"Os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam e também aqueles a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial (WEF).Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos."
Quando a li pela primeira vez, a conclusão desta sondagem surpreendeu-me. Depois de quase três anos de permanente desgaste da imagem dos professores, tenaz e habilmente conduzida pelo governo, através da sua mulher de mão na 5 de Outubro; depois do descrédito a que o ensino superior tem estado sujeito, tristemente evidenciado em demasiados casos mediáticos, dos quais o abafado caso da licenciatura do Primeiro-ministro será o exemplo mais vergonhoso; depois de variados episódios tristes relacionados com a avaliação dos nossos alunos, bem como dos inúmeros relatórios internacionais que põem em causa o saber dos portugueses que saem das escolas e universidades nacionais, os portugueses dão a sua maior confiança aos professores? Como é possível? Ocorreu-me, então, talvez por não conseguir encontrar para esta escolha outra razão, uma má razão - e se são as medidas que o governo tem aplicado para agrilhoar a classe docente, submeter escolas e domar universidades, que funcionaram como garante de que não têm os professores outro remédio, que não seja andarem na linha, e, daí, a confiança dos portugueses para lhes darem mais poder, sabendo que este estará, por sua vez, tutelado pela mão que empunha o chicote? É uma razão enviesada, bem sei, mas não esqueçamos que aos portugueses uma boa dose de limitação dos direitos, liberdades e garantias cai-lhes bem. Veja-se o Portugal socrático, em que o timoneiro autoritário que faz o que quer e ainda se ri de nós, continua sem cair nas intenções de voto! Triste fado!
Quando a li pela primeira vez, a conclusão desta sondagem surpreendeu-me. Depois de quase três anos de permanente desgaste da imagem dos professores, tenaz e habilmente conduzida pelo governo, através da sua mulher de mão na 5 de Outubro; depois do descrédito a que o ensino superior tem estado sujeito, tristemente evidenciado em demasiados casos mediáticos, dos quais o abafado caso da licenciatura do Primeiro-ministro será o exemplo mais vergonhoso; depois de variados episódios tristes relacionados com a avaliação dos nossos alunos, bem como dos inúmeros relatórios internacionais que põem em causa o saber dos portugueses que saem das escolas e universidades nacionais, os portugueses dão a sua maior confiança aos professores? Como é possível? Ocorreu-me, então, talvez por não conseguir encontrar para esta escolha outra razão, uma má razão - e se são as medidas que o governo tem aplicado para agrilhoar a classe docente, submeter escolas e domar universidades, que funcionaram como garante de que não têm os professores outro remédio, que não seja andarem na linha, e, daí, a confiança dos portugueses para lhes darem mais poder, sabendo que este estará, por sua vez, tutelado pela mão que empunha o chicote? É uma razão enviesada, bem sei, mas não esqueçamos que aos portugueses uma boa dose de limitação dos direitos, liberdades e garantias cai-lhes bem. Veja-se o Portugal socrático, em que o timoneiro autoritário que faz o que quer e ainda se ri de nós, continua sem cair nas intenções de voto! Triste fado!
2 comments:
hummm... não é fácil generalizar a lógica do chicote, caro crack. Como explicar os resultados da sondagem nos restantes países europeus? A mão socrática é grande... mas daí a atingir o rabo dos europeus... não sei não...
Eu quis postar sobre algo assim na minha página e você me deu uma idéia. Cheers.
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