Na sua crónica de hoje, no Público, Eduardo Prado Coelho é demolidor relativamente à acção do Ministério da Educação e à aparente eficácia deste na gestão da educação em Portugal. Escreve ele:
«Pelo caminho que as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta. A escola transforma-se num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são angelicais cabeças louras. E com a cumplicidade de pedagogos do ministério. Quando precisaríamos como de pão para a boca de um ensino sólido, estamos a criar uma escola tonta e insensata.»
Não poderia EPC definir melhor aquilo em que a obsessão punitiva contra a classe docente, que tem esta equipa da 5 de Outubro, está a transformar as escolas. Mesmo para aqueles que queiram ler no que ele escreve sobre o secretário de estado Valter Lemos um antagonismo anterior e exterior à acção deste à frente dos recentes desmandos na educação, uma coisa é certa: o governante em causa tem demonstrado um completo desconhecimento das reais necessidades do nosso debilitado sistema educativo, servindo-se de uma despudorada inconsistência formal, sempre que são questionadas as incompreensíveis razões da sua acção.
Também por aqui se vem dizendo, há muito, que as medidas introduzidas à força por esta ministra da educação não conduziram, e nem conduzirão, a uma escola de qualidade, como a propaganda do governo nos quer fazer crer, mas Prado Coelho deixa-nos a imagem perfeita daquilo em que se transformou a escola do governo Sócrates:
«O problema reside em considerar os professores como meros funcionários públicos e colocá-los na escola em sumária situação de bombeiros prontos a ocorrer à sineta de alarme.»
Esquece o governo que o alarme é outro, e que, por isso mesmo, não se resolverá desta forma.
6 comments:
Mas que grande pirueta para chamar mentiroso ao Valter.
Quem é o(a) próximo(a) articulista que se segue? Aceitam-se apostas…
Ao comentador anónimo
Os tempos vão perigosos, há que saber fazer o pino.
Caro Miguel Pinto
Quem é? Olhe que não sei...
Filomena Mónica? Fátima Bonifácio? Miguel Sousa Tavares?... Arrisco esta ordem.
Caro Miguel, diz-se que quem não arrisca, não petisca. Arrisque, arrisque.
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