Ficaram as comadres numa excitação com a recusa do Pedro em ter uma agência a tratar da comunicação do grupo parlamentar. Incensaram o homem, como se daquele cérebro tivesse brotado luminosa e correcta decisão. Desenganem-se, pois, infelizmente, o Pedroca não retornou (se é que a teve) à forma inteligente. É só uma questão de capoeira - então imaginam um galo daqueles a deixar outro disputar-lhe o poleiro, que tanto lhe custou a recuperar?
«Por meio da morte ou da doença, da pobreza ou da voz do dever, cada um de nós é forçado a aprender que o mundo não foi feito para nós e que, não importa quão belas as coisas que almejamos, o destino pode, não obstante, proibi-las.» Bertrand Russell
Saturday, January 26, 2008
Macário, o assediador!
Um inovador, este Macário. Não só precedeu o fundamentalismo antitabágico em vários anos, como, a assediar, assedia logo uma quarentona! Acautelem-se, jovenzinhas, o Macário é um homem de causas e um precursor nato - se ele ataca uma tiazona, o vosso domínio tende a acabar.
PGR abre inquérito à corrupção no Estado
Mais uma brincadeirinha! É só para, no fim, sairem todos bem na fotografia!
Professores ao poder!
"Os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam e também aqueles a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial (WEF).Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos."
Quando a li pela primeira vez, a conclusão desta sondagem surpreendeu-me. Depois de quase três anos de permanente desgaste da imagem dos professores, tenaz e habilmente conduzida pelo governo, através da sua mulher de mão na 5 de Outubro; depois do descrédito a que o ensino superior tem estado sujeito, tristemente evidenciado em demasiados casos mediáticos, dos quais o abafado caso da licenciatura do Primeiro-ministro será o exemplo mais vergonhoso; depois de variados episódios tristes relacionados com a avaliação dos nossos alunos, bem como dos inúmeros relatórios internacionais que põem em causa o saber dos portugueses que saem das escolas e universidades nacionais, os portugueses dão a sua maior confiança aos professores? Como é possível? Ocorreu-me, então, talvez por não conseguir encontrar para esta escolha outra razão, uma má razão - e se são as medidas que o governo tem aplicado para agrilhoar a classe docente, submeter escolas e domar universidades, que funcionaram como garante de que não têm os professores outro remédio, que não seja andarem na linha, e, daí, a confiança dos portugueses para lhes darem mais poder, sabendo que este estará, por sua vez, tutelado pela mão que empunha o chicote? É uma razão enviesada, bem sei, mas não esqueçamos que aos portugueses uma boa dose de limitação dos direitos, liberdades e garantias cai-lhes bem. Veja-se o Portugal socrático, em que o timoneiro autoritário que faz o que quer e ainda se ri de nós, continua sem cair nas intenções de voto! Triste fado!
Quando a li pela primeira vez, a conclusão desta sondagem surpreendeu-me. Depois de quase três anos de permanente desgaste da imagem dos professores, tenaz e habilmente conduzida pelo governo, através da sua mulher de mão na 5 de Outubro; depois do descrédito a que o ensino superior tem estado sujeito, tristemente evidenciado em demasiados casos mediáticos, dos quais o abafado caso da licenciatura do Primeiro-ministro será o exemplo mais vergonhoso; depois de variados episódios tristes relacionados com a avaliação dos nossos alunos, bem como dos inúmeros relatórios internacionais que põem em causa o saber dos portugueses que saem das escolas e universidades nacionais, os portugueses dão a sua maior confiança aos professores? Como é possível? Ocorreu-me, então, talvez por não conseguir encontrar para esta escolha outra razão, uma má razão - e se são as medidas que o governo tem aplicado para agrilhoar a classe docente, submeter escolas e domar universidades, que funcionaram como garante de que não têm os professores outro remédio, que não seja andarem na linha, e, daí, a confiança dos portugueses para lhes darem mais poder, sabendo que este estará, por sua vez, tutelado pela mão que empunha o chicote? É uma razão enviesada, bem sei, mas não esqueçamos que aos portugueses uma boa dose de limitação dos direitos, liberdades e garantias cai-lhes bem. Veja-se o Portugal socrático, em que o timoneiro autoritário que faz o que quer e ainda se ri de nós, continua sem cair nas intenções de voto! Triste fado!
