Estas duas notícias, que, numa leitura mais superficial, apenas parecem ter entre si o facto de se debruçarem sobre problemas no sector da educação, revelam que, apesar de serem muito diferentes as situações, as causas acabam por ser as mesmas - uma gestão errática do sistema educativo, assente em pressupostos impressionistas dos governantes e de alguns dirigentes; autismo e dirigismo da governante, não apoiado este em suportes técnicos; visão economicista; falta de respeito para com os administrados.
Um dia, a ministra decidiu que as aulas de substituição são a solução para o insucesso escolar; sem pensar se reuniam as escolas condições para generalizarem, à pressa, tal procedimento, a ME impôs a medida, vendida esta como algo que só não existia por preguiça dos docentes e laxismo das escolas; comprovada a incapacidade de promover, na maioria das escolas, efectivas aulas de substituição, sem o governo abrir os cordões à bolsa, perdeu-se a senhora ME em deambulações filosófico-argumentativas sobre a vantagem da guarda e ocupação dos alunos, associadas estas a tarefas de enriquecimento, que, segundo ela, qualquer adulto facilmente promoveria; o tempo, e as circunstâncias, vieram provar que a ME não tinha razão, devendo a senhora ter vergonha de ouvir agora, dos próprios alunos, a verdade sobre o que são as famigeradas aulas de substituição; como já nos habituou, a senhora chutou o problema para as escolas, dizendo que vai exigir que as aulas de substituição sejam isso mesmo, com qualidade; ela sabe que, sem mais meios, pouco poderão os conselhos executivos melhorar a situação, mas, para já, calou a boca aos manifestantes e sacudiu de cima dos seus próprios ombros o problema que criou. Um "mimo", de competência!
A falta de pessoal auxiliar nas escolas, uma realidade, desde há muitos anos, tem que ter uma abordagem mais corajosa por parte do governo, uma vez que, também aqui, o problema é uma questão de mais recursos financeiros, traduzida em mais recursos humanos a afectar às escolas. Evidentemente que será necessário racionalizar, equilibrando, os quadros de pessoal auxiliar das escolas; é certo que não poderá deixar de haver uma estreita parceria do ME com as autarquias e associações de pais, mas é um facto que, ao mesmo tempo que o campus escolar se torna mais agressivo, no seu interior e na envolvente externa imediata, temos cada vez mais estabelecimentos de ensino fortemente carenciados de pessoal auxiliar, nomeadamente para assegurarem a segurança dos alunos em localizações estratégicas do espaço escolar: pátios e recreios, instalações desportivas, portarias. A situação desta escola não é nova, não é única, não será a mais grave, mas põe a nú como a falta de meios, a falta de planeamento e a falta de diálogo da administração educativa são uma constante do dia-a-dia das nossas escolas.
Um dia, a ministra decidiu que as aulas de substituição são a solução para o insucesso escolar; sem pensar se reuniam as escolas condições para generalizarem, à pressa, tal procedimento, a ME impôs a medida, vendida esta como algo que só não existia por preguiça dos docentes e laxismo das escolas; comprovada a incapacidade de promover, na maioria das escolas, efectivas aulas de substituição, sem o governo abrir os cordões à bolsa, perdeu-se a senhora ME em deambulações filosófico-argumentativas sobre a vantagem da guarda e ocupação dos alunos, associadas estas a tarefas de enriquecimento, que, segundo ela, qualquer adulto facilmente promoveria; o tempo, e as circunstâncias, vieram provar que a ME não tinha razão, devendo a senhora ter vergonha de ouvir agora, dos próprios alunos, a verdade sobre o que são as famigeradas aulas de substituição; como já nos habituou, a senhora chutou o problema para as escolas, dizendo que vai exigir que as aulas de substituição sejam isso mesmo, com qualidade; ela sabe que, sem mais meios, pouco poderão os conselhos executivos melhorar a situação, mas, para já, calou a boca aos manifestantes e sacudiu de cima dos seus próprios ombros o problema que criou. Um "mimo", de competência!
A falta de pessoal auxiliar nas escolas, uma realidade, desde há muitos anos, tem que ter uma abordagem mais corajosa por parte do governo, uma vez que, também aqui, o problema é uma questão de mais recursos financeiros, traduzida em mais recursos humanos a afectar às escolas. Evidentemente que será necessário racionalizar, equilibrando, os quadros de pessoal auxiliar das escolas; é certo que não poderá deixar de haver uma estreita parceria do ME com as autarquias e associações de pais, mas é um facto que, ao mesmo tempo que o campus escolar se torna mais agressivo, no seu interior e na envolvente externa imediata, temos cada vez mais estabelecimentos de ensino fortemente carenciados de pessoal auxiliar, nomeadamente para assegurarem a segurança dos alunos em localizações estratégicas do espaço escolar: pátios e recreios, instalações desportivas, portarias. A situação desta escola não é nova, não é única, não será a mais grave, mas põe a nú como a falta de meios, a falta de planeamento e a falta de diálogo da administração educativa são uma constante do dia-a-dia das nossas escolas.
Estes dois casos são exemplificativos da verdadeira face das dificuldades das nossas escolas, estes são problemas que têm vindo a ser criados fora das escolas, sem que estas detenham o poder de decisão necessário para os resolver, mas exigindo-lhes que os resolvam, ou que, não os resolvendo, pelo menos não tragam as suas consequências para a praça pública. De ambas as notícias importa ainda reter que são os destinatários da propaganda desta ministra aqueles que já acabaram a contestá-la. E ainda a procissão vai no adro!
2 comments:
É isso mesmo, crack. O maior cego é o que não quer ver!!
Excelente!
Se estivesse certa de que a ministra da (Des)Educação sabe ler e interpretar aconselharia o envio deste precioso texto.
Parabéns!
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