Thursday, March 31, 2005

Human Heritage

“Imagine that you are creating a fabric of human destiny with the object of making men happy in the end, giving them peace and rest at last, but that it was essential and inevitable to torture to death only one tiny creature—that baby beating its breast with its fist, for instance—and to found that edifice on its unavenged tears, would you consent to be the architect on those conditions? Tell me, and tell the truth.”
“No, I wouldn’t consent,” said Alyosha softly.
FYODOR DOSTOYEVSKY, The Brothers Karamazov

Antologia

I GO my way complacently,
As self-respecting persons should.
You are to me the rebel thought,
You are the wayward rebel mood.

What shall we share who are separate?
We part—as alien persons should.

But oh, I have need of the rebel thought,
And a wicked urge to the rebel mood!

Florence Kiper Frank

Wednesday, March 30, 2005

Pois, pois...

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« O desejo do ministro de Estado e da Administração Interna de tutelar áreas de acções e departamentos até aqui atribuídas a outros ministérios está a provocar as primeiras fricções no seio do Governo de José Sócrates.» - Diário Digital, 30/03/2005

Pois...

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«A Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública quer a reabertura das negociações salariais e vai pedir ao actual governo aumentos na ordem dos 5,5 por cento para que não volte a haver perda do poder de compra.» - TSF online, 23/03/2005
«Três quartos dos portugueses não estão de acordo com uma eventual subidos dos impostos, possibilidade já admitida pelo ministro das Finanças Campos e Cunha.» - TSF online, 29/03/2005
«UGT contra reduções de pessoal na função pública. Segundo o secretário-geral, João Proença, se o Governo cumprir as promessas que fez durante a campanha eleitoral, terá que criar, em termos totais, 225 mil postos de trabalho: aos 150 mil empregos líquidos que prometeu há que somar mais 75 mil na função pública, decorrente da fórmula de admitir uma pessoa por cada duas que saírem.» - Público, 30/03/2005
«Os funcionários públicos não se livrarão das quotas de avaliação de desempenho, que o PS manterá do Governo anterior.» - DN, 30/03/2005
« Técnicos da OCDE concluem que Portugal foi o terceiro país que mais recorreu a receitas extraordinárias entre 1993 e 2003. Em dez anos, o país utilizou 18 expedientes para controlar as contas. Só Itália e Grécia apresentam pior desempenho.» - Diário Económico, 30/03/2005

Tuesday, March 29, 2005

Habituem-se

Na imprensa de hoje:
«A Grande Loja Regular de Portugal (maçónica) poderá vir a ser uma das próximas parceiras a assinar protocolo com a 2, confirmou ao DN o director do canal, Manuel Falcão»
«Mais de 70 blogues criados todos os dias em Portugal Há mais de 37 mil diários activos com a grande maioria a visar a actualidade»
Algo está a mudar na forma de comunicar. Os contornos, direcção e extensão dessa mudança são, por enquanto, muito imprecisos. As escolas de formação de profissionais da comunicação social não podem descurar a importância de que se revestem estes sinais. Os profissionais já no activo, muito menos.

Oportunidade perdida

De acordo com notícias de hoje, o primeiro rastreio nacional para o HIV, que abrangerá quase dez mil pessoas , não será aproveitado para aferir também da prevalência da infecção por hepatite C, sabendo-se que no nosso País se estima que haja, pelo menos, 150 mil infecções, que causarão anualmente de 700 a 800 mortos, quase o triplo dos óbitos atribuídos ao HIV.

Monday, March 28, 2005

«Quando me entrego, embora pareça que me expando, limito-me.»*

De acordo com o Diário Digital, «Cerca de 25% dos alemães ocidentais e 12% dos orientais querem que volte a ser erguido o Muro de Berlim, mais de 15 anos depois da queda da fronteira de betão e arame farpado que dividiu a Alemanha durante a Guerra Fria».
Apesar do investimento feito na «recuperação» do leste, nem os alemães orientais se sentem tratados com paridade, nem os seus conterrâneos ocidentais entendem que ficaram a ganhar com a unificação.
Não surpreende, mas deixa-nos a pensar nesta EU a 25 andamentos.
* Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"

Como não chegou ao governo, Albino Almeida perfila-se para um lugar

Excerto da entrevista ao reeleito presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), publicada hoje, no Público.
«Quem deve ser o provedor da criança?
Deve ser alguém com isenção, proposto pelo Governo, Presidente da República e Assembleia da República. Deve ser-lhe reconhecido mérito na área da problemática da criança e as suas decisões devem ser vinculativas para a administração pública.»
Querem melhor, como uma autoproposta candidatura?
Já sabíamos que a Confap servia a este comerciante de calçado como trampolim. Finalmente, ensaiou o «salto».

