Continuando o que aqui se escrevia, e que é o resultado (agora andamos todos 'numa' de resultados!) de uma simples vista de olhos aos dois recenseamentos escolares, 2005/06 e 2006/07, registam-se, desde logo, algumas 'idiossincrasias' no recenseamento de 2006/07, que não me parece que o ME tenha explicado, mas que não deixarão de ter sido devidamente pensadas pelos responsáveis, após cruzamento dos dados do recenseamento de 2005/06 com os interesses do governo e, sobretudo, com o que tem andado a propagandear já ter feito, na educação.
Eis apenas 3 dessas 'idiossincrasias', a título de curiosidade:
1 - A equipa técnica responsável pela elaboração do recenseamento de 2006/07 cresce dos 3 elementos do ano anterior, para 10 elementos, dos quais 7 são novos nesta tarefa (serão também novos no GIASE? E na AP?) e 1 foi 'roubado' à equipa dos formulários electrónicos, que trabalhou no recenseamento de 2005/06; entretanto, este assinalável aumento da equipa técnica, para produção de um documento com estrutura e informação, aparentemente idênticas às do recenseamento do ano anterior, poderá encontrar-se 'justificado' na nota de apresentação, assinada pelo Director em exercício, João Trocado da Mata? Escreve ele o seguinte: «o documento reflecte já a utilização de dados administrativos para fins estatísticos, cumprindo, neste domínio, as recomendações da OCDE e do EUROSTAT», esclarecendo, no parágrafo seguinte, que essa utilização foi «circunscrita à informação respeitante ao pessoal docente e não docente». Após ler esta explicação (com a qual até pareceria que se iria justificar uma diminuição de recursos humanos afectos ao processo, e não aumentá-los de forma tão notória!), o que surpreende, é que desaparecem (ou se "escondem"), neste último recenseamento, os quadros referentes ao pessoal não docente, segundo a natureza do estabelecimento, por NUTS I, II e III, e ainda o quadro que relacionava os alunos e pessoal docente no ensino público, por nível de educação/ensino - relação alunos/professor. Mistérios... ou talvez não!
2 - Provavelmente, para justificar o acréscimo de recursos humanos na equipa técnica, o recenseamento de 2006/07 parece querer subtilmente assumir, perante aqueles que não tenham visto os recenseamentos escolares anteriores, grande inovação, ou, pelo menos, uma profunda reestruturação, face aos recenseamentos anteriores. Contudo, quer na informação disponibilizada, quer nos processos utilizados para a recolha dos dados, quando consultada a nota metodológica do recenseamento anterior, o que fica evidenciado é que pouco terá mudado no apuramento desses dados, e que as diferenças residem mais na forma como são, ou deixam de ser, os mesmos apresentados. Exemplos? no recenseamento do presente ano lectivo, e no que respeita à população escolar, desaparecem os quadros relativos ao ensino Pós-Secundário não Superior e à Língua Estrangeira; o quadro dos Professores/formadores em exercício no estabelecimento, segundo a natureza do estabelecimento por NUTS I, II e III, relativo ao ensino profissional, passou a restringir-se ao privado (é conhecida a 'facilidade' que as escolas públicas estão a ter em contabilizar, sem margem de erro, os recursos humanos afectos aos cursos profissionais!!!); introduzem-se dados referentes a Portugal quanto ao número de alunos, estabelecimentos e pessoal docente, quando os quadros equivalentes do recenseamento anterior se reportavam apenas ao continente; reorganizam-se os ciclos do ensino básico, passando o 3º ciclo, em alguns casos, a aparecer em conjunto com o secundário; e um longo etc de pormenores como estes, que não são irrelevantes, muito menos inocentes, mas sobre os quais nada se informa ao comum cidadão (pelo menos nos documentos disponibilizados por via electrónica). A ideia que fica é que se tentou dificultar uma leitura menos aprofundada, o que, como sabemos, poucos querem fazer; basta qualquer desatenção, e lá se erram as leituras, e as contas...! Parece ser mesmo esse o objectivo!
3 - Ainda sobre a forma como nos quadros do recenseamento de 2006/07 aparece "organizado" o sistema de ensino público, não deixa de ser curioso que o 3º ciclo e o ensino secundário apareçam juntos na mesma coluna, deixando o 3º ciclo de estar englobado no ensino básico, e desaparecendo a coluna referente ao ensino profissional. Um exemplo? O quadro 2.1 - Pessoal docente em exercício no estabelecimento, segundo a natureza do estabelecimento e nível de educação/ensino, por NUTS I, II e III; para os que pretendam ver aqui uma aproximação à realidade existente, em termos de carreiras e quadros de docência, relembra-se que o mesmo quadro, no recenseamento anterior, se organizava de forma diferente, e o ME nunca o deu por errado!
Como estas, há outras 'idiossincrasias', sobre as quais o ME entende dizer nada, para passarem despercebidas. Entretanto, os números, esses grandes aliados dos especialistas em propaganda, vão sendo jogados como convém, no xadrez dos interesses do governo. A educação, essa, vai ficando como está, ou pior.
