Friday, September 29, 2006

Provocação

Já passou do discurso dos gurus da boa gestão para a realidade das empresas o recurso ao teletrabalho, seja este interno, ou externo, às fronteiras nacionais. É esta uma realidade imparável, e inquestionada, surgindo este alargamento do mercado de emprego à escala global como uma imperdível oportunidade de desenvolvimento e crescimento das economias e dos tecidos empresariais.
Aceite esta realidade, porque teremos tanta dificuldade em perceber que não está longe o dia em que teremos os pais a exigir poder escolarizar os filhos sem o recurso permanente à escola material? Sabendo-se como são hoje as escolas espaços de violência e de ameaça à segurança física e à saúde psicológica dos que a frequentam, só não se percebe como é que a questão não está, já, em cima da mesa negocial.

8 comments:

Miguel Pinto said...

Em primeiro lugar há que louvar este regresso e ainda por cima com novo visual… hummm… estranho… ainda pensei que se tinha enganado na fruta… mas afinal descobri uma razão para esta opção: o crack gosta de fruta fresca e ainda não chegamos ao tempo das laranjas… é isso? ;)

Quanto à provocação, o que me ocorre dizer é muito simples: Se a escola se demitir dda sua incumbência educativa ou se os governos afastarem a escola dessa função, não encontro razões para que o ensino à distância não se generalize.
E já que a ideia é liberalizar podemos avançar mais um pouco e trazer à discussão outro cenário: para os pais que descuram a educação dos filhos [e sobram os exemplos e as formas...] deve ou não o Estado retirar-lhes a guarda dos seus rebentos e assumir essa responsabilidade?

Miguel Pinto said...

"...os pais a exigir poder escolarizar os filhos sem o recurso permanente à escola material?"

Refere-se ao ensino familiar, crack?

Pedro said...

É a comunidade educativa (professores, pais e e alunos) quem faz a escola... Por isso, é possível tornar escolas problemáticas em escolas positivas!!!

crack said...

Caro Miguel Pinto,continuando com a provocação:
"Se a escola se demitir da sua função educativa", escreve o meu amigo. Eu pergunto: e será que a escola ainda consegue perceber que é essa a sua função? E, como continua: "ou se os governos afastarem a escola dessa função",aqui lhe deixo:o que está o governo a fazer na educação, tem alguma coisa a ver com a função educativa desta?
Quanto a rebentos e respectivos papás, tenho uma noção muito abrangente da responsabilidade parental. Explicando: em teoria, já hoje será retirada a pais incompetentes a tutela das suas crianças, sempre que se revelem incapazes de assegurar o desenvolvimento dos filhos em padrões de normalidade. O facto é que essas medidas extremas não são aplicadas, de forma célere e expedita, em todos os casos, restringindo-se a situações muito graves de segurança, e mesmo estas com as falhas que os casos de Joanas e Vanessas deixam a nu. Voltando à sua inteligente pergunta: o que define, e mede, exactamente, a incapacidade dos pais para providenciarem a educação dos filhos? Alguém retira filhos aos pais com esse fundamento? Temo que se tal se intentasse, o país se veria a braços com um enooorme problema!
E não, caro Miguel, não estava a falar de ensino familiar, como bem sabe! :)) Estava a falar de ensino formal, tal como é disponibilizado na escola, sem que o aluno tenha que estar, em permanência, no espaço escolar. Quais são os obstáculos a que esta prática se concretize?
(Tendo em atenção o seu post, no seu blogue, esclareço que a introdução, neste contexto provocatório, de escola pública em oposição a escola privada, só vem ajudar a não enfrentar a verdadeira questão!)
:)))

PS gastronómico: as laranjas vão secas e amargas, além de que me fazem alergia, imagine!Quando a fruta da época estiver mais madura, terei um problema de escolha, bem sei. Mas, ao que me consta, não serei o único, em tal dilema!
:)

crack said...

Caro Miguel, claro que é possível tornar escolas problemáticas em escolas positivas. No espírito provocador que me anima, direi que basta retirar o elemento perturbador! Só é preciso determinar qual é...
:)

IC said...

Caro Crack, não estava a atrever-me a entrar nestas deliciosas provocações, suas e do Miguel Pinto [e entre ambos :))) ], mas não resisti a uma pequenina. O crack perguntou: "e será que a escola ainda consegue perceber que é essa a sua função?" e eu pergunto antes assim (talvez com ingenuidade): e será que a escola ainda consegue resistir e persistir nessa função que percebe que é a sua?

crack said...

Cara IC, seja bem aparecida!
Muito bem, muito bem, esta sua reformulação! Continuamos no "jogo" da provocação, agora em dois "tabuleiros". Isto está a animar! Vamos ver onde nos levam os nossos amigos Miguéis!
:)

Miguel Pinto said...

Pela minha parte não o levo a parte alguma mas sugiro, se me permite ;), que se deixe levar [e a todos os que por aqui passam] para um bom fim-de-semana. Quanto às questões, deixo-as a marinar… :)