Tuesday, May 29, 2007

Aferição e erros de ortografia

Os erros de português, nas provas de aferição, não contam. E depois, qual é a admiração? Trata-se, apenas, de uma exemplar prova do tão apregoado rigor do Ministério da Educação, sob a batuta de Maria de Lurdes Rodrigues!
Entretanto, a coberto dos discursos fanfarrões, fecham-se milhares de escolas do 1º ciclo, sem que se tenha notícia de melhoria nas escolas de acolhimento dos alunos desalojados, ou exista qualquer prova de que este processo de fecho coercivo, e cego, esteja a ser avaliado pelo ME, e que as consequências para os percursos escolares dos alunos atingidos estejam a ser monitorizadas, ou a merecerem mais do que os protestos egoístas e oportunistas dos caciques locais.
No sucesso das incoerentes acções do ME, nestes dois anos de governo socialista, só acredita quem quer, mas é, sempre, uma questão de fé, porque as provas estão aí, a desmentirem a propaganda oficial.

1 comment:

Anonymous said...

Claro que não contam os erros na parte de interpretação! Nunca contaram. Nas escolas tambem nao contam directamente -nos testes, opta-se pela sua contabilização e deduz-se no total; mas neste caso de aferição, não de exame nao faz sentido)

Falem do que sabem e deixem-se de demagogias

«Erros ortográficos penalizados nas provas de aferição de Português mas apenas nas perguntas relativas à escrita

30.05.2007, Publico


Professores concordam
com o critério adoptado desde que os testes começaram a ser feitos. Correctores têm seis dias úteis para classificar testes


Uma questão técnica. É esta a explicação dada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), responsável pela realização das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos, para a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte dos testes.
As primeiras perguntas das provas de Português pretendem avaliar a capacidade de interpretação dos alunos. "Se eu descontasse os aspectos que têm a ver com os erros ortográficos, na altura de devolver os relatórios às escolas estava a dar uma informação contaminada", explica Carlos Pinto Ferreira, director do GAVE.
E é por essa razão que os critérios de classificação referem que "nos itens da 1.ª parte não se consideram, para além do exposto na descrição dos níveis e para efeito de atribuição de código, os erros de construção frásica, de grafia ou de uso de convenções gráficas". Aliás, esta tem sido a orientação dada aos professores correctores desde o primeiro ano das provas, em 2000. "É uma questão técnica. Se uma dessas respostas [sobre a compreensão da leitura] tiver zero porque tem um erro ortográfico, o professor não fica a saber se o aluno percebeu ou não o texto", reforça Carlos Ferreira.
A explicação é aceite por Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). "É importante separar a avaliação da leitura da avaliação da escrita, para perceber qual das competências está a faltar. Mas para o fazer mais valia optar pelo modelo de escolha múltipla." O presidente da APP considera que esta seria a melhor forma de evitar algo que, apesar das explicações, pode causar estranheza. "Instintivamente, diria que é difícil aceitar e quase põe em causa a autoridade de um professor que aceita que na prova de Português se façam erros ortográficos."
As competências de ortografia, pontuação e sintaxe são assim avaliadas apenas na terceira parte dos testes, em que é pedido aos alunos que escrevam um texto. As provas de aferição de Português e Matemática foram realizadas na passada semana por 250 mil alunos. Apesar de não contarem para nota, pela primeira vez os resultados serão afixados.
Até lá, o trabalho compete aos professores seleccionados para classificar cerca de meio milhão de provas e que terão de corrigir uma média de 60 testes até 4 de Junho. Sendo que, no caso da Língua Portuguesa, só os receberam na passada sexta-feira. "Entretanto estamos a dar aulas, a assegurar as actividades de enriquecimento curricular. No sábado foram 12 horas a classificar os testes e no domingo a mesma coisa. São horas que temos de tirar à família, sem qualquer remuneração extraordinária. O que vale é a "carolice" dos professores do 1.º ciclo, que fazem com que os problemas se resolvam e asseguram sempre o que lhes é pedido", diz Ondina Paiva, responsável pela correcção de 54 provas de Português do 4.º ano. »