Eis apenas 3 dessas 'idiossincrasias', a título de curiosidade:
1 - A equipa técnica responsável pela elaboração do recenseamento de 2006/07 cresce dos 3 elementos do ano anterior, para 10 elementos, dos quais 7 são novos nesta tarefa (serão também novos no GIASE? E na AP?) e 1 foi 'roubado' à equipa dos formulários electrónicos, que trabalhou no recenseamento de 2005/06; entretanto, este assinalável aumento da equipa técnica, para produção de um documento com estrutura e informação, aparentemente idênticas às do recenseamento do ano anterior, poderá encontrar-se 'justificado' na nota de apresentação, assinada pelo Director em exercício, João Trocado da Mata? Escreve ele o seguinte: «o documento reflecte já a utilização de dados administrativos para fins estatísticos, cumprindo, neste domínio, as recomendações da OCDE e do EUROSTAT», esclarecendo, no parágrafo seguinte, que essa utilização foi «circunscrita à informação respeitante ao pessoal docente e não docente». Após ler esta explicação (com a qual até pareceria que se iria justificar uma diminuição de recursos humanos afectos ao processo, e não aumentá-los de forma tão notória!), o que surpreende, é que desaparecem (ou se "escondem"), neste último recenseamento, os quadros referentes ao pessoal não docente, segundo a natureza do estabelecimento, por NUTS I, II e III, e ainda o quadro que relacionava os alunos e pessoal docente no ensino público, por nível de educação/ensino - relação alunos/professor. Mistérios... ou talvez não!
2 - Provavelmente, para justificar o acréscimo de recursos humanos na equipa técnica, o recenseamento de 2006/07 parece querer subtilmente assumir, perante aqueles que não tenham visto os recenseamentos escolares anteriores, grande inovação, ou, pelo menos, uma profunda reestruturação, face aos recenseamentos anteriores. Contudo, quer na informação disponibilizada, quer nos processos utilizados para a recolha dos dados, quando consultada a nota metodológica do recenseamento anterior, o que fica evidenciado é que pouco terá mudado no apuramento desses dados, e que as diferenças residem mais na forma como são, ou deixam de ser, os mesmos apresentados. Exemplos? no recenseamento do presente ano lectivo, e no que respeita à população escolar, desaparecem os quadros relativos ao ensino Pós-Secundário não Superior e à Língua Estrangeira; o quadro dos Professores/formadores em exercício no estabelecimento, segundo a natureza do estabelecimento por NUTS I, II e III, relativo ao ensino profissional, passou a restringir-se ao privado (é conhecida a 'facilidade' que as escolas públicas estão a ter em contabilizar, sem margem de erro, os recursos humanos afectos aos cursos profissionais!!!); introduzem-se dados referentes a Portugal quanto ao número de alunos, estabelecimentos e pessoal docente, quando os quadros equivalentes do recenseamento anterior se reportavam apenas ao continente; reorganizam-se os ciclos do ensino básico, passando o 3º ciclo, em alguns casos, a aparecer em conjunto com o secundário; e um longo etc de pormenores como estes, que não são irrelevantes, muito menos inocentes, mas sobre os quais nada se informa ao comum cidadão (pelo menos nos documentos disponibilizados por via electrónica). A ideia que fica é que se tentou dificultar uma leitura menos aprofundada, o que, como sabemos, poucos querem fazer; basta qualquer desatenção, e lá se erram as leituras, e as contas...! Parece ser mesmo esse o objectivo!
3 - Ainda sobre a forma como nos quadros do recenseamento de 2006/07 aparece "organizado" o sistema de ensino público, não deixa de ser curioso que o 3º ciclo e o ensino secundário apareçam juntos na mesma coluna, deixando o 3º ciclo de estar englobado no ensino básico, e desaparecendo a coluna referente ao ensino profissional. Um exemplo? O quadro 2.1 - Pessoal docente em exercício no estabelecimento, segundo a natureza do estabelecimento e nível de educação/ensino, por NUTS I, II e III; para os que pretendam ver aqui uma aproximação à realidade existente, em termos de carreiras e quadros de docência, relembra-se que o mesmo quadro, no recenseamento anterior, se organizava de forma diferente, e o ME nunca o deu por errado!
Como estas, há outras 'idiossincrasias', sobre as quais o ME entende dizer nada, para passarem despercebidas. Entretanto, os números, esses grandes aliados dos especialistas em propaganda, vão sendo jogados como convém, no xadrez dos interesses do governo. A educação, essa, vai ficando como está, ou pior.
3 comments:
Amigo Crack, amigo Crack,
Não se apoquente.
Lá o burgo vai contratar mais 15.
Quem escreve assim sabe do que escreve e não anda distraído. Que tal mandar esses elementos para alguns órgãos de comunicação social?
Mas porque é que nos Media ainda ninguém viu isto?! Esta é um dos papéis da blogoesfera, é certo, mas onde estão os profissionais?
Por outro lado, deixo aqui o apelo para a petição online pela libertação do 1º sargento Luís Gomes e pela alteração da Lei da Adopção que podes assinar aqui:
http://www.petitiononline.com/adopcao/petition.html
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