Quem o escreve é Luciano Amaral, num excelente artigo no DN, do qual se transcreve:
«A triste conclusão é que, provavelmente, o Islão não tem nada que nos "compreender" a nós porque a cada dia que passa nós vamos existindo um pouco menos. Quem vê as torres gémeas cair e os comboios de Madrid a arder e continua a pregar a "compreensão" do outro não é, obviamente, merecedor de qualquer respeito. O ódio de tantos ocidentais à civilização a que pertencem é um dos fenómenos mais fascinantes e deprimentes do mundo de hoje. São esses os ocidentais que passam o tempo a recensear horrores no Ocidente, ao mesmo tempo que "compreendem" os horrores alheios, em nome da sua "especificidade" cultural. São eles que nunca encontram nenhuma razão para o Ocidente se defender de insultos e ataques. São eles que consideram Bush e os EUA os equivalentes actuais do nazismo (sem exagero basta lembrar o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, as bandeiras americanas com as cruzes gamadas ou Bush com o respectivo bigodinho alusivo), mas parecem achar normais as regurgitações iranianas sobre o Holocausto. São eles que consideram Guantánamo a maior vergonha da humanidade (o "novo gulag", na imortal definição da Amnistia Internacional), mas encolhem os ombros aos 300 mil mortos do regime de Saddam.»
5 comments:
A Europa carrega consigo um pesado sentimento de culpa. De culpa pelos milénios de exploração colonial e escravização das sociedades extra-europeias e reforçado ainda mais pelo denso e profundo sentimento de culpa da religião maioritária na Europa: o Cristianismo.
Essa Culpa surge na base destes absurdos "pedidos de desculpa" ao Islão e desta permanente posição de cócoras da Europa (gigante económico) perante o resto do mundo (anão militar e político).
Não conheço muita gente que compreende a postura e os comportamentos evidenciados pelo mundo muçulmano contra as sociedades ocidentais. Mas, qual a razão que leva a que seja necessário recorrer à provocação para condenar muitas das atitudes que grassam pelos países muçulmanos tomados por ditadores...
A resposta está na aposta na educação e na democracia. Só depois poderemos dar-nos ao luxo de lhes "ensinar" isso da ironia...
Caro Rui Martins, culpa a culpa que sentimos, e tem razão. Eu "caso-a" com a estupidez do politicamente correcto, que mais não é do que uma indisfarçável e cobarde moleza e apatia. A mistura, explosiva, começa a tornar-se visível, e temo que estejamos a acordar tarde, com as fronteiras invadidas e sem armas adequadas. Esta guerra, estamos a perdê-la, por não a querermos travar.
Caro Miguel, lamento discordar. Nem nós podemos ensinar, nem eles querem aprender.
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