Leio isto, e pasmo, com a desfaçatez das propostas do PSD para a educação.
Só por malícia e calculismo político pode o PSD vir agora advogar aquilo que sempre soube não poder, nem querer, implementar na gestão das escolas. Não que a decisão de escolher os gestores escolares por mérito individual, independentemente de serem, ou não, professores, seja, enquanto medida de gestão eficaz do sistema, uma má medida. Há muito que a chamada gestão democrática tem os dias contados, morta por esgotamento do modelo. Mas os custos políticos de tal medida foram sempre poderosos dissuasores de avançar para tais extremos, nos governos do PSD. Se estes não foram capazes de profissionalizar a gestão escolar, e muito menos criar a carreira de gestores escolares, como quer agora o PSD ser levado a sério?
Por outro lado, propostas como a contratação dos professores pelos estabelecimentos de ensino, ou a liberdade dos pais poderem escolher as escolas dos filhos são, por enquanto, utopias, que esbarram na inexistência de condições estruturais de suporte a tais procedimentos, na assimetria do parque escolar e na permissividade com que a administração educativa tem gerido a rede de escolas sob a sua tutela.
Ao fundo do túnel de enganos e de hipocrisia que envolve esta armadilhada proposta do principal partido da oposição, apenas se vislumbra uma luzinha - os interesses dos barões dos colégios brilham ao longe. Não tenhamos dúvida, são eles que "iluminam" este caminho.
Por mau caminho vai o PSD, com este tipo de discurso. Mal servida continua a educação. Entretanto, o PS agradece o disparate.
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