Friday, March 25, 2005

Páscoa

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«Everything you can imagine is real.»*

Quantas vezes me pergunto, se o que me parece, é.

*Pablo Picasso

Thursday, March 24, 2005

«Eu que não sou de intrigas»*

Não, este blog da treta não anda a «bater-se» à acidental atenção; muito menos pretende beneficiar de qualquer acidental «corrente» de visitantes (nem tem site meter); acontece é que o Rodrigo anda inspirado e esta posta também é imperdível!
* título copiado do Acidental, sim senhor, mas só para poder dizer que, já que lá vão, também vale a pena ler as «intrigas» que por lá se escrevem. (a propósito, Rodrigo, como também já tinha, discretamente, abordado o Khalil Gibran, registo a sua sugestão de «leitura contextualizada»)

Wednesday, March 23, 2005

Antologia

When we two parted
In silence and tears,
Half broken-hearted,
To sever for years,
Pale grew thy cheek and cold,
Colder thy kiss;
Truly that hour foretold
Sorrow to this!
The dew of the morning
Sunk chill on my brow;
It felt like the warning
Of what I feel now.
Thy vows are all broken,
And light is thy fame:
I hear thy name spoken
And share in its shame.
They name thee before me,
A knell to mine ear;
A shudder comes o'er me -
Why wert thou so dear?
They know not I knew thee
Who knew thee too well:
Long, long shall I rue thee
Too deeply to tell.
In secret we met:
In silence I grieve
That thy heart could forget,
Thy spirit deceive.
If I should meet thee
After long years,
How should I greet thee? -
With silence and tears.


Lord Byron

Lindos meninos

O Público traz hoje uma notícia sobre um bairro degradado da Amadora, o Casal de Santa Filomena, um autêntico gueto, onde o carteiro não entra há dois anos, e que faz a cabeça em água às forças policiais. Estas referem-se, com conhecimento de causa, às «etapas da criminalidade» infantil e juvenil dos moradores do bairro, o que, para além da preocupação social que a situação nos merece, nos deixa perante outro problema, em que só pensa quem tem de o viver e tentar enquadrar - estas crianças e jovens adolescentes são alunos das escolas, em grau de paridade com todas os outros da mesma idade. E é aqui que começa o drama para alunos e suas famílias, professores, funcionários, direcções de escolas, administração educativa. Estes jovens delinquentes, que transportam para dentro do universo escolar a sua vivência de bairro e rivalidades de gang, têm, sem dúvida, direito à escola, mas dar-lhes um tratamento em tudo igual aos dos outros jovens da mesma idade é prejudicar uns e outros. Também para enfrentar este tipo de problemas, se impõe repensar a Escola. As associações de pais têm ajudado pouco.

Just one of those things

Na próxima quinta-feira assinala-se o Dia Mundial da Tuberculose e, a propósito, convém lembrar que, apesar de uma tendência decrescente de casos registados anualmente, Portugal continua a ser o país da Europa ocidental com a maior incidência da doença, sendo, segundo a DGS, a situação preocupante nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Setúbal.

Se há homens com sorte, Sócrates é um deles.

Só percebo, verdadeiramente, quão no fundo se tinha batido, quando vejo a reverência, o espanto e a excitação, com que a prestação do governo PS é acolhida. Espantam-se as gentes com o que é normal (a discrição na constituição do governo, a reserva do poder), aceita-se como bom o que é menos do que medíocre (o Programa do Governo), gabam-se as qualidades de governante a quem ainda nada mais fez do que tactear, com hesitações, um caminho que não conhece (Sócrates pós-20 de Fevereiro), desculpam-se incoerências, dissidências e maledicências (Campos e Cunha «contra» Sócrates; um PS aos urros com a camarilha no poder, na qual não se revê), dá-se o benefício da dúvida, quando não há dúvida que para este peditório já demos e ficámos de tanga (procurar as diferenças com os governos de Guterres vai ser um exercício muito estimulante).
Esta lassidão, esta bonomia, este pasmo reverente, só se justificam porque os últimos meses, com Santana Lopes, foram demenciais. De tal forma demenciais, que hoje, e por muitas luas, oposição à direita não é miragem, é deserto.

Uma pequena obra de arte

Meu caro Rodrigo (permita esta blogosférica cumplicidade), sei que é superiormente indiferente aos links que (alguns de nós) lhe fazemos, até sei que desconfia que esses links são, na sua maioria, uma forma de surfar a acidental onda de popularidade, pelo que faço já aqui uma declaração de intenções: não pretendo qualquer acidental referência, também não é meu objectivo ter o blog invadido por turistas acidentais e jurarei, as vezes que forem precisas, que o Rodrigo Moita de Deus é o melhor da blogosfera. Tudo isto para poder escrever aqui que ninguém pode perder o post, Classificados Acidentais, do Rodrigo Moita de Deus, no local do costume.

