Estes encontros, que estão a decorrer em Paris, hoje e amanhã, e contam com a participação de nomes portugueses ligados à cultura ( com que critério terão sido escolhidos? - importaria perguntar), nomeadamente da própria ministra, Isabel Pires de Lima, irão, uma vez mais, debater questões de fundo, como a afirmação da Europa no mundo através da sua cultura, e o relevo a dar a esta, como motor da construção europeia.
Para além deste debate de intelectuais e artistas, que, a julgar pelos resultados de eventos anteriores, corre o risco de ser, de novo, improdutivo (para além do afago ao ego das entidades presentes), espera-se que se abordem questões bem mais imediatas e palpáveis.
De facto, existem actualmente na UE 4,2 milhões de postos de trabalho ligados à cultura, o que representa 2,5% da população activa, mas os programas europeus dedicados à Cultura, Audiovisual e Media representem apenas 0,12% do orçamento total da UE. Por outro lado, no cinema e na televisão, os conteúdos americanos representam, respectivamente, 85% e cerca de metade dos produtos consumidos pelos espectadores. A inversão desta tendência e o aumento do investimento em cultura, por cidadão, não poderão, por isso, deixar de constituir importantes pontos da agenda de Paris, sendo bom que, sobre os mesmos, saiam destes encontros propostas concretas e exequíveis.
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