Resquiem in pace
Esta semana circulou por aí a notícia da vandalização do túmulo de Salazar. Algo continua muito mal na saúde democrática deste país, quando, 37 anos passados sobre a morte de Salazar, ainda se sente, não apenas a necessidade de vandalizar o seu túmulo, como de dar a notícia num dos jornais diários de maior tiragem nacional catalogando a personagem como ditador, quatro vezes em cinco parágrafos.
Não sendo saudosista de Salazar, muito menos do que ele representa, incomoda-me ver como, com quase quatro décadas passadas, este povo não foi ainda capaz de crescer o suficiente para conseguir o distanciamento e a frieza que nos devem merecer as personagens do passado, sobretudo aquelas cujos erros conseguimos ultrapassar e resolver, para que não mais se repitam.
Se tivessemos dúvidas sobre a saúde da nossa liberdade, apesar das subreptícias mas continuadas formas de violação da democracia por que lutámos, e conseguimos, em que direitos fundamentais dos cidadãos são postos em causa, com total desfaçatez e impunidade, esta sanha contra a figura de Salazar vem confirmar que algo vai mal neste "oásis" periférico, que Sócrates imperialmente comanda, dentro de portas. Vândalos nada inteligentes e jornalistas pouco competentes acabam por originar reacções mais favoráveis ao antigo governante, do que poderiam esperar, e admitir. Ou será que é isto mesmo que se pretende?
Não sendo saudosista de Salazar, muito menos do que ele representa, incomoda-me ver como, com quase quatro décadas passadas, este povo não foi ainda capaz de crescer o suficiente para conseguir o distanciamento e a frieza que nos devem merecer as personagens do passado, sobretudo aquelas cujos erros conseguimos ultrapassar e resolver, para que não mais se repitam.
Se tivessemos dúvidas sobre a saúde da nossa liberdade, apesar das subreptícias mas continuadas formas de violação da democracia por que lutámos, e conseguimos, em que direitos fundamentais dos cidadãos são postos em causa, com total desfaçatez e impunidade, esta sanha contra a figura de Salazar vem confirmar que algo vai mal neste "oásis" periférico, que Sócrates imperialmente comanda, dentro de portas. Vândalos nada inteligentes e jornalistas pouco competentes acabam por originar reacções mais favoráveis ao antigo governante, do que poderiam esperar, e admitir. Ou será que é isto mesmo que se pretende?
O Novo SIADAP*
Não podemos dizer que este governo não é atencioso, distraindo-nos das "agruras" da avaliação de desempenho com algumas curiosidades no novo SIADAP, que vai já vigorar para o ano de 2008. Uma leitura "maliciosa" da Lei nº 66-B/2007, de 28 de Dezembro, permite-nos encontrar algumas "pérolas" com que este executivo entendeu brindar os suídeos, que considera sermos todos nós. Ora, como só nos ofende quem nós deixamos, vale mais levar o assunto a brincar, e divertirmo-nos com as reacções que provocarão algumas dessas "pérolas", decerto pensadas em inglês técnico, transmitidas por fax e chegadas ao Portugal Profundo por inadvertência jurídica! Por hoje, aqui fica uma das "pérolas" que mais cócegas deve estar a provocar nos ministros mais senhores do seu nariz: segundo o artº 20º, nº 3, são os ministros que propõem "a hetero-avaliação dos serviços com atribuições em matéria de planeamento, estratégia e avaliação" ao Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado (SCI). Até aqui, parece que não virá grande mal ao mundo de um exercício de ministerial modéstia perante o todo poderoso Conselho. O pior é que no artº 22º, nº 2, explica-se que o mesmo Conselho apenas proporá ao governo as propostas dos senhores ministros "que se revelarem pertinentes"! Gostam? Imagino que sim, e que os ministros adorem! Duvido é que algum se atreva a fazer uma proposta de hetero-avaliação para o seu GPEA, não vá ela ser considerada impertinente pelo Conselho Coordenador do SCI! Pensando melhor, como no socrático governo ser um ministro impertinente (Mário Lino existe)parece ser sinónimo de longa permanência no cargo, que se cuidem os directores dos GPEA's, que vão ser presa fácil para ministros a quererem mostrar serviço e garantirem o tacho! Vai ser giro, vai, ver os serviços que devem coordenar a correcta aplicação do SIADAP 1 nos outros serviços, a sofrerem o vexame de um puxão de orelhas pela tutela! Mesmo que depois tudo fique em águas de bacalhau, porque isto é tudo bricadeirinha, como diria o meu amigo Anthrax, em dia de benevolência.