Tuesday, March 22, 2005

«E dizermos que o povo podia ensinar-nos muita coisa, quanto mais não fosse a maneira de o instruirmos.»*

1 - Depois de ler o Programa do Governo para a educação fico «confortável», pela ausência do stress da novidade, uma vez que encontro o que o PS anda a dizer que faz, e nunca fez, há muito tempo. Por aqui, nada de novo, é só retomar os argumentos, tropeçar nas mesmas barreiras, parar perante os mesmos obstáculos, ficar refém dos mesmos grupos de interesses, enfim, mudar para ficar tudo na mesma. Passou-se ao lado, portanto.
2 - António Barreto veio, sobre a educação, alinhar um conjunto de evidências, inquestionáveis. Apesar da concordância, forçada, importa não esquecer que o pior não é fazer o diagnóstico, é aplicar a terapia. O remédio é amargo e os «doentes» rebeldes. Precisamos de «médicos» corajosos e de «enfermeiros» robustos, só que quem manda na «enfermaria» são os paramédicos. Resultado: a doença pode ser mortal, mas a «vacina», embora disponível, não chegará a ser desalfandegada! Barreto passou ao lado das «barreiras alfandegárias», como sociólogo que é.
3 - No blog, A Memória Flutuante, abordam-se estas questões, com objectividade e conhecimento de causa. No entanto, uma vez mais a gestão dita democrática divide o campo entre o passado e o futuro, mantendo o autor a opção por este presente de terra de ninguém, que, já se viu, não nos levará a lado algum. Por que estranha razão será que, quando se fala em acabar com um modelo que está esgotado, se agita a figura do gestor profissional (imaginado como um ET descido à escola, vindo de uma qualquer galáxia mal afamada)? Queremos liderança, responsabilidade, inovação e capacidade gestionária nas direcções das escolas, mas não estamos disponíveis para pensar um modelo de gestão profissional que o concretize. Também aqui passamos ao lado, ficando tudo cada vez mais na mesma.
4 - No Programa do Governo diz-se textualmente: «Estabelecido um quadro comum a todas as escolas e agrupamentos – colegialidade na direcção estratégica, participação da comunidade local, gestão executiva a cargo de profissionais da educação – serão admitidas e estimuladas diferentes formas de organização e gestão.»
Uma das vantagens de este amontoado de palavras poder não ser mais do que isso mesmo, é que pode enquadrar soluções diferenciadas para as diferentes situações, como se impõe encontrar. Tenhamos esperança que a pressão «do terreno» não imponha a manutenção do status quo, como tem sido habitual em todos os governos. Ou, mais uma vez, passaremos ao lado da resolução do problema.
* Fiodor Dostoievski, in 'Diário de um Escritor'

Monday, March 21, 2005

«...a distracção é a parte mais rebelde e a mais insidiosa da nossa condição.»*

Uma Ilustre personagem resolveu escrever um texto de fundo sobre a jovem mediocridade, começando pela da Direita, tal como a vê.
Constituído por 95% de disparate provocatório, e os restantes 5% por um conjunto de banalidades inócuas, o exercício seria, apenas, um ensaio falhado para um novo felino fedorento, não fora a reacção em cadeia de alguns exaltados representantes da «jovem direita blogosférica». Atacado em fúria pelos caricaturados, O Ilustre ganhou súbita notoriedade e transformou o blog hospedeiro em sucesso instantâneo. Como estratégia publicitária, não poderia ser mais certeiro, mas o resultado, que, tenho a certeza, terá ultrapassado as mais risonhas expectativas do Ilustre autor, prova que a mediocridade não será tanta como antevia, ou, pelo menos, os pequenos esforçam-se, e nem esse mérito lhes era reconhecido!
Enquanto se aguarda, ansiosamente, pelo texto sobre a esquerda, as crianças divertem-se.
O PS agradece a diversão.
*Vergílio Ferreira, in 'Carta ao Futuro'

You see for miles and miles...

Sing a song of sixpence, pocket full of rye
Hush-a bye my baby, no need to be crying.
You can burn the midnight oil with me
as long as you will
Stare out at the moon
upon the windowsill, and dream...
Sing a song of sixpence, pocket full of rye
Hush-a bye my baby, no need to be crying.
There's dew drops on the window sill,
gum drops in your head
Slipping into dream land,
you're nodding your head, so dream...
Dream of West Virginia, or of the British Isles'
Cause when you are dreaming,
you see for miles and miles.
When you are much older, remember when we sat
At midnight on the windowsill,
and had this little chat
And dream, come on and dream,
come on and dream, and dream, and dream...

