Saturday, October 20, 2007

Le divorce des Sarkozy

O divórcio dos Sarkozy, oportunamente anunciado "em cima" da Conferência de Lisboa, tem vindo a ocupar um lugar de destaque na comunicação social francesa, apesar da relativamente inesperada “facilidade” com que os parceiros europeus chegaram a acordo quanto ao Tratado, apesar da crise laboral e sindical em França, e, sobretudo, apesar da agenda frenética de Nicolas, cada vez mais empenhado em tornar-se o grande líder europeu de que a União precisa, papel que os seus antecessores tinham perdido, sem apelo, para a Inglaterra, com Blair, e para a Alemanha. No Le Monde, esta atenção dos media à separação do casal presidencial é analisada, em entrevista, por Raphaëlle Bacqué, que não hesita em afirmar que « le divorce d'un président n'est pas seulement purement anecdotique. C'est encore une fois un événement inédit qui a sa place dans l'information. Dans quarante-huit heures, cependant, vous verrez que le sujet se sera considérablement dégonflé

Por outro lado, se a personalidade, o magnetismo e a capacidade de liderança de Sarkozy são já reconhecidos, internamente e na Europa (sabe quem esteve na Cimeira que foi, inquestionavelmente, a sua intervenção que “resolveu” o acordo do Tratado, embora a nossa subserviente imprensa prefira enaltecer as virtudes da diplomacia portuguesa), se o divórcio não deverá fragilizar psicologicamente o Presidente francês, poderá, contudo, haver consequências políticas indirectas da ruptura matrimonial do inquilino do Eliseu, como Bacqué admite: «Cette séparation peut avoir cependant des conséquences indirectes. Car Cécilia Sarkozy avait écarté ou promu différentes personnes autour du président. Les bannis d'avant peuvent donc revenir, les promus se retrouver moins favorisés.».

Se a queda dos preferidos de Madame Sarkozy poderá significar futuras dificuldades para a política interna francesa é o que ainda não se sabe, mas, atendendo a que a atraente Cecília não era, de todo, o elemento político preponderante na família, a crise, a haver, não será nada que o determinado Presidente francês não consiga resolver, com sucesso.

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