Uma das bandeiras agitadas por Soares contra Cavaco é da conflitualidade que, na sua opinião, não deixará de existir entre Belém e São Bento com a eleição do antigo Primeiro-Ministro. No entanto, se até hoje não temos encontrado evidências de que existam pontos de discordância bastantes para que essa imaginada conflitualidade se instale com Cavaco em Belém, o mesmo não podemos dizer da mais do que previsível sobreposição dos interesses do PS soarista ao governo, caso Soares consiga o seu terceiro mandato. Se não bastasse a teia de interesses que sabemos levaram Soares a impor a Sócrates a sua candidatura, bastava ver a forma como Soares tem vindo a demarcar-se da acção do governo, exactamente em relação a medidas em que este mais precisaria da solidariedade daquele que se propõe ocupar a Presidência da República, por serem necessárias para enfrentar a profunda crise em que o país se encontra mergulhado.
Da deserção de Soares, dá conta o Público, nas notícias da campanha: «Com o auditório do Centro de Congressos de Aveiro lotado, o ex-Presidente da República galvanizou a plateia em vários momentos, não só quando atacou o modelo político do cavaquismo, mas também quando se demarcou da forma como o Governo socialista executa algumas das reformas.»
Votar Soares é votar, uma vez mais, num país adiado.
* Sócrates prepara-se para aparecer ao lado de Soares, a apoiar a sua candidatura.
1 comment:
Isto é pergunta que se faça? Se tivesse vergonha não fazia o que faz.
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