Tom Waits, Midnight Lullaby

Friday, March 18, 2005

A não perder

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Reino Unido está à procura de professores em Portugal

À atenção dos agentes educativos
Segundo notícia hoje avançada pelo Público, «a oferta de emprego enquadra-se no âmbito de um projecto de cooperação transnacional com o Reino Unido, "com o objectivo de tentar colmatar os desequilíbrios existentes no mercado de trabalho no sector do ensino, em ambos os países, proporcionando aos candidatos portugueses a hipótese de desenvolver uma carreira profissional no Reino Unido».
Se esta possibilidade constitui uma esperança para professores portugueses que ficam no desemprego, apesar das dificuldades que a barreira da língua não deixará de colocar a muitos deles, não deixa de ser um forte incentivo à reflexão que não pode deixar de fazer-se sobre uma efectiva mobilidade de profissionais da educação no espaço EU, num horizonte temporal não muito distante.

Tuesday, March 15, 2005

À atenção do nosso europeísta MNE

De acordo com esta fonte, o Governo italiano investiu um milhão e 150 mil dólares na reabilitação de infra-estruturas sociais na província do Uíge, em Angola, durante o ano transacto, no quadro de um programa de emergência. O dinheiro foi empregue na reparação de quatro escolas primárias, dois postos de saúde, uma maternidade e hospital pediátrico, e foram igualmente reabilitados, sistemas de captação e abastecimento de água potável, bem como distribuídos bens diversos como instrumentos agrícolas e medicamentos. O programa de emergência, implementado pela cooperação italiana, consumiu já 10 milhões de dólares os quais foram dispendidos na materialização de projectos sociais em várias províncias angolanas . De acordo com a fonte, foram reabilitados no total 70 estabelecimentos sociais, distribuídos 60 kits de medicamentos e realizados cursos de formação de actividades produtivas, nas localidades referenciadas.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a Alliance Francaise realiza na próxima sexta-feira um encontro da comunidade francófona em Angola, inserido no programa de investimento cultural da França naquele país, e realizou-se hoje uma mesa redonda sobre micro-crédito ao sector agrícola, promovida pela CLUSA (a Liga de Cooperativas dos Estados Unidos da América), que disponibilizou, desde 2003, créditos bancários no valor de 794 mil dólares para ajudar o projecto de apoio aos agentes agrícolas nas províncias de Luanda, Bengo, Kwanza-Sul e Huíla.

A noite americana

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Medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias. A (boa)tomada de decisão era inevitável, a medida é mais do que aceitável, o processo será irreversível. Porquê, então, anunciado na tomada de posse? Sabia-se que iria agitar alguns lóbis e alimentar a comunicação social. Pretender-se-ia focalizar a atenção numa «corajosa política de afrontamento» (?) aos interesses instalados ? Esta explicação não chega, como não convence a tese de que terá sido uma forma de manter entretida a comunicação social durante os primeiros dias da governação socialista. Como também não foi um «lapso», não posso deixar de pensar que não passa de um efeito de luz, como no cinema! Enquanto vemos o que nos mostram, o que está, efectivamente, do outro lado da câmara? O que se está a encobrir com este deliberado anúncio?
Há que ficar atento!

Sobre a ternura

O essencial, escreve Júlio Machado Vaz.

Monday, March 14, 2005

«promover a burrice à distância de um clique»

A educação continua a preocupar o meu amigo Anthrax, que, naquele seu estilo inimitável, faz três perguntinhas, muito a propósito. Respondendo, direi que claro que será «interessante» (ai essa maldadezinha!) chamar à razão as famílias (e que falta lhes faz, a razão), responsabilizar os professores (para muitos deles, ainda mais?), envolver todos os agentes educativos (essa hidra, que não sabemos quantas cabeças tem, mas que desconfio que não tem nenhuma!). Temos anos de tudo isso, quilómetros de teses sobre boas práticas, quilos de estudos, milhares de experiências (ministeriais, regionais, locais, de escola, de turma, de professores, etc, etc, etc...), «pipas de massa» gastas e o resultado são umas quantas gerações de cobaias analfabetas, ou quase.
Então, o que falhou, o que tem falhado sempre?
Para começar, algo difícil de mudar:este nosso ser português, desenrascado e fanfarrão, pouco consistente em estudo que dê trabalho, amigo da conversa de café e de salão, desenvolto no linguajar, mas avesso ao aprofundamento de ideias, deslumbrado com o emprego por cunha e doutorado nas manhas da sobrevivência profissional amarrada a políticas sociais e laborais securizantes.
Mas o pior, foi que não conseguimos reaver o valor social e o valor cultural da educação, muito debilmente mantidos na nossa caminhada republicana e irremediavelmente perdidos depois de Abril. Sem que esses valores sejam recuperados, poderão suceder-se os ministros, gastar-se dinheiro, legislar-se para uma nova escola, mais autónoma e mais responsável, formarem-se melhor os professores, resolverem-se, pontualmente, assimetrias, que tudo permanecerá na mesma, ou mudará muito pouco, ficando o «sucesso» sempre ao sabor da vontade dos governos, da experiência dos titulares da pasta e da liderança milagreira em algumas escolas.
Portugal tem que ser capaz de eleger a educação como um valor essencial para o seu futuro colectivo, e ter a coragem de agir em conformidade. Nós, que tanto gostamos de referir modelos de sucesso, aprendamos a copiá-los, bem. Estudem-se o caso irlandês, o finlandês, mesmo outros nórdicos, definam-se metas e estratégias, e que cada governo, cada ministro da educação, cada director-geral, mas, acima de tudo, cada português, tenha por missão contribuir, à sua medida, para nos tornarmos um povo mais instruído, mais formado, mais culto. A missão do novo governo do PS, neste domínio, só pode ser a de conseguir que este desígnio se cumpra, mobilizando todos, independentemente da sua cor partidária. Rapidamente veremos se é por aqui que vamos, ou se iremos ter, apenas, mais do mesmo - medidas avulsas e de prazo fixo, o da duração da legislatura, ou, pior, do ministro.

