Se os mecanismos próprios de uma campanha eleitoral não obrigassem a um conjunto assinalável de medidas para esconder os efeitos devastadores que o esforço está a provocar em Soares, bastava deitar um olhar atento a estas duas fotografias: a de baixo, antes de ele se lançar nesta batalha eleitoral, é típica de um homem de 80 anos, algo ausente e pesado, mas ainda operacional; a de cima, de há poucos dias, revela um velhinho estafado e desiludido. A verdade é que ninguém quer falar na idade do candidato-avô, mas ela pesa, o desespero de um inesperado fracasso da campanha também, e a perspectiva de uma eventual derrota nas urnas é mais do que o irrascível Soares pode admitir. Talvez por estar tão alquebrado (a expressão é de Maria Barroso e ela sabe bem do que fala), os estrategas de campanha o tenham calado para o contacto directo com a comunicação social. Foi uma sábia decisão, para quem quer"vender" um presidente sabonete. Neste caso, não há DECO que nos valha, dependemos da sagacidade dos consumidores, para não virmos a ficar com uma mão cheia de espuma e outra de coisa nenhuma.
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