Wednesday, July 18, 2007

Entretanto, no país...

... aborta-se. Abortam as juntas médicas o direito dos doentes terminais poderem morrer no conforto de justificadas baixas por doença. Aborta o ME as legítimas expectativas de centenas de professores, que se vêem afastados dos escalões de topo já atingidos, e são mandados à procura da titularidade perdida. Abortam os serviços de urgência os cuidados imediatos a milhares de utentes largados à sua sorte, pela inépcia e vistas curtas de um ministro trauliteiro. Abortam as medidas de apoio à natalidade, preteridas pelo esforço financeiro que o aborto consome. Aborta o primeiro-ministro qualquer manifestação de desagrado com a acção governativa, reintroduzindo o cacete silenciador de outro famoso inquilino de São Bento. Somos um país abortado, paz à nossa alma, fosse o caso de termos uma. Mas também essa abortou, segundo o discurso oficial.

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