Santana Lopes não reúne condições psíquicas para o exercício de qualquer cargo público!

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A tristíssima encenação do seu regresso à Câmara prova bem que as trapalhadas que fez no governo, nem foram uma invenção dos média, nem resultaram apenas de uma real incapacidade para o cargo de Primeiro-Ministro. Resultaram, sobretudo, da sua insanidade.

Saturday, March 12, 2005

Sinal de alarme (VII)

Não é que a relação do poder com os média não precisasse de uma séria inflexão. Também não está em causa que se impõe mais comedimento e menor promiscuidade. Mas os sinais não são tranquilizadores, sobretudo porque a subtileza dos processos é, em si mesma, um indicador preocupante.
Pacheco Pereira escreve, a propósito:

«Maioria absoluta do PS ou maioria absoluta do Eng.º Sócrates? »

A propósito do post com o mesmo título no Idealista: a explicação para o recurso a tantos independentes tem a muito ver com o chamado «centrão», que ora premeia o PS, ora o PSD. O eleitorado, que deu a maioria absoluta ao PS, esperava um governo como este parece ser, constituído por quadros técnicos altamente qualificados, e não uma distribuição de prebendas ministeriáveis a figuras de má memória do partido socialista. Sócrates terá, assim, resolvido alguns problemas, com a que ele afirma ser a melhor solução: esbate a efectiva falta de quadros reconhecidamente competentes e com credibilidade política no PS, finta as tendências e sensibilidades dentro do partido , neutraliza as críticas de aparelhismo, corresponde à vontade dos eleitores que votaram nele (mas que deram a vitória ao PS a contragosto) para sanear o pântano instalado, e ainda consegue dificultar a vida ao PSD, para não ser obrigado a encostar à direita.
Como bem aponta o Idealista, os riscos são vários, desde a «indisciplina» que refere, a uma difícil coordenação entre as várias «primadonas» e à tentação (que já está na «rua»!) da oposição interna, por parte do aparelho socialista. Parece-me, contudo, mais preocupante, pela forma como podem amarrar a governação a compromissos que nada têm a ver com o programa de governo, os projectos pessoais de muitos destes «independentes», que vêem no governo um trampolim para voos futuros, bem mais compensadores. Mas esta esta questão dos independentes são outros quinhentos e, por enquanto, ainda a procissão se prepara para chegar ao adro!

Friday, March 11, 2005

Nunca he odiado tanto una cosa: una muerte injusta.


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Recuerde el alma dormida,
avive el seso y despierte
contemplando
cómo se pasa la vida,
cómo se viene la muerte tan callando,
cuán presto se va el placer,
cómo, después de acordado,
da dolor;
cómo, a nuestro parecer
cualquiera tiempo pasado
fue mejor.
Pues si vemos lo presente
cómo en un punto se es ido
y acabado,
si juzgamos sabiamente,
daremos lo no venido
por pasado.
No se engañe nadie, no,
pensando que ha de durarlo que espera,
más que duró lo que vio
porque todo ha de pasar
por tal manera.
Nuestras vidas son los ríos
que van a dar en la mar,
que es el morir;
allí van los señoríos
derechos a se acabar
y consumir;
allí los ríos caudales,
allí los otros medianos
y más chicos,
y llegados, son iguales
los que viven por sus manos
y los ricos.