* vem aí a zanga das alegres comadres sócretinas?
Leonard Cohen
Consta que Leonard Cohen retomará a estrada e, possivelmente, fará uma tournée na Europa. Ao que parece, não o move o desejo de retomar o contacto com o seu público, mas esta volta ao palco deve-se ao aperto financeiro em que o deixou quem lhe tratava das finanças, que meteu ao bolso os dinheiros do cantor. Seja qual for o motivo, e porque o senhor é como o vinho do Porto, esperemos que a apetecível Lisboa da socrática propaganda esteja no seu roteiro, porque será um prazer voltar a ouvi-lo ao vivo.
Wednesday, January 16, 2008
About blogging
"How vain it is to sit down to write when you have not stood up to live. "
Henry David Thoreau
O Eliseu pode ficar tranquilo...
O Novo SIADAP
Considerando as entradas no blogue a partir de consultas sobre SIADAP 2007 e 2008, e imaginando a desilusão que sentirão com os textos de comentário que encontram todos os que aqui chegam interessados em obter elementos sobre o novo SIADAP, abri uma janela aqui ao lado com algumas indicações que poderão considerar úteis. Quem tiver dúvidas, e quiser partilhá-las, pode ainda usar o email do blogue, pois não deixaremos de ajudar, no que soubermos. No entanto, para informações com vinculação institucional, recomenda-se a consulta: do site da DGAEP, onde encontrarão os suportes legais, as fichas de avaliação, o manual dos QUAR e outras informações;os gabinetes de planeamento e avaliação dos diferentes ministérios, que passaram a "assegurar a coerência, a coordenação e acompanhamento do ciclo de gestão dos serviços com os objectivos globais do ministério e sua articulação com o SIADAP"; o INA, que tem vindo a desenvolver formação sobre o SIADAP, e também presta apoio técnico, quando requerido.
Tuesday, January 15, 2008
Antologia
Mild is the parting year and sweet
The odour of the falling spray;
Life passes on more rudely fleet,
And balmless is its closing day.
I wait its close, I court its gloom,
But mourn that never must there fall;
Or on my breast or on my tomb
The tear that would have soothed it all.
The odour of the falling spray;
Life passes on more rudely fleet,
And balmless is its closing day.
I wait its close, I court its gloom,
But mourn that never must there fall;
Or on my breast or on my tomb
The tear that would have soothed it all.
Walter Savage Landor
Backbiting (10)
Triste figurinha, a do autarca das Caldas da Rainha, ontem, no Prós e Contras, anafado e resfolegante, agarrado ao estudo do LNEC, de que não teria lido (percebido?) metade. Expressivo representante do Portugal de chapéu na mão, de olho no apoio do Estado, de algibeira aberta para a protecçãozinha reconfortante, marimbando-se para o país que fica fora da sua fronteirazinha de poder.
Portugal acanhado, este.
PSD a par do PS nas intenções de voto
Apesar dos avisos de Menezes para a perspectiva de 18 anos na oposição, a verdade é que a direcção do PSD está hoje eufórica, com as sondagens que, informa a propaganda aos militantes, colocam o maior partido da oposição a par do governo-desastre de Sócrates. Talvez este seja o balão de oxigénio de que Menezes precisava para digerir o almoço de Durão Barroso com alguns conhecidos membros da elite do PSD, por ocasião dos Reis. Almoço de forte significado político, é certo, mas que não passaria de uma iniciativa sem reconhecimento público imediato, não fosse o actual presidente do PSD ter efectuado um movimento desastrado (para a sua direcção), trazendo o evento para a primeira linha da voracidade mediática. Ao assumir-se ameaçado, numa reacção que o próprio gostaria de ver classificada como à Sarkozy, terá pretendido matar à nascença um movimento que, intui, a prazo o apeará do poder. Mas a sua reacção foi temporã, se o objectivo era salvar a imagem da sua liderança do partido, porque esta pouco mais conseguiu até agora do que arrastar-se atrás dos acontecimentos, descredibilizando-se nos alinhamentos oportunistas e na inconsequência recorrente. E se a reacção de Menezes foi prematura para a sua pretensão de afirmação interna, também o foi para quem já não tem dúvidas que, mais do que uma questão de tempo, é de uma refundação estratégica que o partido precisa. Não perdendo tempo para marcar lugar na “expedição” que o PSD pôs em marcha, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, com a sua conhecida habilidade de prestidigitador, veio usar a cortina de fumo das três (más) razões que encontrou para justificar o almoço, tentando esvaziar, para já, o mais do que evidente resultado do repasto laranja. O antes em demasia e o tarde demais, com que Marcelo descartou as razões possíveis para esse almoço, são argumentos suficientemente suculentos para manter em fogo lento as tricas internas, e alimentar a curiosidade dos opinion makers, durante o tempo necessário para que o PSD monte as peças, que o farão emergir como uma alternativa credível ao actual regime.
