A cronologia dos actos do governo quanto ao regime de faltas estabelecido no novo estatuto do aluno é reveladora da sua falta de convicção sobre a matéria, e de como a opção inicial, visivelmente defendida pela ministra, se destinava, simplesmente, a conseguir as estatísticas de um sucesso, que a realidade teima em desmentir.
Digam o que disserem a ministra, os deputados, secretários de estado e afins, houve recuo, porque o governo, cativo da sua incapacidade de inovar e enredado nas teias da sua própria propaganda, não foi capaz de dar o salto para uma mudança de paradigma, que poderia constituir-se como um projecto embrionário da nova Escola que, inevitavelmente, teremos que saber inventar, construir e manter.
Passou-se ao lado, desperdiçando uma rara oportunidade de usar um dos piores defeitos da ministra, que, para o caso, se revelaria uma qualidade inestimável - a sua obstinada surdez a tudo aquilo que não está no seu horizonte de decisão. Talvez porque, com coragem e visão, esta poderia ter sido uma boa decisão, fosse o governo capaz de a reconhecer e tomar.
Sócrates, ao que parece influenciado pela figura presidencial, terá sido o Sansão que cortou os cabelos à sua Dalila. Inverteram-se os papéis, mas, segurando a sua ministra, enfraqueceram ambos.
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