Jorge Manrique

The food for the cat

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Have you heard about the boy who walked by
The black water? I won't say much more.
Let's wait a few years. It wanted to be entered.
Sometimes a man walks by a pond, and a hand
Reaches out and pulls him in.
There was no
Intention, exactly.
The pond was lonely, or needed
Calcium, bones would do. What happened then?
It was a little like the night wind, which is soft,
And moves slowly, sighing like an old woman
In her kitchen late at night, moving pans
About, lighting a fire, making some food for the cat.

Robert Bly

Catalina fala, fala, fala, e não a vi a fazer nada!

Para quando a substituição de Catalina Pestana à frente da Casa Pia?
Do passado, conhecemos-lhe um perfil permissivo ao aproveitamento próprio, à conivente irresponsabilidade, ao silêncio oportuno. No presente, reconhecemos-lhe uma total incapacidade para o cargo que exerce. Não apenas por ser como é, mas pela total incapacidade para a função e, sobretudo, porque não reúne já as condições físicas e psíquicas para se manter à frente de uma instituição como a Casa Pia.
Como a senhora nem está capaz de decidir por si própria afastar-se de um cargo que, manifestamente, não está em condições de exercer, o triste espectáculo das suas declarações perante as câmaras de televisão, ontem e hoje, devem ser o bastante para uma tomada de decisão, imediata, do novo ministro da tutela.

Thursday, March 10, 2005

«Só é possível transformar-se na medida em que já se é »*

Se o ridículo matasse, metade dos deputados hoje empossados, amanhã iria a enterrar.

*Friedrich Novallis

Wednesday, March 09, 2005

Deveria ser emoldurada e enviada a Belém!

«Ninguém se lembrou de condecorar o Eng. Jardim Gonçalves, chairman do BCP, que tem feito o que pode para manter a Mulher em bom recato? » - no Pula Pula.

Excelente, por tudo o que nele encontramos...

... e porque hoje nos «revela» John Cale!
Almocreve das Petas, a não perder. Hoje e sempre.

É a ligação das ideias que sustenta todo o edifício do entendimento humano - Cesare Beccaria

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«From the standpoint of democracy the strategy of avoidance seeks to avoid democracy itself. Education which is congruent with this political liberalism faces a dilemma of encouraging critical capacity and a participatory spirit within a deliberately restricted sphere whilst permitting more authoritarian modes of education outside the public realm. A more robust democratic theory would wish its schools to promote the ability of future citizens to deliberate freely upon the full range of issues which might appear directly or indirectly upon a less impoverished political agenda. This would suggest something closer to the traditional liberal education for autonomy and to a readiness to constrain the independence of schools which deny to the child the acquisition of democratic skills. Democracies are as entitled as any other regime to use measures to ensure their survival. Education is one of the measures. At the same time one must assume that a democracy should aspire to procedural fairness and follow this in its educational policy as elsewhere. Whether education genuinely exercises a profound political effect is a moot point. However liberals and democrats (like conservatives and radicals, autocrats and anarchists, communitarians and libertarians) have believed that it does. The education of future citizens seems to be too important for any polity to leave entirely alone. If liberals and democrats do not educate the future masters, someone less liberal and less democratic might.»
Geraint Parry

Sunday, March 06, 2005

Os Domingos têm destas coisas...

Preguiçar, ter tempo, matar algumas horas a visitar as capelinhas (leia-se:os blogues) da nossa devoção. Nestas deambulações, por vezes quase adormecidas, a reler a poesia que acarinhamos, entrecortada pelas notícias das nossas, e das outras fronteiras, acabamos por fazer descobertas que nos sobressaltam, quase sempre pelo que esperamos fruir dessa descoberta.
Hoje foi um desses domingos de descoberta e de prazer antecipado, ao encontrar as palavras absorventes de Júlio Machado Vaz, ao serviço do seu fascinante universo pessoal.
Se o que lhe conhecemos não bastasse, chegaria para nos tornar fiéis da sua paróquia esta magnífica tirada: «o ridículo não se limita a matar quem habita; chegado a certo ponto diria que se torna contagioso... Com a extraordinária agravante de sermos nós a sentir vergonha! »

A não perder

Este post, este outro e ainda este.
(Sejam curiosos, vão espreitar)

...the doorstep of the absolute


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Sunday: this satisfied procession
Of definite Sunday faces;
Bonnets, silk hats, and conscious graces
In repetition that displaces
Your mental self-possession
By this unwarranted digression.
Evening, lights, and tea!
Children and cats in the alley;
Dejection unable to rally
Against this dull conspiracy.
And Life, a little bald and gray,
Languid, fastidious, and bland,
Waits, hat and gloves in hand,
Punctilious of tie and suit
Somewhat impatient of delay)
On the doorstep of the Absolute.