Uma coisa parece certa - apesar das sondagens, ou por causa delas, Menezes não entrou no carro que começou a rodagem à saída do almoço de Durão Barroso.
Saturday, January 12, 2008
Backbiting (9)
E eu que pensava que a ASAE apenas se dedicava a bolas de Berlim e colheres de pau! Ou será a retaliação chinesa que os aterroriza?
Président de la Commission Européenne - Durão Barroso, de Portugal
Em poucas horas, conseguiu juntar à mesa vários pesos-pesados do PSD. É, a nível internacional, uma figura que vem ganhando peso e credibilidade, inquestionáveis. Cá dentro, conseguiu o equilíbrio perfeito - aparece como uma influência determinante do que é importante para o prestígio de Portugal na cena internacional, ou do que nos resulta em benefício, e não é salpicado pelas rasteiras da politiquice interna, subjugada ao ritmo dos interesses do governo.
Com inteira justiça, e face ao psicodrama tenebroso em que se tornou a cena política portuguesa, Durão Barroso aparece hoje, para muitos portugueses, como a única luz ao fundo do túnel. E não apenas para os que votam PSD!
Nova(s) oportunidade(s) para Roberto Carneiro
Mais uma comissão, grupo, estudo, para o eternamente na reserva ex-futuro(?)-ministro da educação, consultor do Banco Mundial e de outras 399 organizações que-servem-para-o-que-ninguém-percebe-muito-bem, Engº Roberto Carneiro.
Diz o ME que o ainda seu funcionário (ou já entrou para as listas da mobilidade especial?) vai coordenar a avaliação "externa" do programa Novas Oportunidades, para que todos fiquemos muito tranquilos com o "sucesso" desta brilhante iniciativa do governo! Avaliação externa? AhAhAh! Nem necessito de ler a minha bola de cristal, para adivinhar que as conclusões desta avaliação vão ser muito convenientes para o governo!
Alcochete (2)
Logo no dia seguinte ao anúncio da decisão de Sócrates relativamente a Alcochete, fontes de Belém vieram lembrar para os jornais o papel determinante do Presidente da República na travagem do que parecia ser uma opção irremediável do governo pela Ota. Comentam os peritos no xadrez das relações institucionais entre Belém e São Bento que ganha peso e transparência a capacidade de Cavaco Silva para travar e corrigir as derrapagens do governo. Podem esses peritos ter toda a razão, mas eu interrogo-me se aceitar que esta "tutela" do PR sobre o governo existe realmente não virá facilitar a desculpabilização a que Sócrates não deixará de deitar mão em período eleitoral, sempre que queira sacudir a água do capote relativamente a medidas menos populares, ou ao desvio das promessas eleitorais do passado? A prazo, será bom para o PR este rótulo de patrulheiro do governo? Ou será que devemos começar a acreditar naqueles que juram a pés juntinhos que Cavaco Silva está com intenção de não se candidatar a segundo mandato?
Alcochete (1)
Porquê tamanho escândalo com o facto de Mário Lino permanecer no governo, depois deste dar o dito por não dito, e decidir Alcochete como a localização do novo aeroporto? Num governo que tem como principal característica ser troca-tintas e meter pelos olhos dentro dos papalvos cidadãos, que somos todos nós, as explicações mais desavergonhadas para a mentira que constitui a sua acção governativa, Mário Lino é um “digno” representante da “ilustre estirpe” que integra o elenco governamental. Votaram neles, não votaram? Habituem-se, como dizia o outro senhor!
Thursday, January 10, 2008
Backbiting (8)
Ainda falando de SIADAP 2008, aqui fica o que parece uma anedota, mas não é.
