Logo no dia seguinte ao anúncio da decisão de Sócrates relativamente a Alcochete, fontes de Belém vieram lembrar para os jornais o papel determinante do Presidente da República na travagem do que parecia ser uma opção irremediável do governo pela Ota. Comentam os peritos no xadrez das relações institucionais entre Belém e São Bento que ganha peso e transparência a capacidade de Cavaco Silva para travar e corrigir as derrapagens do governo. Podem esses peritos ter toda a razão, mas eu interrogo-me se aceitar que esta "tutela" do PR sobre o governo existe realmente não virá facilitar a desculpabilização a que Sócrates não deixará de deitar mão em período eleitoral, sempre que queira sacudir a água do capote relativamente a medidas menos populares, ou ao desvio das promessas eleitorais do passado? A prazo, será bom para o PR este rótulo de patrulheiro do governo? Ou será que devemos começar a acreditar naqueles que juram a pés juntinhos que Cavaco Silva está com intenção de não se candidatar a segundo mandato?
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