Mais do que a lastimável performance de Soares face a Cavaco Silva, no tal debate, da pré-campanha em 2005 retive, como imagem paradigma, o tom crispadíssimo (ver foto) do candidato apoiado pelo governo, a exigir mais debates, a propósito da existência na corrida de Garcia Pereira. Independentemente do fundamento que, nesta fase do processo, só com algum contorcionismo se poderia encontrar para a proposta, o que ficou foi a crispação e zanga, o gesto puerilmente enfático e ansioso, o ridículo de ver alguém, cujo passado deveria valer por si próprio, a servir-se de expedientes de usura, para ganhar a oportunidade de fazer aquilo em que se julga o melhor dos candidatos. Que nem é, porque Louçã bate-o nesse registo, só que é carta fora deste baralho.
Que, em 2006, um candidato ao mais alto cargo do Estado considere a sua mais-valia para tão nobres funções o levar a palma no bate-boca gratuito (onde estão as grandes questões presidenciais no seu discurso?), confuso (quem confunde o Presidente do CDS com um deputado socialista, confunde tudo o resto) e rasteiro (a insidiosa referência às confidências dos lideres europeus é só um pequeno exemplo), é triste. E só não é dramático, porque o regime lhe permite passar por Belém a viajar, a dormir e a tratar da vidinha. Como, diga-se em abono da verdade, fez nos dois mandatos anteriores, e a casa não veio abaixo.
1 comment:
Caro Pinho Cardão, chocou-me a extremada atitude de MS, por saber (como sabemos todos)que ele se preocupa tanto com o facto de Garcia Pereira não ter acesso aos debates como se preocupa com a primeira fralda que usou (na infância!).Ele quer, exige aos gritos, debates a seis - não custa perceber que para ignorar todos os outros, fixar baterias em Cavaco e mobilizar, para além da sua, mais 4 vozes contra o ex-governante. Pelo que se viu até hoje, a campanha soarista vai ser muito mais suja do que se conseguia imaginar.
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