Segundo consta, só esta semana o Ministro Mariano Gago terá percebido que o seu ministério deverá aplicar o sistema de avaliação, como todos os outros. Ao que dizem as más línguas, o ministro julgava que o ensino superior estava acima de tais trivialidades administrativas, tendo esquecido que o MCTES não são só universidades, institutos, MIT's e afins, e que sob a sua tutela tem vários organismos, que não são excepção às regras a que deve obedecer a AP! Ou são? Impunidade é porreiro, pá!
SIADAP 2008
O novo SIADAP entrou em vigor com a publicação da Lei nº 66-B/2007, de 28 de Dezembro, que introduz diferenças significativas no sistema de avaliação, sobretudo ao nível da avaliação dos serviços da AP e dos dirigentes superiores de 1º e 2º nível. Ao que parece, e apesar de as alterações agora contempladas na lei estarem há muito anunciadas, parece que vai por aí um histerismo assinalável entre os dirigentes máximos de alguns serviços, pouco dados a respeitarem a obrigatoriedade do sistema de avaliação dos funcionários, e muito menos habituados a verem-se avaliados e aos serviços que dirigem (?). Tanta histeria corre, que parece estar a delinear-se uma derroga das passagens sensíveis do diploma.
Bem prega Frei Tomás!
SIADAP 2007
Começa a perceber-se que uma parte significativa dos organismos públicos não aplicará o sistema de avaliação em vigor, relativamente ao passado ano de 2007. Na prática, isto significa que milhares de funcionários não serão avaliados, desconhecendo-se quais poderão ser as consequências, presentes e futuras. Ora, este laxismo dos actuais dirigentes máximos, devidamente acobertados pelos respectivos governantes, deixa toda a discursama do rigor, da qualidade e da responsabilidade no sítio em que devemos procurá-la, quando vinda deste governo - no esgoto!
Una lacrima sul viso
De vez em quando percebemos que, afinal, a tradição ainda é o que era - basta uma mulher deixar uma lágrima escorregar-lhe pela face rosada e ... se for Hillary Clinton, até ganha New Hampshire! Mau, mau, então depois de Bush, a América vai ter uma presidente que resolve os problemas com uma oportuna lágrima? As feministas de quatro costados devem estar a matar crocodilos a grito!
Tuesday, January 08, 2008
Ratificação parlamentar para o Tratado de Lisboa
Cai mais uma das promessas de Sócrates. Não nos surpreende, porque todas têm caído.
Prevalece o pragmatismo, dizem os entusiastas do "avanço" que o Tratado representa para a União. Sócrates, devidamente apoiado e reconfortado na sua decisão pela ajuda europeia e presidencial dos últimos dias, "submete-se" à ratificação parlamentar, em nome do pragmatismo e do bem para o país. Enoja a desfaçatez dos procedimentos, mas não vale a pena rasgarmos as vestes, nem exaltarmo-nos com este episódio, mais um, na senda de "salazarização" do regime. Ele deve servir-nos apenas para medirmos o grau de abandalhamento a que tudo isto já chegou. Em nome de todos nós, e do nosso futuro, mentem-nos, roubam-nos, achincalham-nos, e nós ainda lhes fazemos o favor de agir como se acreditássemos que vivemos numa democracia e contamos para alguma coisa.
«The irrationality of a thing is no argument against its existence, rather a condition of it. », Friedrich Nietzsche
New Hampshire
«What happens after New Hampshire no one can quite tell, but this is Obama's moment and he is driving it and riding it all at the same time. In barely a week, the Illinois senator has transformed the presidential campaign, triggering wholesale reevaluations across the political spectrum.» - washingtonpost.com
Saturday, January 05, 2008
Backbiting (7)
Só se ouve falar em remodelação governamental, mas já poucos dos ministros dados como remodeláveis restam a Sócrates: a Pires de Lima está segura pelas centenas de assinaturas a pedirem a sua demissão; Lurdes Rodrigues recebeu do PR uma intimação para continuar o bom trabalho; Sousa Campos recebeu um cartão amarelo na mensagem presidencial de Ano Novo; os ministros da Economia e da Justiça também não escaparam à admoestação de Belém... Para o lifting ao governo, sem parecer ceder a pressões da plebe e a puxões de orelhas do "Chefe", a Sócrates restam o super-elogiado MNE, o intencionalmente ignorado MAI, ou uma daquelas figurinhas secundárias que gravitam na aura do nosso impante Primeiro-ministro.
