No estudo «Políticas de Educação Básica, Desigualdades Sociais e Trajectórias Escolares», de investigadores do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), apresentado no Fórum de Pesquisas CIES (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia) 2006, este ano dedicado às temáticas da «Sociedade do Conhecimento, Jovens e Educação», conclui-se que «o sistema de ensino em Portugal discrimina os alunos por escolas, por turmas e por vias de ensino, agravando os processos de desigualdade social».
Se esta conclusão não traz novidade, já nos surpreende saber que, de acordo com o mesmo estudo, no que diz respeito à violência nos estabelecimentos de ensino, as diferenças na origem social dos alunos deixam de ser significativas, uma vez que o fenómeno «não ocorre em mais quantidade nas escolas onde existe mais insucesso escolar ou com maior diversidade cultural e étnica». Não é exactamente esta a experiência recolhida no terreno, nem a qualidade dos equipamentos e a estabilidade do corpo docente e do conselho executivo, são os factores que, usualmente, emergem como «mais determinantes a nível da violência», como o mesmo estudo conclui. Este é um dos casos em que não basta a notícia, nitidamente ao serviço dos fins de alguns, mas em que importa conhecer o próprio estudo com origem no ISCTE (o que poderá não ser irrelevante). A acompanhar, sem dúvida.
* Veikko Koskenniemi
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