Sobre o Sim à liberalização do aborto, causa que o governo abraçou como coisa própria sua, escreve Pedro Arroja,* no Blasfémias:
«Se o Não ganhar, o Governo sai derrotado e a Igreja sai vitoriosa, sem sequer se ter envolvido no debate. Porém, a prazo, a derrota do Governo poderá vir a ser maior se ganhar o Sim. Neste caso, passado um ano, passaremos a ter estatísticas oficiais sobre o número de mulheres que abortaram no SNS. As notícias que farão as manchetes dos jornais serão do tipo: "Sete mil adolescentes entre os 12 e os 18 anos abortaram o ano passado em hospitais do SNS". E será apenas uma questão de tempo e de probabilidades até que os jornais titulem: "Jovem de 13 anos morre em hospital público durante um aborto".Nesse dia - e estaremos então próximos das eleições - as responsabilidades pela vulgarização do aborto e pela morte da adolescente serão atribuídas ao Governo que se envolveu activamente na campanha pelo Sim. Enquanto a Igreja, naquela pose seráfica e demolidora, dirá apenas: "Nós sempre dissemos que não se deveria fazer um referendo sobre o aborto, e muito menos votar no Sim".»
E está tudo dito, ou, como dizem os nossos primos brasileiros, fêchou!
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