Ainda as novas oportunidades
Por um lado, o governo apresenta-se como o cruzado no combate ao abandono escolar, por outro, dá certificados de "formação" como quem distribui cromos da farinha Amparo. É preciso que os alunos sejam muito, mas mesmo muito motivados para queimarem os seus tenros aninhos a estudar, se depois de crescidinhos é só ir até um CNO e já está - sai um 9º ano para o menino de azul!
Novas oportunidades
Para quando uma sindicância externa e independente a um "sistema de formação" que custa milhões? Sindicância que procure efectivos resultados de formação e não apenas os resultados medidos pelo que têm metido ao bolso os CNO's! Talvez o Senhor Presidente da República precise desses dados antes de se voltar a pronunciar agradado com esta iniciativa do governo!
A vida é feita de nadas...*
Os inícios de ano são fatais para os revivalismos, sobretudo quando estamos naquela fase doce da vida, em que se torna mais fácil recordar o que passou há anos do que o que comemos ao jantar.
A minha filha ofereceu-me um mp3 no Natal e, com esse gesto de ternura, deu-me muito mais do que a oportunidade de amenizar as tarefas fastidiosas do quotidiano. Foi sem querer, mas ao seleccionar algumas das minhas melodias preferidas para carregar o “bichinho”, fiz a passagem para alguns momentos muito interessantes da minha vida, e, agora, ao ouvi-las no conforto e na intimidade dos auscultadores, vou recapitulando episódios, lugares, pessoas, cheiros, sentimentos, apontamentos de vida que regressam, no intervalo das leis e dos decretos, das estatísticas e dos indicadores, dos telefonemas e da correria de uma agenda implacável… E que interessante se torna podermos sorrir, sem com isso nos comprometermos com a curiosidade de terceiros, da piada muito privada para que nos transporta um swing do old blue eyes, ou da irreverência (que já perdemos!) que o som dos rapazes de Liverpool nos recorda termos praticado ( e quase nos faz desejar ser capaz de reencontrar)!
Hoje dei comigo a ouvir Percy Sledge no seu incrível When a Man Loves a Woman, há muito arredado do top das preferências pessoais. Com este tema, para além de saborosas (e muito privadas) recordações sentimentais, relembrei uma experiência única na minha vida, irrepetível, decerto. Conheci o cantor em Luanda, estava ele no auge da sua carreira, e aquele tema musical alimentava a paixão dos jovens nas areias quentes do Mussulo, nas pistas de dança da Barracuda e nos salões escurecidos das vivendas do Bairro de Alvalade. Percy Sledge, alojado no mesmo hotel em que eu estava em lua-de-mel prolongada, engraçou com o casalinho apaixonado, com quem podia falar horas a fio sobre a poeira daqueles dias, beberricando café no jardim interior e aprendendo, em testemunho directo, o que era nascer, crescer e viver naquelas terras africanas, branquinhos de leite por fora, mas profundamente imbuídos do ser e do estar africanos. Demos-lhe algumas horas de amena cavaqueira, e ele proporcionou-nos o entusiasmo do tu cá tu lá com uma celebridade, além de uma experiência inesquecível, ao integrar-nos como convidados na sua comitiva, quando se deslocou para o local de um dos concertos. Na ocasião, o veículo em que seguíamos, um Jeep grande e fechado, foi literalmente assaltado e amassado pelos fãs, às centenas, que rodearam e pararam o carro, subiram para o tejadilho, e se esborracharam contra os vidros, como só tínhamos visto nos cartoons da Disney. Quando já esperávamos que o Jeep se desfizesse com tantos encontrões, só com a intervenção de polícia e militares é que conseguimos sair do carro e caminhar por entre um cordão de segurança para o edifício. Percy esteve sempre impávido e gratificado com as histéricas manifestações, até para ele algo inesperadas, em tão remotas paragens. Nós dois, gloriosos desconhecidos apaixonados, só não distribuimos autógrafos à passagem por entre livrinhos estendidos para nós, porque o descaramento não fazia parte do nosso equipamento de série, mas há-de haver por aí algures uma respeitável senhora de meia idade que guardará, como grata lembrança do cantor, o botãozinho dourado, quase igual ao do fato de cabedal que o Percy vestia, mas que pertencia, apenas, à lapela do meu casaco!