T.S. Eliot

Quando ao prazer de ler se associa o prazer de ouvir

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... uma fabulosa selecção de tangos. Aqui.

Sinal de alarme ? (VI)

Quando apresentou os seus ministros, Sócrates afirmou, perante as câmaras de televisão e sem deixar margem a questionamento, que estas são as pessoas mais qualificadas para as respectivas áreas da governação.
Considerando que este é o topo a que o governo socialista liderado por Sócrates pode aspirar, isto significa que, se algum dos ministros tiver uma má prestação no cargo, o PR que esteja em exercício deve tomar em consideração o facto de essa pasta só poder vir a ser assegurada por alguém ainda pior do que o seu antecessor, e agir em conformidade? Ou, num caso destes, Sócrates pensa demitir-se e abrir lugar à constituição de novo governo?

Follow up

Sócrates gere bem os seus silêncios. Nele, não é tanto uma estratégia, mas um traço de personalidade, e o problema reside, apenas, na forma como os quebra.
Só o termos vivido os últimos anos, sobretudo os últimos meses, com a comunicação social a transformar os executivos em fauna de aquário pode explicar a generalizada aprovação da atitude de distanciamento, secura, impaciência e menosprezo pelos que lhe são externos, que o indigitado Primeiro-Ministro (orgulhosamente) exibe.
O sentido de Estado, não governar para a comunicação social, criar a suficiente reserva que o exercício do poder exige, ou pelo menos recomenda, não exigem atitudes destas. Veremos como se porta Sócrates daqui para a frente.

Friday, March 04, 2005

A candidatura presidencial do PS está decidida?

Contrariamente ao que parece ser a opinião generalizada, a presença de Freitas no Governo não constitui surpresa para mim.
ON

E a ausência de Vitorino também não.

OFF

Enquanto a capoeira se agita...

PSD sem terceira via

«...a inveja igualitária goza e o mundo continua na mesma.»

VPV, a não perder.

«A razão de ser de qualquer fé é trazer-nos uma certeza »*

«Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.» - Evangelho segundo São Mateus

Por achar o exercício completamente inútil, não escrevi sobre o anúncio do padre franciscano, que apenas referi ontem, pelo menos não mais do que pequenas picardias em comentários de alguns blogues. Acontece que essas picardias estimularam acesas discussões verbais no innercircle juvenil, e também muitos desafios, pelo que aqui vai a «minha profissão de fé» contada às «crianças», para encerrar, definitivamente, uma conversa que me parece esgotada.
Entendo que houve um erro estratégico do padre franciscano, que tanto pode ter resultado de uma «ingenuidade» genuína, mal servida por um temperamento colérico e por uma atitude impulsiva, como pode ter tido por objectivo o sobressalto e a agitação na Igreja portuguesa, num momento delicado, mas que alguns consideram ser a altura para endurecer posições e reforçar a ortodoxia, numa estratégia de antecipação para os combates que antevêem.
Com o seu anúncio, o padre conseguiu o que qualquer ser medianamente lúcido poderia prever: a hierarquia da Igreja veio demarcar-se, fragilizando-se; a discussão subiu de tom entre os católicos pró e contra, deixando exposto à evidência que a sua unidade anda, há muito, pelas ruas da amargura; «plantaram-se» algumas armas de arremesso, que vão ser muito incómodas nos tais combates que se adivinham.
Resultado prático? Nenhum, que não seja mau para «qualquer dos catolicismos». Porque, como sempre, ficará tudo como dantes, na substância e na hipocrisia. Pelo menos, durante um tempo, que se podemos ter esperança na mudança, não podemos esperar que esta ocorra a não ser no longo prazo.
Quanto às apaixonadas discussões que por aí vão, na blogosfera, é apenas a falta de outro assunto, e a religião sempre cativou «audiências». Não aprofundando o argumentário utilizado, podemos dar alguma razão àqueles que dizem que o padre nada mais fez do que agir no âmbito dos preceitos que qualquer católico conhece, e a que está obrigado. Sabemos, no entanto, como há, na comunidade católica, vivências religiosas mais progressistas, e nem por isso menos respeitáveis, sendo certo que todos os que, abraçando a religião católica, contestam algumas das suas práticas e imposições, por desadequadas aos tempos e aos modos de vida, lamentam ter que pagar essa contestação com o sobressalto da sua consciência religiosa. Para a maioria, é esse um assunto do seu foro íntimo; para um número crescente de católicos é, também, o combate de uma vida, em convicta espiritualidade e fé.
Aqueles que defendem que o catolicismo, ao permanecer imutável, surdo e cego às necessidades emergentes dos novos tempos, está a manter-se fiel à sua matriz e é para ser cumprido como uma pena, ou de todo renegado, estão, na aparência, a defender a essência da fé católica, mas o que fazem, realmente, é esvaziá-la de sentido.
Por o saber, é sempre tão cautelosa em tomadas de posição a hierarquia eclesiástica. Como se viu, também neste caso.

