Saturday, March 12, 2005

«Maioria absoluta do PS ou maioria absoluta do Eng.º Sócrates? »

A propósito do post com o mesmo título no Idealista: a explicação para o recurso a tantos independentes tem a muito ver com o chamado «centrão», que ora premeia o PS, ora o PSD. O eleitorado, que deu a maioria absoluta ao PS, esperava um governo como este parece ser, constituído por quadros técnicos altamente qualificados, e não uma distribuição de prebendas ministeriáveis a figuras de má memória do partido socialista. Sócrates terá, assim, resolvido alguns problemas, com a que ele afirma ser a melhor solução: esbate a efectiva falta de quadros reconhecidamente competentes e com credibilidade política no PS, finta as tendências e sensibilidades dentro do partido , neutraliza as críticas de aparelhismo, corresponde à vontade dos eleitores que votaram nele (mas que deram a vitória ao PS a contragosto) para sanear o pântano instalado, e ainda consegue dificultar a vida ao PSD, para não ser obrigado a encostar à direita.
Como bem aponta o Idealista, os riscos são vários, desde a «indisciplina» que refere, a uma difícil coordenação entre as várias «primadonas» e à tentação (que já está na «rua»!) da oposição interna, por parte do aparelho socialista. Parece-me, contudo, mais preocupante, pela forma como podem amarrar a governação a compromissos que nada têm a ver com o programa de governo, os projectos pessoais de muitos destes «independentes», que vêem no governo um trampolim para voos futuros, bem mais compensadores. Mas esta esta questão dos independentes são outros quinhentos e, por enquanto, ainda a procissão se prepara para chegar ao adro!

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