A minha filha ofereceu-me um mp3 no Natal e, com esse gesto de ternura, deu-me muito mais do que a oportunidade de amenizar as tarefas fastidiosas do quotidiano. Foi sem querer, mas ao seleccionar algumas das minhas melodias preferidas para carregar o “bichinho”, fiz a passagem para alguns momentos muito interessantes da minha vida, e, agora, ao ouvi-las no conforto e na intimidade dos auscultadores, vou recapitulando episódios, lugares, pessoas, cheiros, sentimentos, apontamentos de vida que regressam, no intervalo das leis e dos decretos, das estatísticas e dos indicadores, dos telefonemas e da correria de uma agenda implacável… E que interessante se torna podermos sorrir, sem com isso nos comprometermos com a curiosidade de terceiros, da piada muito privada para que nos transporta um swing do old blue eyes, ou da irreverência (que já perdemos!) que o som dos rapazes de Liverpool nos recorda termos praticado ( e quase nos faz desejar ser capaz de reencontrar)!
Hoje dei comigo a ouvir Percy Sledge no seu incrível When a Man Loves a Woman, há muito arredado do top das preferências pessoais. Com este tema, para além de saborosas (e muito privadas) recordações sentimentais, relembrei uma experiência única na minha vida, irrepetível, decerto. Conheci o cantor em Luanda, estava ele no auge da sua carreira, e aquele tema musical alimentava a paixão dos jovens nas areias quentes do Mussulo, nas pistas de dança da Barracuda e nos salões escurecidos das vivendas do Bairro de Alvalade. Percy Sledge, alojado no mesmo hotel em que eu estava em lua-de-mel prolongada, engraçou com o casalinho apaixonado, com quem podia falar horas a fio sobre a poeira daqueles dias, beberricando café no jardim interior e aprendendo, em testemunho directo, o que era nascer, crescer e viver naquelas terras africanas, branquinhos de leite por fora, mas profundamente imbuídos do ser e do estar africanos. Demos-lhe algumas horas de amena cavaqueira, e ele proporcionou-nos o entusiasmo do tu cá tu lá com uma celebridade, além de uma experiência inesquecível, ao integrar-nos como convidados na sua comitiva, quando se deslocou para o local de um dos concertos. Na ocasião, o veículo em que seguíamos, um Jeep grande e fechado, foi literalmente assaltado e amassado pelos fãs, às centenas, que rodearam e pararam o carro, subiram para o tejadilho, e se esborracharam contra os vidros, como só tínhamos visto nos cartoons da Disney. Quando já esperávamos que o Jeep se desfizesse com tantos encontrões, só com a intervenção de polícia e militares é que conseguimos sair do carro e caminhar por entre um cordão de segurança para o edifício. Percy esteve sempre impávido e gratificado com as histéricas manifestações, até para ele algo inesperadas, em tão remotas paragens. Nós dois, gloriosos desconhecidos apaixonados, só não distribuimos autógrafos à passagem por entre livrinhos estendidos para nós, porque o descaramento não fazia parte do nosso equipamento de série, mas há-de haver por aí algures uma respeitável senhora de meia idade que guardará, como grata lembrança do cantor, o botãozinho dourado, quase igual ao do fato de cabedal que o Percy vestia, mas que pertencia, apenas, à lapela do meu casaco!
Como diz o poeta, a vida é feita de nadas, esses pequenos grandes retalhos em que cada um encontra os seus momentos de felicidade, seja no fugaz instante em que topa com um velho botão dourado no fundo de uma caixa velha, seja a reviver as circunstâncias em que o mesmo se perdeu.
* do poema de Miguel Torga
Iowa
Para Obama foi saborosa a primeira etapa da corrida presidencial. Sobretudo por ter batido a Senhora de Clinton por uma margem razoável. Mas a caminhada ainda agora começou, e não vejo a América preparada para pôr um negro na Casa Branca. Entre este e uma mulher, a América profunda escolherá a mulher, rica, loira, carismática, bem, até porque, para lhe minimizar o defeito de pertencer ao sexo fraco, tem um marido lá em casa para lhe dar as dicas necessárias. No fim da corrida veremos se não será assim. Até lá, Obama tem toda a legitimidade para gozar o seu momento de vitória, que não é pequeno feito! Afinal, já passaram muitos mais anos desde que as sufragistas queimaram os corpetes, do que aqueles que decorreram desde que uma negra se sentou num autocarro de brancos no Alabama!
Wednesday, January 02, 2008
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