*André Maurois

Thursday, March 03, 2005

«The Future of Europe:A Giant Free Trade Area or a Political Counterweight to America? »

«A new doctrine is arising in educated opinion, which holds that it is not geography that qualifies a state for EU membership, but "shared values". On the strength of this doctrine, Europe is in for limitless expansion across North Africa, Central Asia and the Middle East, because if Turks share European values, who does not share them? An ever-expanding Europe straddling three continents would be politically impotent and probably quite harmless. Economically, it would be a good thing, for the larger a free trade area is, the more good it can do by trade creation and the less harm by trade diversion. »
Anthony de Jasay

Wednesday, March 02, 2005

Sinal de alarme (V)

Sinal de alarme (IV)

Sinal de alarme (III)

As mulheres portuguesas são parvas.
A conclusão é de
Maria Filomena Mónica. Será que está em boa companhia?

Sinal de alarme (II)

«Um sacerdote católico residente no Seminário da Luz, em Lisboa, publicou hoje um anúncio participando a sua recusa em dar a comunhão aos fiéis que usam contraceptivos, recorrem à reprodução assistida ou aceitam a actual lei sobre o aborto»

Sinal de alarme (I)

O consumo de antidepressivos aumentou 45% nos últimos 5 anos em Portugal.

«Escolher o seu tempo é ganhar tempo»*

Aguiar Branco, um dos apontados para suceder a Santana Lopes à frente do PSD, veio manifestar o seu apoio a Manuela Ferreira Leite, com o que se dá a si mesmo o tempo necessário para aparecer na altura certa. A Senhora, por sua vez, continua quieta e calada, e dizem-nos os go between entre ela e Marques Mendes, que apoia este para presidir ao partido, ou o ex-ministro de Cavaco nunca teria avançado. Apesar de o «caldo» entre ambos já ter estado mais longe de começar a entornar, será bom para o PSD que MFL não ceda a vozes das sereias que apenas buscam a sua própria oportunidade, num futuro de tempo definido.
Não é este o tempo, e o modo, de MFL. Sendo certo que o PSD carece de uma revolução interna, é preciso que essa se faça com as armas adequadas ao combate que tem pela frente, e Mendes é quem está melhor preparado para, saneando o pântano em que este se tornou, utilizar o que resta do «aparelho» laranja, da melhor forma possível. Porque, desiluda-se quem pensa que a limpeza pode ser de imediato tão asséptica, que deixe este depauperado «organismo» totalmente isento dos «germes» que, se lhe corroeram a «alma», são ainda necessários para lhe manterem a «estrutura». Tempo, estratégia, palco e ductilidade são precisos, agora. Marques Mendes é o melhor agente para a regeneração que se impõe. E MFL tem tudo a ganhar, esperando. Ela e o que resta do PSD.

* Francis Bacon

«I saw a beggar, he was leaning on his wooden crutch, he says to me, "Come on now, you must not ask for so much." »*



* Leonard Cohen, Bird on the Wire

Tuesday, March 01, 2005

O padrão recorrente


Escreve FCG, ontem, no Insurgente que: « a mais importante via de solução para o problema da perda de qualidade do ensino público» é a privatização. Vai-se mais longe, e diz-se que a situação mencionada num artigo do Público – um aluno que se recusa a responder a um professor, porque não lhe apetece fazê-lo – não ocorreria numa escola privada. Ora, ambas as conclusões são falsas e precipitadas, por simplistas, e inscrevem-se nas práticas de desconstrução do discurso educativo, que têm sido firmemente prosseguidas no quadro do movimento de pressão conduzido pelo lobby poderosíssimo dos «colégios», que tem conseguido impor-se perante a passividade, quando não a conivência, de responsáveis políticos de todos os quadrantes, iludindo as famílias e a população em geral sobre o mérito e a excelência do ensino privado.
Impõe-se, efectivamente, discutir a Escola, as razões dos seus sucessos e dos seus fracassos, o que pode, e deve, ser preservado e aquilo que urge mudar, radical e rapidamente. Neste debate, a questão da escola privada versus escola pública será apenas um dos itens, e não é, decerto, o essencial. Deixar que o «julgamento» da escola pública do insucesso se faça como contraponto à escola privada da qualidade, serve apenas para salvaguardar interesses dos empresários do ensino privado e nada acrescenta à melhoria do nosso ensino. Muito pelo contrário.


Do idealismo insurgente

O Idealista e O Insurgente nasceram no rescaldo eleitoral e já vale a pena seguir-lhes o entusiasmo dos primeiros passos.