Decididamente, este não está a ser um mês fácil para o governo. Não tivesse Sócrates o perfil autoritário que tem; não estivesse a comunicação social ainda subjugada à voz do dono, e já a opinião publicada se adjectivava de trapalhadas ministeriais, se proclamavam como tiros no pé os constantes disparates de muitos governantes, se encostava o primeiro-ministro às tábuas da incapacidade de coordenar e segurar os seus ajudantes. Mas a tormenta vai tão grande, que nem as regiamente pagas agências de comunicação, que o governo tem ao seu serviço, conseguem estancar a inundação de notícias que nos dão conta do desgoverno que, efectivamente, tem sido, e continua a ser, o executivo de Sócrates.
Deixe-se de lado, por náusea, a trapalhice de Correia de Campos; ignore-se, por patusco, o ministro da economia; não percamos muito tempo com a prussiana ministra da educação, cuja decisão sobre a repetição do exame de química os tribunais acabam de chumbar; centremo-nos na jóia da coroa, o incorruptível, determinado e muito louvado ministro das finanças, responsável por essa "pérola" que é o OE para 2007: pelo que analisam alguns especialistas, o dito documento, que, alegadamente, é um decidido passo para nos salvar das garras da ineficiência e da ineficácia financeira, tem mais buracos do que um queijo, para não dizer que enferma de alguns erros de principiante. Eu, que não sou de intrigas, e muito menos pesco nada de finanças, fico-me pelo que, a medo, vai transpirando na comunicação social. Desde a possível inconstitucionalidade, a buracos como este, que o próprio João Cravinho assinala, vale tudo, no que está expresso, e no que está camuflado.
Neste Outubro, em que a devastação socialista começa a tornar-se evidente, surpreendemo-nos (ainda?!) com o perdão à banca e com a notícia (esperada) de que Portugal teve o pior desempenho orçamental da UE em 2005, com a quebra das promessas eleitorais sobre as Scuts, ao mesmo tempo que se tornam públicos os "donativos injustificados" rebebidos pelo PS após a maioria absoluta. Se a tudo isto somarmos o conflito com as autarquias, o crescimento do desemprego, o assumido atraso da reforma da administração pública, a conflitualidade social, poderíamos dizer que só faltava bater no ceguinho, mas até isso o governo de Sócrates já fez.
3 comments:
Talvez se percebesse de finanças não falasse pela boca de alguns outros, que também não percebem de finanças!
Lia e estudava o documento para ter uma opinião.
Crack, o homem sofre do fígado,ou você pisou-lhe os calos?
eheheh ;)
Do fígado? Pode ser... hummm…. inclino-me mais para um vírus [eheheh não confundir com o outro… o confrade do anthrax] com origem na tal agência de propaganda… ;)
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