas o que mais impressiona aqueles que, de há um tempo a esta parte, têm olhado para estes resultados com a obrigação de algum distanciamento crítico, é a disparidade entre os resultados dos exames e a classificação interna de frequência, francamente mais positiva esta do que aqueles. Esta disparidade, em percentagem não aceitável, quando tomada a média na sua globalidade, assume foros de escândalo em algumas disciplinas. A esta situação, já conhecida, a administração educativa tem respondido com um silêncio comprometido, os sindicatos têm assobiado para o lado e as organizações representativas dos pais preferem abordar outras dimensões da relação escola/família. Quanto às universidades, é o que se sabe. Porquê? E por quanto mais tempo?
A mudança que se pretende não pode centrar-se, apenas, no aumento do número de horas a mais que alguns professores, em algumas escolas, passarão a ter que cumprir, no que é uma boa medida, se bem que muito mal servida pelo proteccionismo político com que o ME pretendeu resguardar-se para aplicação da mesma. De uma vez por todas, é imprescindível que o rigor, a exigência da qualidade, a procura determinada do saber, sejam mais do que muletas do discurso de responsáveis políticos, professores e representantes das famílias. Avaliar e formar escolas e professores é urgente. Exigir ,na justa medida, a alunos, também. Mas será isso que, efectivamente, todos querem? Permito-me duvidar!
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